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Externato do Parque - Processo de seleção de crianças discriminatório - recusaram o meu filho por ser autista

Sem resolução
Ana Ruivo Silva
Ana Silva apresentou a reclamação
7 de fevereiro 2023
Como profissionais de ensino deviam saber que não é de todo possível avaliar uma criança através da realização de uma aula de educação física, num espaço que não conhece, com pessoas que não conhece e na presença dos pais, pois como é sabido o comportamento das crianças é diferente estando na presença ou não dos pais.

Irei resumir o processo pelo qual passamos no vosso processo de seleção para o revejam e não cometam as mesmas falhas com outras crianças em futuros processos de admissão.

• Realizei no vosso site a inscrição do meu filho em dezembro de 2022 para o ano letivo que está a decorrer (2022/2023).
• Posteriormente fui contactada para realizar uma entrevista com o objetivo de conhecerem os pais e indiretamente a criança, uma prática muito comum na maioria dos estabelecimentos de ensino privado.
• Na inscrição, em todos os contatos e inclusive na entrevista, foi sempre referido que a inscrição seria para o ano letivo a decorrer, o que seria possível face à desistência de uma aluna por mudança de país e assim o meu filho ocuparia a vaga dessa aluna. Esta informação foi-me dada pela coordenadora que me entrevistou e confirmada também pela educadora da criança que saiu.
• Na entrevista foi-me dito que são um estabelecimento de ensino inclusivo e que aceitam crianças com necessidades especiais. Quando referi que o meu filho tinha diagnóstico precoce de autismo, com atraso global de desenvolvimento a abordagem na entrevista mudou um pouco. Dizendo que teriam de saber quais as “limitações” da criança e as necessidades para compreenderem os impactos para eles em aceitarem o meu filho. Mostrei-me disponível para enviar o relatório do diagnóstico o que fiz no final da entrevista por e-mail.
• Dias depois fui contactada novamente onde me indicaram que dada a especificidade da criança seria importante conhecerem-na pessoalmente e convidaram-nos a levar o nosso filho para realizar uma aula de educação física para que a educadora o pudesse conhecer. Apesar de não me fazer sentido levar a criança a participar da aula, aceitei o agendamento pois deduzi que não fossem apenas sujeitar a criança à aula e tirarem conclusões com base nisso, mas também que houvesse outra abordagem ou estratégia de avaliação que não me tivesse sido transmitida ao telefone, o que na verdade não se confirmou.
• No dia 25/01 apresentamo-nos no vosso estabelecimento e fomos encaminhados para a sala onde se encontrava a educadora. Tendo em conta que a aula de educação física se iria realizar no ginásio, seguimos a orientação da educadora e fomos em fila com os restantes alunos e a educadora até ao pavilhão. O suposto, ou o desejado pelo estabelecimento de ensino, creio eu, seria que o nosso filho fizesse o mesmo que os restantes alunos que já conhecem o espaço, que já se conhecem a todos, que já conhecem o professor de ginástica e a educadora. Como é óbvio o nosso filho por iniciativa própria não fez o que as outras crianças fizeram, optando por observar e ficar próximo dos pais, próximo da sua zona de conforto. Nós pais por nossa iniciativa é que o incentivamos a participar nas atividades que na sua maioria acabou por fazer e a nosso ver muito bem. Não houve qualquer iniciativa por parte da educadora em tentar conhecer o nosso filho, em incentivá-lo a realizar as atividades ou tentar integrá-lo. Durante o tempo da aula apenas nos abordou para questionar se o nosso filho já controlava os esfíncteres e se ele fazia terapias. Dissemos que sim ao que ela indicou que estas crianças com necessidades especiais precisariam de um acompanhamento diferente e que usando ainda fralda seria necessário em conjunto com a restante equipa pedagógica avaliarem se teriam condições para o receber.
Aquela informação deixou-nos incomodados e mais ainda quando percebemos que a visita terminaria ali e que não iríamos reunir em sala ou outro ambiente mais tranquilo para conversarmos e principalmente ela conversar ou avaliar o nosso filho noutro contexto.

Fiquei tremendamente incomodada com toda a situação e senti-me na verdade enganada, saí do estabelecimento com uma sensação de revolta por nos termos sujeitado aquela situação que na verdade não permite tirar qualquer conclusão da especificidade da criança face ao método utilizado. E claro viemos a concluir dias depois com um telefonema que não teriam capacidade e condições para aceitar o nosso filho, mais uma vez face à "especificidade" da criança.

Na verdade, aquele contacto não me surpreendeu, dada à indiferença da educadora face à criança durante o “suposto processo de avaliação”, no entanto fiquei com uma questão:
Que conclusões tiraram de 30 minutos de aula em que na verdade mesmo estando fora da zona de conforto com o incentivo dos pais a criança realizou praticamente todos os exercícios e em que foi quase inexistente qualquer abordagem da educadora à criança ou até mesmo conversar com os pais sobre as características da criança, os seus hábitos ou comportamentos?

Não é preciso ser-se profissional de ensino para afirmar que não é possível no contexto relatado avaliar o que quer que seja a uma criança de 3 anos, volto a referir 3 anos, que na verdade face ao contexto e à sua dita “especificidade” realizou a maioria dos exercícios supostos.

É lamentável fazerem os pais e criança passarem por esta situação. É lamentável dizerem que são um estabelecimento inclusivo e quando confrontados com a inscrição de uma criança com autismo esteja sujeita a uma avaliação desta natureza. É lamentável também não estar nas vossas condições de admissão que as crianças com fralda são fator de exclusão, apesar de a coordenadora na entrevista twer dito que isso não seria motivo de exclusão, mas a educadora mostrou o contrário quando levantou a questão.

Bem não me vou alongar muito mais pois aquilo que queria mostrar está mais do que claro no texto acima.

Não faz sentido fazerem passar os pais e a criança por uma situação destas, sejam transparentes e frontais perante inscrições com as quais não têm interesse em dar continuidade.

Espero que com isto reflitam sobre a vossa forma de seleção das crianças com necessidades especiais e se necessário contratem ou envolvam pessoas com competência técnica a participar desse processo.
Data de ocorrência: 25 de janeiro 2023
Esta reclamação foi considerada sem resolução
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