Eu passei na formação de 4 dias desta empresa e comecei a trabalhar. Na formação, foi dito que no primeiro mês, não seriam cobrados resultados de vendas. Ontem, fui chamada porque estava "muito abaixo da porcentagem de vendas". Para além, sou brasileira, e, obviamente, não sei falar português de Portugal. Apesar de adaptar bem algumas coisas, não tenho sotaque, e nunca terei. Na semana passada me perguntaram se eu sabia bem inglês porque eu não sei falar "e-mail" da forma como eles falam; ontem, fui questionada se eu compreendia bem PORTUGUÊS porque eu não estava a compreender bem algumas ligações, ou algumas questões diferentes da língua. É bom lembrar que muitas chamadas têm ruídos da própria chamada e dos colegas, e mesmo que as linguagens são diferentes e que os próprios clientes, muitas vezes, possuíam dificuldades para me compreender. Se eles queriam alguém que falasse português de Portugal, que assumissem que são uma empresa xenófoba já de começo e contratassem só portugueses! Para além, cada hora eu recebia uma informação: uma hora não era bom fazer agendamentos, outra hora não era bom fazer fechos negativos, outra hora não era bom fazer nenhum dos dois, mesmo que os clientes não quisessem o produto. Outra hora o certo é você forçar o produto para o cliente, mesmo que eu tenha sido orientada a não forçar mais de 2/3 vezes. Quando disse isso tudo à líder ao avisar hoje que estava saindo, e sugeri que os de cima fizessem uma reunião para não nos estar a dar informações erradas, foi o mesmo que nada, porque foi como se apenas ela estivesse com a razão. Foi como se eles não dessem informações truncadas, e eu apenas é que cometesse erros porque eu é que sou iniciante. Por fim, na quinta e na sexta passadas eu estive doente, e na sexta eu fui trabalhar mesmo com atestado médico, não por dinheiro, mas porque não gosto de faltar com os meus compromissos, e hoje, ao mencionar isto ao pedir para sair, tive de ouvir que fui trabalhar para receber! Achei que todos os líderes haviam "passado pela formação e haviam aprendido que não se julga as pessoas". E eu realmente não sou uma pessoa que liga muito para dinheiro e condições financeiras, e ouvir isto só me fez ter mais certeza que sair de lá era a coisa certa a se fazer! Então fica aqui mais uma sugestão: passem a contratar apenas pessoas cá nascidas, assumam que são xenofóbicos e pessoas apenas com experiência em call center e/ou em vendas. Pelo menos assim, não vão ter de, no meio da segunda semana de trabalho, estar de cobrar porcentagens de vendas de uma pessoa que, mesmo tendo conseguido fazer uma venda, quando vocês disseram que isto não seria necessário, e nem de perder tempo com formações, e se sentirem superiores ao receber sugestões, para que o processo seja mais ágil para si, e menos penoso para os que sequer recebem um ordenado mínimo para pagar suas contas.
Com os meus melhores cumprimentos.
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