Escola de Condução Radical - Discriminação e preconceito

Bom dia,

Venho por este meio apresentar uma reclamação da escola de condução Radical, sediada na Avenida General Roçadas 48A, 1170-158 Lisboa, por ter visto os meus direitos intimamente lesados como cidadã portadora de deficiência.

Passo a explanar a situação:

Foi-me explicado logo no início como funcionava a escola: 32 aulas de código e 28 aulas de condução, e que após ter concluído todas as aulas de Código, podia marcar o exame de código e iniciar as aulas de condução.

Pois bem, acabei as aulas de Código e marquei o respectivo exame. Neste seguimento, fui para marcar as aulas de condução, e foi-me dito que não podia fazê-lo porque tinha de passar no exame de código primeiro. No entanto, os alunos sem deficiência começavam logo as aulas de condução e não era colocado nenhum entrave como a mim foi colocado, até porque, enquanto frequentei a escola, muitos alunos que chumbaram no exame de código assistiam novamente a algumas aulas de código e continuavam as suas aulas de condução.

Tentei perceber o porquê, mas disseram-me que era melhor assim, e embora tenha ficado incomodada com a situação, aceitei.

Uns dias depois, ligam-me da escola a dizer que tinham uma vaga e se podia ou queria ter uma aula de condução, sendo que a minha resposta foi: “mas eu não tenho que passar no exame de código primeiro?” e a secretária da respetiva Escola diz-me que não.

Nesse mesmo dia dirijo-me à escola e questiono, mas desta vez de forma mais direta – “porquê?!... porque é que eu não posso começar a ter aulas, se os outros colegas podem, e se tem alguma coisa a ver com o facto de eu ser portadora de deficiência”. A senhora diz-me que não, é que vai esclarecer com o coordenador. O mesmo coordenador que, anteriormente, tinha dito que eu não podia fazer as aulas, e que perante a pergunta, desta vez disse que eu podia marcar. Questiono novamente o motivo de ter sido impedida de ter começado as aulas de condução e ninguém me quis explicar. E perante esse facto desisti.

Se eu soubesse que ia ser vítima de discriminação nunca me teria inscrito em tal escola. A minha deficiência não é cognitiva, nunca foi. Quando me inscrevi apresentei um atestado e antes disso realizei testes neurológicos e de aptidão, para no fim um senhor (coordenador) julgar-me de acordo com os seus preconceitos e impedir-me de fazer as aulas. Sendo que depois não assumiu a responsabilidade e sabendo que a minha licença estava a acabar.

Foi claramente uma situação de discriminação e preconceito, mas analisando por outra perspetiva posso presumir também que pode ter sido uma forma de conseguirem mais lucro, só lamento, que tais situações ainda acontecem. Foi extremamente desagradável…

Grata desde já pela atenção dispensada e com os melhores cumprimentos