No dia 5 de abril de 2022, recebemos um telefonema do Dr. Hugo Gregório para nos dirigirmos ao hospital CHV. O Zuma estava com uma hemorragia interna. O Zuma ainda abanou o rabo, levantou a cabeça e pousou-a nas pernas da tutora e passado uns momentos morreu na nossa frente esvaido em sangue. Como é compreensível, a minha filha ficou deitada em cima do cão a chorar e gritou “Vocês mataram o meu cão, vocês mataram o meu cão!” A sala estava cheia, médicos, enfermeiro e auxiliares. Estávamos destroçados. Dirigi-me ao Dr. Hugo Gregório e disse-lhe que se a morte do Zuma fosse na sequência de negligência do CHV, eles iriam ser responsabilizados. O Dr. Hugo Gregório, ainda que se tenha portado de forma menos correta anteriormente, nesse momento respeitou a nossa dor e compreendeu toda a revolta que sentíamos. O Dr. André Pereira, diretor clínico do CHV, que até esse momento se tinha escusado de falar connosco, decidiu aparecer, mais uma vez o tato e a forma de lidar com as pessoas é de lamentar, disse-me que não podia ir para ali falar assim. Refiro, mais uma vez, que a minha filha continuava num pranto deitada em cima do Zuma. Perguntei-lhe se aquele era o Dr. André que a minha filha tanto admirava, que no dia anterior tinha aberto a porta do consultório, sabendo o que estava a ser discutido, para dizer ao colega que tinha pacientes à espera. Que nem sequer nos tinha cumprimentado, um simples “Boa tarde”, ao que me respondeu que não me conhecia de lado nenhum. Perguntei-lhe se não conhecia as regras básicas de boa educação e lamentava que enquanto diretor clínico não tivesse tido outra atitude. Tinha a obrigação de falar connosco. A minha filha no dia anterior tinha estado na sala de espera toda a manhã com medo de que o Zuma morresse e ela não estivesse presente e ele tinha passado por ela várias vezes e não lhe tinha dirigido a palavra. Respondeu que não passavam por ali muitas estagiárias e não se lembrava de todas. Referi que não era isso que estava em causa, era a dona de um cão que estava a morrer e ele enquanto diretor clínico tinha a obrigação de lhe ter dado uma palavra. Ficou exaltado e teve uma postura corporal totalmente desadequada e ofensiva, dirigindo-se fisicamente para mim de forma arrogante. O meu marido meteu-se entre nós os 2, eu agarrei o braço do meu marido e o Dr. Hugo pediu ao Dr. André para sair. Foi tudo muito rápido. Até essa altura, esse senhor nunca apareceu, não deu a cara e escolheu aquele momento para fazer o disparate que fez sem respeitar a dor e o estado emocional alterado em que as pessoas se encontravam. Lamentável! Mais uma vez o tato deixa muito a desejar! Ressalvo, que este comportamento não se estende, felizmente, a todo o pessoal deste hospital. Enfermeiros e médicos, alguns que tinham estado já com a minha filha durante os estágios, e outros colegas também, foram impecáveis. A esses deixo o nosso sincero agradecimento!
Data de ocorrência: 8 de abril 2022
Para deixar o seu comentário tem de iniciar sessão.