Venho por este meio apresentar uma reclamação à agência funerária Espiga Mágica - Agência Funerária Unipessoal Lda., pela prática de preços abusivos e aproveitamento de situação de fragilidade em que me encontrava, devido ao falecimento do meu marido, a 20 de Novembro de 2011.
Desconhecendo os preços praticados por outras agências e por ser a primeira vez que recorro a este tipo de serviços, confiei na Espiga Mágica, por me ter sido recomendada por uma pessoa conhecida, que mais tarde fiquei a saber que tinha acordo com a agência. Foram-me apresentadas apenas três opções de urnas, todas acima do valor de três mil euros e que mais tarde vim a constatar que se tratavam de urnas que não eram utilizadas para efeitos de cremação e que por esse facto eram mais caras. Para além deste facto, antes da prestação do serviço, não facultaram orçamento pelo serviço global.
Acabei por aceitar o serviço, por estar fragilizada e não ter disposição para procurar outra agência. Durante o velório, uma pessoa amiga, cujo familiar também havia falecido há pouco tempo, referiu que o valor que pagou por um funeral semelhante (condições e localização), realizado por outra agência, foi 2720 euros inferior ao praticado pela Espiga Mágica, Lda. e facultou-me cópia da factura.
Pelo facto, antes de efectuar o pagamento reclamei o valor abusivo e a falta de transparência nos preços (inexistência de tabela de preços e orçamento), apresentando a cópia da factura da outra agência para comparação, mas como o serviço já tinha sido prestado acabei por pagar. Alegando que o computador estava avariado, não me facultaram a factura no acto do pagamento, só após uma semana.
Usando de má fé, a agência dissimulou o orçamento, entregando-o posteriormente para assinar em branco, no meio dos requerimentos do subsídio para a segurança social. No orçamento foi alterado o preço da urna, que havia reclamado, e foram acrescentados ‘outros serviços’ não especificados (nunca acordados), para perfazer o total de 4465 euros.
Para pagar o funeral tive de pedir um empréstimo a um familiar, dado que eu e o meu marido dispúnhamos de uma reforma de apenas 500 euros. Após dois meses e meio, ainda sem receber o subsídio de funeral, dirigi-me à segurança social para saber as razões da demora e afinal o requerimento só tinha sido entregue pela agência no dia 29/12/2011, 40 dias após o falecimento do meu marido.
Legalmente nada posso fazer para responsabilizar a agência, mas pelo menos deixo o meu testemunho, para que não hajam mais pessoas a ser lesadas. Já é suficientemente triste a situação de perder alguém que nos é querido, quando mais ter de lidar com estas situações. É lamentável encontrar empresas sem escrúpulos, que não se preocupam com a qualidade do serviço, tirando proveito da fragilidade emocional dos clientes.
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