Exmos. Srs.,
Venho por este meio expressar o meu total desagrado pela forma como a V/ empresa prestou o serviço de mudanças, no passado dia 28/11/2018, que decorreu entre a Rua Cesário Verde nº35 – 1ºEsq. em Queijas (local de recolha) e a Rua José Ramos Coelho nº10 em Barcarena (local de entrega).
Passo a mencionar as situações que me levam a redigir esta reclamação, para as quais solicito uma resposta pronta e esclarecedora da V/ parte:
1. Recebi a visita do V/ comercial, Sr. Filipe Queiroz, no dia 09/10/2018, na morada de recolha para proceder ao inventário do recheio a transportar no serviço de mudanças e apresentação da respectiva proposta de orçamento;
2. Após listar todo o mobiliário da habitação, foram nessa data logo identificadas várias peças cujo manuseamento e transporte estariam ainda sujeitos a confirmação, tendo essa questão influência directa e expressiva (devido à quantidade e volume) na totalidade da carga a desmontar, embalar, transportar e voltar a montar, bom como no respectivo tempo de trabalho previsto para a equipa que prestaria o serviço;
3. No dia 11/10/2018 contactei através de e-mail o Sr. Filipe Queiroz, confirmando que seriam retiradas uma série de peças de mobiliário da listagem inicial e solicitando nova proposta de valores para que a mudança pudesse ocorrer num só dia. Recebi indicação positiva do mesmo e novo orçamento, pela mesma via, no final desse mesmo dia, reajustado de acordo com a nova realidade (Anexo I);
4. Foi-me também na altura enviado um documento intitulado “Gestão da Mudança – Planeamento PO 18.398” onde está expressa a previsão da duração da mudança, de acordo com 3 cenários possíveis – “Previsão Optimista”, “Previsão Mais Provável” e “Previsão Pessimista”. No caso da estimativa com maior probabilidade (95,4%) – “Previsão mais Provável, a duração da mudança poderia demorar entre 1 a 1,8 dias, ou seja entre 12 a 21,6 horas (Anexo II). De notar, desde logo, a enorme amplitude da margem apresentada, quando comparada com o nº de horas estimadas expressas no orçamento (9,6 horas) o que foi manifestamente enganador para o cliente quando analisou os custos da proposta;
5. Ficou então agendada a data da mudança para o dia 06/11/2018, tendo posteriormente sido reagendada para o dia 28/11/2018;
6. Na data da mudança, a equipa que se apresentou no local de recolha (Queijas), composta por três funcionários e um furgão com uma reduzida capacidade de carga (face às reais necessidades do transporte), aparentava desconhecer por completo quer a quantidade de mobiliário e embalagens a manusear/transportar, quer as condições de acesso às habitações de recolha e entrega, denotando uma evidente falta de planeamento que se veio a revelar decisiva e comprometedora na forma como decorreram os trabalhos durante o processo. Estava inclusivamente prevista e contratada a utilização de um elevador exterior, situação que a equipa presente no local ignorava totalmente;
7. Dois desses funcionários ocuparam todo o período da manhã com a desmontagem e embalamento apenas do mobiliário da sala, processo que se veio a revelar moroso e, em muitos casos, desproporcionado, como terei oportunidade de referir mais adiante;
8. O elevador exterior, contemplado na proposta de orçamento, chegou ao local pelas 14h00, onde permaneceu até às 18h00, tendo sido sugerido e aceite pelo cliente o prolongamento por mais uma hora para além das três inicialmente contratadas, com um custo adicional informado na altura de 25€ + IVA;
9. A utilização do elevador exterior, apesar de ser um elemento facilitador na retirada do recheio da habitação e transporte até à carrinha, obrigou a que um dos elementos da equipa ficasse “estacionado” em permanência junto à base do mesmo, deixando apenas os outros dois disponíveis para os trabalhos de embalamento e transporte de caixas até à plataforma elevatória;
10. Terminado o período de aluguer do elevador, foi exigido pelos elementos da equipa Movexpert o pagamento imediato de 276,75€ em numerário, referente à utilização do mesmo. Facto que apenas tive conhecimento nessa mesma altura, nunca tendo sido previamente informado, aquando da assinatura do contrato, nem tão pouco através de qualquer referência nos “Termos e Condições” (Anexo III) de que teria que ter o valor disponível para um pagamento imediato a efectuar no local, ainda para mais em numerário, sem ter qualquer documento legal de suporte que justificasse e comprovasse tal situação (fatura/recibo);
