Sport Lisboa e Benfica - Auxílio médico incorreto em evento público

Caros serviços, venho através deste email dar conhecimento de uma situação que ocorreu no dia 03/06/2023, pelas 17h30 no Estádio da Luz, no âmbito do Encontro Anual de Escolas de Futebol do Benfica. O meu filho de oito anos integra a Escola de Futebol da Mata Mourisca, pertencente ao Concelho de Leiria, assim sendo esteve presente no evento referido.
No decorrer dos mini jogos entre as várias escolas, o meu filho sofreu uma lesão, ficando prostrado em campo sem capacidade de se mover, até à chegada da equipa de bombeiros presente no recinto do evento. Após a chegada da equipa de socorro, procuram perceber a existência de algum tipo de fratura na criança, após uma “vista de olhos” afirmaram várias vezes que não existia qualquer tipo de fratura referindo também que tinha bastante experiência nesta área, sendo que eu referi também várias vezes que o meu filho deveria ser examinado através dos meios necessários, como por exemplo deslocação através de ambulância a fim de realizar exames, de forma a garantir a inexistência de qualquer lesão mais profunda, sendo me respondido que se dispensava isso, já que estava na presença de um profissional de saúde. Assim a resposta a este meu pedido foi de que se resumia a uma simples entorse, apressando-me então para a retirada o meu filho do campo, uma vez que ele não podia estar dentro de campo, pois impedia que se realizassem os jogos. Resultou em que o tivesse que retirar ao colo de imediato para a casa de banho, pois por descarga de nervos o meu filho passou a vomitar e a defecar, não recebendo qualquer tipo de auxílio nem por parte da entidade do BENFICA, nem da parte da Escola de Futebol que frequenta, Mata Mourisquense.
Uma vez que confiei no que me foi dito pela equipa de bombeiros no estádio, mas também sem qualquer tipo de preocupação pela equipa de auxílio médico da escola de futebol que o meu filho integra, desloquei-me para casa através de autocarro em conjunto com a Escola de Futebol.
Não aceitando a agonia que o meu filho estava a passar na chegada a casa, tendo em conta que já tinha passado cerca de três horas ou mais na deslocação entre Lisboa e Marinha das Ondas, levei-o na minha viatura própria ao Hospital Distrital da Figueira da Foz, onde se atestou de que o meu filho tinha uma fratura na Tíbia direita, obrigando de imediato à colocação de gesso, o qual foi obrigado a usar durante oito semanas, tendo-lhe causada alguns distúrbios psicológicos, como por exemplo insónias, falta de apetite, vómitos constantes, receios e episódios de auto isolamento e choros descontrolados.
À saída da Urgência do referido hospital foi me questionado se seria necessária documentação para apresentar a seguradora, uma vez tratar-se de um acidente resultante de um evento público. Posteriormente, entrei em contacto com a Escola de Futebol, “Mata Mourisquense”, com o objetivo de acionar a seguradora, na qual após me fazerem esperar cerca de duas semanas pelas indicações quanto aos passos a tomar relativamente ao processo de comunicação do acidente à seguradora, foi me comunicado pelo clube que teria de pagar uma franquia no valor de 100€, sendo que também me foi dito que “sendo uma criança menor de idade, não havendo lugar a pagamento de taxas moderadoras, não haveria necessidade de recorrer à seguradora, evitando assim o pagamento da franquia referida”, ignorei o que me foi dito, pois por se tratar de um evento público, onde à partida (deixo à vossa avaliação) não tive o auxílio mínimo, decidi avançar para comunicação à seguradora, pagando a franquia, relembrando também que para renovar anualmente a inscrição cada jogador deve pagar um seguro comunitário.
Após várias consultas de Ortopedia, vários profissionais de saúde referiram que o auxílio não foi prestado nas devidas condições, tendo também em conta que se trata de um evento público organizado pelo clube do Benfica, onde deveriam existir os meios de prontidão necessários para a correta resposta a esta situação, sendo que isso não se verificou, podendo segundo vários profissionais de saúde devido à incorreta assistência ter resultado num agravamento da condição do meu filho.
Questiono assim como será possível a ocorrência deste tipo de situação atualmente, tendo em conta a legislação em vigor relativamente aos meios necessários para realizar um evento desta natureza, com a agravante de que o mesmo evento é desenvolvido por um clube com a abrangência do Benfica.

Fico a aguardar uma resposta da vossa parte relativamente à situação vergonhosa que vos acabo de descrever.



Atenciosamente, Tiago Cruz