Sr. Presidente da Câmara de Lisboa,
Tenho 68 anos, sou aposentada após 43 anos de descontos e, nesta fase da minha vida, vejo-me seriamente ameaçada na cidade em que sempre vivi. Lisboa, a minha cidade, tornou-se uma armadilha gigantesca, um perigo permanente para qualquer transeunte: os desníveis dos passeios são uma constante, os buracos sucedem-se e, desde há meses, todas as paragens de autocarro, com o pretexto de obras de substituição que não se compreendem e se eternizam, transformam a já desesperante espera de transporte, com horários que nunca se cumprem, num incómodo e desconforto intoleráveis.
Andar na rua, movimentar-me na cidade, quer nas lides familiares quer em recreio, não pode nem deve ser um suplício que põe a minha saúde em risco e me faz sentir um ser frágil, sempre em risco de cair, como infelizmente me tem acontecido.
Quem me paga as dores de quedas frequentes, o sentimento de insegurança e a irritação (oposta à doçura que procura nortear os meus comportamentos) por esperar tempo sem fim por transporte superlotados?
Lamento dizer-lhe, Sr. Presidente, que durante a vigência do seu mandato, alguns dos problemas endémicos da cidade se agravaram, evidenciando falta de respeito pelos munícipes, e, não posso deixar de constatar, desprezo pela mobilidade segura dos cidadãos, nomeadamente dos seniores.
A segurança, a comodidade e o direito à mobilidade inclusiva dos lisboetas devem ser assumidos como uma prioridade, um dever dos eleitos!
Com os melhores cumprimentos,
Maria Fernanda Geraldes da Cunha Lopes
Data de ocorrência: 15 de abril 2024
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