11. Durante o período de utilização do elevador exterior, para a retirada do recheio da habitação, rapidamente a carrinha disponível para o transporte ficou cheia e foi sugerido pelo cliente que um dos elementos da equipa realizasse o transporte dessa mercadoria para o destino, permitindo a descarga da mesma e o regresso para voltar a carregar mais mercadoria, enquanto os restantes elementos continuariam a retirar o recheio da habitação. Face ao exposto, que me parece a situação mais normal e lógica para uma adequada prestação do serviço, essa opção foi recusada pelos elementos da equipa com o argumento de que “as normas da empresa não permitem que os elementos da equipa trabalhem em separado, tendo que estar sempre todos juntos num mesmo local”;
12. Se essa “norma da empresa” é, ou não, verdadeira, é um facto que desconheço e do qual não obtive qualquer informação prévia por parte da Movexpert em relação às normas de actuação do seu pessoal. O que sei, é que fui confrontado, no local e no momento, com uma decisão de ter que abdicar de um dos factores que seguramente contribuiriam para uma maior rapidez na prestação do serviço. A carrinha, embora já cheia, acabou por se manter no local, e grande parte do restante recheio da habitação foi sendo colocada na via pública, para ser posteriormente recolhido após a primeira descarga no local de destino. Escusado será dizer que, caso os factores climáticos tivessem sido diferentes nesse dia (chuva) ou que alguém tivesse comunicado às autoridades policiais esta ocupação abusiva da via pública, esta situação não poderia ter acontecido, tornando ainda mais longo e demorado o processo da mudança o que, mais uma vez, demostra a inexistência de um correcto planeamento dos trabalhos e uma total falta de adequação dos meios disponíveis face ao levantamento de necessidades/proposta efectuados previamente pelo representante da Movexpert;
13. Só após as 18h00, altura em que terminou o serviço do elevador exterior, foi possível iniciar o primeiro transporte do recheio. Não sem antes a equipa ter solicitado o pagamento prévio das horas de trabalho já ultrapassadas e material de embalamento utilizado (tema ao qual voltarei mais adiante). Ou seja, com 9 horas já decorridas (e pagas) o serviço estava ainda muito longe da sua fase final. Lembro que o nº de horas estimado na proposta era de 9,6 (Anexo I);
14. Em simultâneo, foi imediatamente solicitado o pagamento antecipado de mais 4 horas adicionais (até às 22h00). Caso contrário, a equipa informou que não continuaria o serviço, uma vez que o nº de horas previamente contratadas (e já pagas) se tinha esgotado. Com parte do recheio retido dentro da carrinha de transporte e outra (grande parte) espalhado pela via pública, o cliente ficou completamente à mercê das exigências que lhe foram impostas pelos funcionários da Movexpert. Nada confortável com esta situação, vi-me obrigado a aceitar as condições e a efectuar o pagamento;
15. Deu-se então início ao primeiro transporte entre o ponto de recolha e o ponto de destino, pelas 18h30. Uma vez que a equipa da Movexpert alegou que apenas trabalha com todos os elementos num mesmo local, o recheio que ficou na via pública a aguardar recolha teve que ficar à guarda de terceiros. Tal facto, como parece óbvio, isenta a empresa de qualquer responsabilidade sobre a guarda dos pertences do cliente, o que me parece nitidamente negligente, abusivo e contrário a qualquer serviço que se pretende competente e profissional;
16. Após efectuar segunda descarga do conteúdo da carrinha no ponto de destino, a equipa voltou ao ponto de recolha para voltar a carregar a viatura com mais mercadoria. Eis senão quando, enquanto aguardava pela chegada dos mesmos no destino, recebo um telefonema de um dos membro da equipa pelas 21h00, a solicitar novo pagamento de 503,04€ referente a 4 horas adicionais (das 22h00 às 2h00) e a um “suposto acerto” no valor já pago anteriormente pela utilização do elevador exterior. Alegadamente, quando operam com elevador exterior, o valor/hora da equipa tem um custo adicional, pelo que me foi solicitado um pagamento extra de 115,50€. Mais uma situação “improvisada” no momento e sobre a qual não me foi dado qualquer conhecimento prévio antes da contratação do serviço. Novamente, o cliente é coagido com o argumento “ou paga de imediato, ou vamos embora e levamos os seus bens que estão dentro da carrinha”;
Tendo eu solicitado o contacto de um responsável da Movexpert a quem pudesse ligar para esclarecer estas situações e manifestar o meu desagrado sobre a forma como os funcionários da empresa estavam a actuar, foi-me respondido “a esta hora, não há ninguém disponível para o atender…”;
