CGD aperta critérios de isenção de comissões nas contas à ordem

Banco público vai começar a cobrar "mensalidades". Novas condições para particulares entram em vigor em Setembro.

CGD aperta critérios de isenção de comissões nas contas à ordem

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai alterar o preçário dos serviços que presta aos seus clientes particulares, ligado a contas à ordem com caderneta e à ordem com extracto.

As alterações surgem num contexto de subida das comissões, com a CGD, tal como os outros bancos, a tentar recuperar também margem financeira.

 

Critérios de isenção

De acordo com as informações do banco público, há dois critérios de isenção da comissão de manutenção que vão ser eliminados. Um está ligado às contas com contrato Caixaordenado – limite de crédito negociado, “desde que um dos titulares seja Cliente Mais”, e o outro diz respeito às contas com contrato de Mesada Certa – limite de crédito negociado.

Depois, e além de alterações nos critérios de isenção da comissão de manutenção ligados a contas à ordem com aplicações financeiras associadas, e com domiciliação de rendimentos e uso de cartões, que se podem consultar no site do banco, a CGD introduziu um novo critério.

A partir de 1 de Setembro, data em que as mudanças vão entrar em vigor, ficam isentas de comissão de manutenção as contas à ordem “em que o primeiro titular tenha mais de 65 anos e crédito de pensão/reforma inferior a uma vez e meia o salário mínimo nacional, em vigor no início do ano”.

 

Cadernetas

Mas além da procura pela otimização, a nova oferta da CGD prevê também alterações para quem utiliza as cadernetas da instituição, pois estas deixarão de poder ser usadas como formas de pagamento ou levantamentos em 2018, por questões legais - não têm chip eletrónico.

As cadernetas continuarão a existir mas servirão apenas para consultas, e a ideia da CGD é que comecem a ser cada vez menos expressivas entre os clientes - atualmente há cerca de cem mil que usam exclusivamente a caderneta. São normalmente pessoas idosas. Nas contas novas abertas a partir de este mês, por exemplo, a caderneta já só é contemplada em casos específicos. Além de deixarem de poder ser utilizadas como meio de pagamento, as cadernetas da CGD trazem outro tipo de entraves ao banco, explicou o administrador. "O banco tem um volume excessivo de transações feitas ao balcão, muito mais do que os restantes bancos, de clientes que estão a atualizar a caderneta, a confirmar que um depósito entrou na conta ou a fazer pequenos levantamentos... Este tipo de volume exige muitos recursos", detalhou. Reduzir este tipo de procura é uma das metas.

 

Novo produto

Esta quinta-feira, a CGD apresentou uma novidade, uma conta onde existe uma única comissão, intitulada Conta Caixa. De acordo com um comunicado da instituição financeira, este produto “inclui transferências online, cartões de débito e crédito, seguros e descontos em compras permitindo poupanças face à contratação individual dos vários produtos e serviços, com uma única comissão mensal”.

Para a CGD, o produto “é uma mudança de paradigma na prestação de serviços bancários”, sem “várias comissões cobradas ao longo do ano”.

"A CGD acumulou vários serviços, produtos e ofertas, ao longo dos anos, que foram ficando e criando até redundâncias entre ofertas. Se isto era viável quando as margens eram generosas, agora já não é", explicou José João Guilherme, administrador do banco.

 

Mensalidades e comissões

"O conjunto de produtos dentro destes pacotes têm um custo superior em termos individuais ao que vão custar em termos agregados", assegurou José João Guilherme sobre a nova oferta de contas que a CGD já tem disponível.

Apesar das comissões virarem mensalidades, o administrador assegura que muitos clientes podem sair beneficiados, além do preço final ser mais transparente e facilmente percetível. "Hoje paga-se uma comissão pela conta, outra pelo cartão de crédito, uma terceira por um outro serviço... Aqui, incluímos vários serviços num só custo."

Em paralelo com estas alterações, o banco sublinhou que é dos poucos que não cobram qualquer valor pelas contas de serviços mínimos e que irá oferecer também a isenção de despesas de manutenção para clientes acima dos 65 anos com rendimento domiciliado na CGD - até 1,5 SMN.

A nova oferta da CGD, já disponível e explicada no seu site, tem sido bem recebida pelos clientes, assegurou o banco.

Fontes: Público e Diário de Notícias


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