Groupon fecha em Portugal

A empresa de vendas com descontos através da Internet deixou de funcionar em Portugal, contudo garante que vai fazer o possível para ninguém seja prejudicado.

Groupon fecha em Portugal

A Groupon, multinacional de compras online com descontos, fechou a actividade em Portugal, como parte de um plano para impulsionar o crescimento, que passa por concentrar esforços nos mercados mais rentáveis. Os cupões já adquiridos continuam válidos até à data acordada. “Os nossos parceiros irão aceitar o seu voucher. Se preferir, poderá receber um reembolso total do seu voucher através do apoioaocliente@groupon.com”, indica a Groupon. O pedido de reembolso terá de ser feito até 15 de Março e qualquer devolução de artigos terá de ser feita também até essa data.

“Lamentamos informar que a 25 de Janeiro de 2016 a Groupon cessou a sua actividade em Portugal e, como tal, não nos é possível oferecer-lhe nenhuma proposta hoje”, indica uma mensagem no site português. Aos clientes, a empresa enviou um e-mail nesta terça-feira em que começa por dizer que, “após uma cuidada análise do mercado português”, decidiu encerrar “definitivamente a actividade”. 

No e-mail, Nicola Cattarossi, o director-geral para a Europa do Sul da multinacional americana, garante que a decisão de fechar a plataforma de compras colectivas “não foi tomada levianamente”. “Procedemos a uma avaliação da nossa presença a nível global, e analisámos os mercados onde o potencial de mercado e o investimento necessário se complementam. Uma vez que não existem condições para uma actividade lucrativa num futuro próximo, foi tomada a difícil decisão de cessar a actividade em Portugal”, lê-se.

A multinacional, que é cotada no Nasdaq, em Nova Iorque, não tem conseguido crescer e já tinha anunciado cortes no ano passado: em Setembro, comunicou o despedimento de 1100 pessoas e o fecho de actividades em sete mercados. No terceiro trimestre de 2015, a empresa teve cerca de 25 milhões de euros de prejuízos. As receitas foram de 658 milhões (ligeiramente abaixo do mesmo trimestre de 2014). Ao todo, os utilizadores fizeram 1356 milhões de euros em compras, o que significou uma pequena descida de 18 milhões. As acções valem hoje aproximadamente dez vezes menos do que na data de estreia em bolsa, em Novembro de 2011.

A Groupon, que foi criada em 2008 e tinha chegado a Portugal em meados de 2010, tem um modelo de funcionamento que consiste em disponibilizar, por períodos de tempo limitados, descontos na compra de produtos e serviços de outras empresas, desde reparações em oficinas a refeições em restaurantes. Foi a primeira empresa a lançar o negócio das compras colectivas numa altura em que a crise económica impulsionou promoções e descontos no comércio.

Nos primeiros cinco anos de existência, a Groupon chegou a 48 mercados, depois de um ano e meio focada nos Estados Unidos. Rapidamente surgiram concorrentes com o mesmo modelo de negócio, nomeadamente em Portugal, como a Lets Bonus, Odisseias ou Goodfashion. E sites que agregaram todos os descontos disponíveis.

Um deles, a Yunait, elaborou um estudo sobre o comportamento do consumidor português e concluiu que quase 60% das transacções diárias feitas nos sites de compra colectiva em Portugal se destinam à aquisição de viagens, estadias em hotéis, cruzeiros ou spas. Os portugueses são dos que mais dinheiro gastam nas ofertas na área do turismo e, também, dos que menos investem em tecnologia ou gadgets. Em Espanha, o turismo representa 32% do volume diário de compras. Em Itália, 45%.

 

Fonte: Jornal Público

 

 

 


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