17. Lá fui novamente forçado a efectuar novo pagamento, para que pudesse ter os restantes bens disponíveis para descarga no ponto de entrega. Essa descarga terminou perto das 0h00 do dia 29, sendo que as caixas com o recheio da casa ficaram praticamente todas armazenadas numa das divisões da casa (em vez de serem distribuídas pelos correctos pontos de destino) e nenhuma das peças de mobiliário chegou sequer a ser desembalada e ou montada pela equipa, situações previstas e contempladas na proposta inicial, que não foram cumpridas;
18. Tal como já referi no ponto 13, também em relação aos custos com o material de embalamento, o valor apresentado pela equipa excedeu grandemente o inicialmente previsto na proposta inicial (Anexo I), como é exemplo a quantidade de rolos de película filme (8€/cada) que, em vez das 4 unidades expressas no orçamento, resultou num acréscimo de 300%, tendo sido cobrados 12 unidades desse material, ou do rolo bolha (7,5€/cada) que das 3 unidades orçamentadas na proposta passou para 17 unidades cobradas ao cliente. Claramente a sua utilização foi abusiva e mesmo inútil, procurando imputar ao cliente custos desnecessários aos quais este, no final, não se poderia recusar a pagar. Enrolar um pequeno pedaço de madeira em 8 a 10 metros de pelicula filme reflecte, até para os menos versados nestas matérias, um claro exagero na utilização dos consumíveis cujo custo o cliente é forçado a suportar;
19. A Movexpert cobrou ao cliente 17 horas de trabalho. Sendo que considera cada período de 8h como um dia normal de trabalho (após o qual os valores/horam passam a ser agravados e nada têm a ver com os custos inicialmente orçamentados), sem que o serviço tivesse sido concluído nas condições desejadas, orçamentadas e contratadas pelo cliente, como referi no ponto anterior. Claramente o serviço foi mal preparado e planeado, atendendo ao anteriormente exposto e aos cenários apresentados no documento de planeamento criado pela própria empresa (Anexo II);
20. Mais importa referir que, não fosse a ajuda prestada por mim e pela minha esposa, que trabalhámos tanto como qualquer um dos 3 elementos da equipa Movexpert, a situação teria sido ainda mais dramática e o serviço seguramente se prolongaria madrugada dentro, com os inerentes custos adicionais a terem que ser suportados pelo cliente. As filmagens que a empresa efectuou atestam esta realidade;
21. Nos dias seguintes tentei o contacto com a Movexpert quer por via telefónica, quer por e-mail (Anexo IV), solicitado resposta por parte do comercial com quem tinha negociado a proposta (Sr. Filipe Queiroz) ou outro responsável da empresa que estivesse disponível para me atender e esclarecer sobre os pontos acima reportados. Até à data de hoje, não obtive qualquer retorno a esses contactos, assumindo a Movexpert, quanto a mim, uma posição de total arrogância, desinteresse e falta de profissionalismo, que me obriga a optar por outras vias para que consiga ter o privilégio de merecer o V/ esclarecimento sobre um serviço que já paguei, mas com o qual não me sinto de forma nenhuma satisfeito.
22. Nem o facto de, no final, eu não ter assinado os documentos que me foram apresentados pela equipa, que assumiria a minha concordância com o serviço prestado e os valores cobrados, foi suficiente para que algum responsável da Movexpert questionasse a razão dessa recusa. Apenas me foi transmitido nessa altura “se não assinar, não vai receber o recibo do pagamento…”. O Anexo V apresenta os valores dos vários pagamentos efectuados ao longo do dia, sobre os quais obviamente a Movexpert têm obrigação legal de me fornecer o respectivo recibo de liquidação. Ou será que prefere não o fazer e adoptar uma estratégia de fuga ao pagamento de impostos?
Ainda por cima é espantoso, e mesmo abusivo, a forma como a empresa se permite exibir um vídeo no seu site (* PROIBIDO *://movexpert.pt/2018/11/29/servicos-de-mudancas/) com imagens recolhidas por um drone no dia da mudança, apresentando este caso como “um exemplo de eficiência de serviço”, quando é sabido que o cliente visado tem a opinião contrária e aparece inclusivamente nas filmagens a participar activamente nos trabalhos que deveriam estar a ser efectuados pelos funcionários da Movexpert (Anexo VI).
Espero que as entidades, a quem vou enviar cópia destes documentos, consigam aquilo que eu não consegui – respostas da Movexpert sobre a sua conduta, rigor, honestidade e transparência, bem como a dos seus funcionários, na prestação dos serviços.
Existem centenas de empresas de mudanças. Seguramente as que prestam um bom serviço mantêm-se no mercado, as outras desaparecem em pouco tempo...
Voltaria a fazer negócio? Não
Me parece que esta reclamação também não está resolvida. Como deixam a marca mudar o estado?
Me parece que esta reclamação também não está resolvida. Como deixam a marca mudar o estado?
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