Como não obtive uma resposta concreta, da reclamação apresentada à Administração do Hospital Escolar Veterinário, venho deste modo alertar os utilizadores deste hospital a não confiarem os vossos animais no serviço de internamento.
No 22 de abril de 2022, por volta das 9:00 horas, levei o meu cão ao serviço de urgência do Hospital Escolar Veterinário, porque se encontrava com ritmo cardíaco bastante acelerado.
Por indicação da médica cardiologista que assistiu o meu cão nesse dia, na urgência, o meu animal tinha de ficar internado, pela primeira e única nesse hospital, com bastante relutância da minha parte. Aceitei o internamento porque me foi dito que seria o ideal para estabilizar o meu cão.
Acontece que, por indicação dos serviços do hospital, os cães internados não recebem visitas diariamente (apenas em dias alternados e sob marcação prévia). Atendendo a que se tratava de um fim de semana prolongado, com feriado na segunda feira, dia 25 de abril, as visitas, só se realizariam no domingo e na quarta feira seguinte. Sucede, que no dia seguinte ao internamento o meu cão faleceu. Tendo em conta esta regra absurda e desatualizada face à situação pandémica, os serviços do hospital escolar (internamento) não permitiram que os donos se despedissem do seu querido animal. Mais informo, que não fui contactada aquando do agravamento significativo do estado geral do mesmo, impossibilitando-me de o ver ainda com vida.
Na sexta-feira ao final da tarde, quando a médica do internamento me telefonou a dar notícias do estado de saúde do meu animal, fiz-lhe um pedido muito especial de o poder visitar no dia seguinte, mesmo quebrando a regra de visita em dias alternados. Foi-me dada a justificação de que caso a situação do animal sofresse alguma alteração ou fosse grave, me contactariam. Algo que lamentavelmente não aconteceu e contribuiu para este desfecho.
De lamentar ainda que os médicos que o viram na urgência na 6ªfeira, dia 22 de abril, não foram transparentes ao ponto de transmitir a verdadeira gravidade da situação clinica do animal, nomeadamente relativamente ao seu prognóstico desfavorável a curto prazo. Perante esse cenário poderia ter estado/acompanhado os últimos momentos de vida do meu animal e não ter optado pelo seu internamento. Por sua vez os serviços de internamento, não tiveram a sensibilidade suficiente para permitir uma visita ao animal, no dia seguinte, sábado de manhã. Vindo o meu cão a falecer sábado à tarde. É triste que assim seja, que estes profissionais não sejam dotados de sensibilidade e humanidade suficientes para lidar com este tipo de situações.
Os horários e a forma como as visitas estão organizadas devem mudar quer para o bem-estar dos animais e seus donos, de modo a ser permitida a visita diária dos donos aos seus animais internados.
Como o comportamento acima descrito parece-me intolerável e inadmissível, venho, por este meio, apelar que os médicos veterinários sejam dotados de maior sensibilidade para as situações graves, de modo a que estas sejam menos penosas, quer para os donos, quer para os próprios animais. Numa situação e noutra deve existir maior transparência, comunicação clara, sensibilidade e humanismo na comunicação dos factos e não realização de tratamentos/internamentos potencialmente fúteis, perante a gravidade clínica do animal.
Reitero os meus sinceros desejos de que esta lamentável situação não se repita, com outros animais internados. Espero que o hospital proceda a alteração de procedimentos no serviço de internamento, de forma a permitir que os animais internados possam receber a visita diária dos seus donos.
Data de ocorrência: 19 de julho 2022
Para deixar o seu comentário tem de iniciar sessão.