Hoje pelas 8:20 da manhã entrei na camioneta 15 (a que vai com destino à praia de salgueiros), na paragem do Tribunal, e solicitei ao motorista que me apoiasse, no sentido de me indicar qual a paragem que fica em frente à Escola D. Pedro I, pois esse era o meu destino. Sou invisual e necessito deste tipo de apoio, sem o qual não me consigo orientar, até porque não resido nessa área. Sentei-me no banco da frente ao lado direito do motorista, para que este me indicasse qual a paragem que eu tinha de sair e para que o pudesse fazer de forma rápida e eficaz. Quando me dirigi ao motorista para o questionar sobre que camioneta tinha de apanhar para depois regressar, o mesmo respondeu-me que se esqueceu de mim, e pelos vistos eu já estava perto da última paragem, pelo que depois tive de regressar na mesma camioneta em direcção ao meu destino. Em causa, estava o poder concorrer ou não a um concurso público, uma vez que tinha de estar num local às 9:00 e só consegui lá estar pelas 9:10. Sou cega e não posso desperdiçar oportunidades de trabalho, dado que estou numa situação financeira muito frágil pelo preconceito que as pessoas têm em contratar alguém invisual, pelo que não podia perder esta oportunidade. Felizmente ainda consegui entrar na prova, mas quero demonstrar o meu descontentamento, visto que se o motorista não se sentia capaz de me ajudar, que tivesse dito, que eu teria solicitado ajuda a outro passageiro que viajava no mesmo transporte. Noutros transportes existe um apoio de voz que indica qual a paragem em que nos encontramos, pelo que se essa empresa não tem, deverá formar os seus colaboradores para que fiquem sensíveis para este tipo de situações.
Data de ocorrência: 17 de julho 2019
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