Venho por este meio manifestar o meu descontentamento e total reprovação do atendimento desta entidade.
Passo a descrever a situação: em Dezembro do ano passado, 2018, o meu marido foi vítima de dois acidentes vasculares cerebrais que o deixaram incapacitado, não podendo falar, andar, escrever, etc.
A seguir ao seu internamento, recebi várias chamadas de um número desconhecido e, quando tive oportunidade de atender, fui informada pela Cetelem que o meu marido tinha contraído uma dívida que ultrapassava já os 1000 (mil) euros e que teria de a pagar, ou seguiria para tribunal. Eu, estupefacta, nada sabia desta dívida, nem de nenhum contrato de crédito com esta empresa, nem tão pouco como a Cetelem havia chegado ao meu número de telemóvel, uma vez que eu não fazia parte deste contrato de crédito, como muito bem me informaram.
Ainda assim, para evitar problemas futuros, prontifiquei-me a saldar a dívida, em regime de prestações. Os dados para pagar a primeira prestação foram-me entregues de imediato, assim como no mês seguinte, e todos os valores foram pagos.
Em Fevereiro, esperei que me contactassem novamente para me fornecerem os dados e o valor a pagar, mas só o fizeram em Março, pelo que fui obrigada a pagar duas prestações simultaneamente.
Em Abril, com receio que não me contactassem e me obrigassem a pagar valores acumulados, tomei a liberdade de ligar para a Cetelem e pedir os dados para pagamento, pelo que mos forneceram sem problema algum.
Hoje, dia 7 de Maio, voltei a ligar e falei com uma funcionária que me informou que, devido à proteção de dados, não poderia prestar informações de crédito a terceiros. Eu compreendi a situação, só não compreendi por que razão, desde Dezembro do ano passado, a própria Cetelem entra em contacto comigo para me informar que tenho de pagar uma dívida de um terceiro, de um contrato do qual eu não tenho conhecimento nem nunca fiz parte. Certa de que haveria algum engano, perante a funcionária a insistir que não me daria os dados para pagar e que o melhor seria fazer uma reclamação, desliguei o telemóvel e tentei fazer uma nova chamada, esperando falar com alguém que me esclarecesse esta situação. A segunda funcionária que me atendeu disse o mesmo discurso e explicou que o que os outros colegas tinham feito, nomeadamente, entrar em contacto comigo e exigir-me um pagamento, sem eu fazer parte deste contrato de crédito, era fraude. E eu pergunto: o que é feito do dinheiro que eu tenho andado a pagar às prestações? Foi-me dito que a Cetelem de facto está a receber esse dinheiro. E aceitam dinheiro que é pago por vias fraudulentas?
Tendo desligado a chamada, porque, claramente, as pessoas que me atenderam não tinham capacidade para resolver esta situação, recebo uma nova chamada por parte da Cetelem.
Desta vez, explicaram que esta é situação excecional e deram-me os dados que eu já havia pedido duas vezes sem sucesso. O atendimento, desta vez, foi mais esclarecedor e compreenderam melhor a minha situação.
Realmente, não consigo perceber a forma de trabalhar desta entidade, nem percebo como as regras mudam de funcionário para funcionário. Gostaria, ainda, que me esclarecessem acerca da forma como conseguiram o meu contacto telefónico, pois, como vocês muito bem dizem, existe uma política de privacidade de dados.
Quero também demonstrar o meu descontentamento em relação à forma insensível como se dirigem aos clientes, pois estamos a falar de uma pessoa doente e incapacitada, sem possibilidades de saldar esta dívida ou, sequer, de tentar resolver esta situação. Eu mostrei a minha preocupação logo de início para resolver da melhor forma para ambas as partes, mesmo sendo um "terceiro".
Infelizmente, até conseguir acionar o seguro, que envolve muita burocracia, vou ter de pactuar com esta falta de profissionalismo, insegurança e dúvidas de funcionários que deveriam auxiliar o cliente, especialmente em momentos como este.
Não sei como vão proceder perante esta reclamação, mas aqui fica o meu testemunho.
Obrigada pela atenção.
Nota: para enviar esta reclamação, foi necessário sugerir uma categoria, da qual eu não tenho conhecimento, pois não sei de que dívida se trata.
Data de ocorrência: 7 de maio 2019
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