Interdesign - Recusa de cancelamento de compra

Nos últimos dias de janeiro do presente ano deslocámo-nos algumas vezes à Interdesign (Expo) com o intuito de decorar a nossa nova casa. Inicialmente ficámos apaixonados por um móvel/suporte para TV que vimos no Instagram e posteriormente a decoradora (colaboradora da marca em questão) sugeriu fazer-nos um projeto 3D para a nossa sala e quarto - sendo que foi-nos pedido um valor limite para cada divisão.
Esse projeto 3D foi realizado num SketchUp com as medidas das divisões, sendo que desde o início explicámos que a casa é pequena e com pouca arrumação e que, por isso, um dos pontos fulcrais nesta compra seria a de um sommier com estrado elevatório e arrumação. Cerca de um semana depois foi-nos então apresentado o projeto, projeto esse que viria a exceder em alguns milhares o nosso valor limite. Aquando apresentação do projeto optou-se por um móvel de TV com ripados, algo que já estaríamos à espera que fosse dispendioso, mas que segundo a colaboradora iria rondar os 3.880€ - decidimos avançar, ao que a colaboradora liga para a chefia para confirmação do valor e, para nossa surpresa, o móvel e os ripados já não custavam 3.880€ mas sim mais de 10.000€ ! Obviamente desistimos do móvel. Avançámos com a cama (supostamente com estrado (com sistema elevatório) que referimos diversas vezes que seria essencial), cabeceira com mesinhas de cabeceira suspensas, sofá para a sala, tapete (supostamente com o mesmo comprimento do sofá - algo dito pela colaboradora em questão) e 2 telas. A 31 de janeiro avançámos com a totalidade do pagamento - em momento algum nos foi entregue um papel com condições de compra ou o que quer que fosse, apenas nos foi entregue a nota de encomenda e respectivo orçamento com prazo de entrega de 10 a 12 semanas após aprovação dos desenhos técnicos (ou seja, não seguem para produção sem a tal aprovação).
Uma vez o dinheiro do lado da Interdesign começaram então a surgir os problemas, falhas na encomenda/orçamento e falta de profissionalismo e competência.

Cerca de 24 horas após o pagamento, a decoradora contacta-nos a dizer que reparou que não pôs no orçamento o estrado e o sistema elevatório. De notar que o cliente não tem noção se isso vem ou não no orçamento, pois simplesmente aparece cama, tecido da mesma e mesas de cabeceira. Ora, se não foi colocado o estrado, pergunto então o que nos foi vendido. Visto que a definição de cama é móvel constituído por uma estrutura retangular sobre o qual se coloca um colchão, fica a questão de onde iríamos então colocar o colchão? No chão? Não se compreende como é que, com um processo já por si demorado, não foi possível informar o cliente à priori de que estaria a comprar uma cama sem estrado e sem sistema elevatório antes do mesmo proceder ao pagamento.
Apesar de já bastante desagrados decidimos desistir das telas e acrescentar mais dinheiro para colmatar o valor das 'novas' peças (quase 400€).

Para confirmação de medidas em espaço real, a decoradora deslocou-se à nossa casa. Eis que a cabeceira da cama tinha uma altura de 90cm, sendo que em nenhum momento foi discutida a compra de uma cabeceira tão baixa, quer ao falar com a decoradora, quer com o que nos foi mostrado em catálogo e em projeto 3D. Acho que não se espera que um cliente de uma loja de renome ande com uma fita métrica atrás para percepção real das dimensões do móvel que está a comprar. Nesta situação bastaria pormos umas almofadas na cama para deixarmos de ver a tal cabeceira. Convenhamos que um sommier com arrumação não é baixo, acrescentando o colchão em cima iria já por si rondar os 70-75cm, sobraria de cabeceira 15-20cm. Uma vez mais, foi-nos criada uma expectativa não correspondente à realidade, levando o cliente à ilusão e ao engano, não sendo assumida qualquer responsabilidade e, pior, pedindo (mais uma vez) retificação sobre o valor inicialmente pago (mais 200€ pelo acrescento de 30cm).

Após tanto erro e falta de responsabilidade por parte da marca, decidimos desconfiar de tudo o que se encontrava no orçamento e, para nossa surpresa, o tapete da sala, que supostamente teria o mesmo comprimento do sofa (250cm, dito pela decoradora), tinha 165cm. Medidas completamente irrisórias para o projeto em questão e que em nada correspondem ao discutido e apresentado em loja. Erro assumido pela decoradora, mas um tapete com as dimensões por ela apresentado e discutido seria mais umas centenas de euros. Mais uma vez, induzem-nos à ilusão e ao engano.

No dia 10 fevereiro contactei a loja informando do descontentamento de todo o processo e que, visto que ainda não tínhamos seguido sequer para aprovação dos desenhos técnicos, queríamos cancelar a encomenda e queríamos a devolução do valor (quase 5.000€). Como já referido, em momento algum nos foram apresentadas as condições de compra da Interdesign, tal não é o nosso espanto quando somos informados que não é possível cancelamento e devolução do valor, que isso só é possível nas primeiras 24h após pagamento. A Interdesign mostra assim, mais uma vez, que prima e orgulha-se em levar o cliente ao engano.
Fica a questão: visto que o projeto ainda não seguiu para produção qual é a razão para não devolverem o dinheiro? Usam o dinheiro dos clientes exatamente para o quê?
Por cima de tudo isto enquanto estava em chamada com a decoradora, percebo que a mesma me pôs em alta-voz e ainda oiço outra colaboradora a rir-se.

Dia 13 fevereiro deslocamo-nos à loja para tentar proceder ao cancelamento da encomenda, mais uma vez, é-nos dito que nada podem fazer e que não existe nem gerente nem chefia na loja em questão, apenas podemos apresentar o nosso descontentamento por email.

Decidimos então (pela TERCEIRA VEZ) expor a situação ao departamento jurídico/chefia da marca, sendo que nem sequer é possível contactar a mesma diretamente, apenas se pode contactar a decoradora (que por 3 vezes forneceu o seu email errado) e a mesma reencaminha para o email info@interdesign.com.pt. Tentámos resolver com a marca de forma calma e ponderada, não obtendo qualquer resposta.

Extremamente difícil levar esta empresa/marca a sério. O último contacto foi feito a 16 de fevereiro e até agora ninguém se designou a falar connosco.

De referir que a lei (84/2021) encontra-se é bastante clara, com tantas falhas por parte da Interdesign só podem é proceder à devolução do dinheiro e a não devolução do mesmo, a nosso ver, eleva esta situação para um caso de burla grave.

O caso encontra-se entregue a advogados e centro de arbitragem de conflitos de consumo de Lisboa.

Continuamos a aguardar resposta da marca que no Livro de Reclamações refere já nos ter esclarecido em relação a tudo, o que de si é interessante visto que não nos dirigem a palavra, nem respondem a emails desde 16 de fevereiro. Mais uma vez a mostrarem-se mentirosos.

Continuamos a aguardar resolução...
Interdesign continua a dizer que não temos direito ao nosso dinheiro