Blog: O que fazem pela vossa Privacidade?

Ultimamente só se fala em privacidade (ou falta dela), proteção de dados (GDPR), brechas de segurança, etc… Mas o que fazemos para preservar a nossa privacidade individual e prevenir situações de risco? Maior parte das vezes, nada.

Blog: O que fazem pela vossa Privacidade?

Este artigo foi originalmente publicado pelo nosso utilizador Tomé Mendes numa plataforma de publicação de ideias e histórias, podendo fazer a sua leitura aqui.

 

Ultimamente só se fala em privacidade (ou falta dela), proteção de dados (GDPR), brechas de segurança, etc… Mas o que fazemos para preservar a nossa privacidade individual e prevenir situações de risco? Maior parte das vezes, nada.

Hoje vou explicar como podem (e devem), contribuir para uma maior privacidade pessoal e conjunta, usando uma ferramenta tão simples como um motor de buscas.

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Antes de avançar, quero começar com uma “regra” simples de privacidade:

Se não querem determinados dados pessoais vossos “à solta”, não os partilhem! Não os publiquem. Não os divulguem em plataformas online.

Oiço muitas afirmações e ideias semelhantes à que menciono acima. Mas o que fazer quando não somos nós a partilhar os nossos próprios dados pessoais? Nesse caso há que tomar outro tipo de medidas, como pedir a remoção desses mesmos dados pessoais e fazer queixa a quem os partilhou.

 

O tio Google e o primo Bing sabem muito sobre nós

Já pesquisaram pelo vosso nome num motor de buscas? Todos já o fizemos, nem que tenha sido na brincadeira. Mas a brincar a brincar, por vezes descobrimos dados pessoais sensíveis a pairar nos resultados de pesquisa. E nem fazíamos ideia. Já vos aconteceu? O que fizeram para resolver a situação? Vamos por partes.

 

  1. Pesquisar pelo nosso nome é tão simples como abrir o Google ou Bing, escrever o nosso nome, e ENTER.

    Aviso-vos desde já que esta não é a forma correta de o fazer. Os resultados de pesquisa apresentados para uma pesquisa tão simplificada não são ótimos. Há truques de pesquisa que melhoram substancialmente os resultados.

    Um deles é a pesquisa pelo nome entre aspas. Por exemplo, se eu chegar ao Google e introduzir apenas o meu nome Tomé Mendes, são me devolvidos quase 17 milhões de resultados.

    No entanto, se eu pesquisar pelo meu nome entre aspas, “Tomé Mendes”, os resultados de pesquisa são reduzidos para pouco mais de 21 mil.

    A explicação: Pesquisando algo entre aspas, serve para garantir que aquele mesmo termo de pesquisa está presente nas páginas dos resultados na sua forma exata. Quem pesquisa Tomé Mendes sem aspas, vai ver resultados de pessoas que se chamam por exemplo Tomé Silva Mendes. Resultados pouco relevantes caso queira encontrar algo sobre mim. Digamos que é um mecanismo de filtragem de resultados.

    Estas pequenas dicas de pesquisa, podem ser aprendidas no curso gratuito da Google — Power Searching with Google

    O objetivo deste artigo não é ensinar técnicas de pesquisa. No entanto, posso dizer que para mim 21 mil resultados ainda é muito. Começar a pesquisa pelo “nome completo” entre aspas é outra dica que vos posso dar.

  2. Analisar os resultados de pesquisa

    Depois de pesquisar pelo nome, é altura de investigar os resultados de pesquisa. O tio e o primo sabem mesmo muita coisa, não sabem? Mas tenham calma, tudo se resolve.

    Vão chegar à conclusão que alguns dos resultados foram vocês mesmos os culpados por estarem disponíveis na Internet. Outros nem por isso. Estes podem ser alguns dos cenários possíveis:

    - Os resultados remetem para documentos e informações que vocês mesmo partilharam publicamente (culpa vossa).
    - Os resultados remetem para documentos e informações que vocês partilharam com terceiros, e julgavam estar “privados” e seguros. (culpa vossa e dos terceiros).
    - Os resultados remetem para documentos e informações que não foram vocês que partilharam, nem sabiam da sua existência pública (é grave, e a culpa é de quem partilhou sem consentimento).

    Seja qual for o cenário, existem inúmeras formas de agir para cada um deles. No primeiro caso, só vocês podem reverter a situação e tornar privado aquilo que em tempos partilharam publicamente. Ou então deixam estar, caso não se importem com a exposição pública dos dados em causa.

    Nos restantes casos, em que a culpa está relacionada com terceiros, é importante agir rapidamente e com medidas mais sérias.

Photo by Ross Findon on Unsplash

 

Pedir ajuda aos terceiros, ao tio Google e ao primos todos

Parece irónico pedir ajuda a quem acaba de publicar e mostrar os nossos dados pessoais para o mundo ver. Mas a verdade é que todas estas partes, tanto servem para tornar a nossa privacidade “menos privada” como “mais privada”.

Sem grandes demoras, são duas as opções que temos para ver os nossos dados privados removidos dos websites que os publicou e dos motores de busca.

A) Contactar o website, página, portal que tem os nossos dados públicos

B) Invocar o direito ao esquecimento nos motores de busca

 

Opção A — Ajudar quem publicou os nossos dados de forma pública

Este deve ser SEMPRE o ponto de partida para remover os nossos dados pessoais de locais públicos. E o motivo é muito simples. Não só estamos a cortar o mal pela raiz, como estamos a contribuir para um aumento de privacidade generalizada. Passo a explicar:

Recentemente encontrei uma “falha” numa plataforma web após pesquisar pelo meu nome. Esta “falha” permitia-me aceder a centenas de documentos com nomes pessoais, moradas, e-mails trocados entre entidades, comprovativos de compra/venda, etc… Mais tarde, verificou-se que a “falha” não era tão grave como eu julgava. No entanto, consegui despertar a atenção dos responsáveis que imediatamente accionaram todos os meios para tentar resolver o problema e tornar a plataforma mais robusta. Mais segura. Mais privada para os seus utilizadores.

O que quero com isto dizer é o seguinte:

Mesmo que os vossos dados tenham sido partilhados publicamente (sem vosso conhecimento), e que essas partilhas tenham sido apenas acontecimentos isolados, é importante informar os responsáveis. Tanto podem resolver apenas o vosso caso em particular, como poderão iniciar a resolução de um problema mais grave, ajudando milhares de pessoas a ficar mais protegidas e com as suas vidas privadas salva-guardadas. Foi o que fiz, e sinto-me contente por isso.

Depois de contactarem os responsáveis, cabe a eles resolver a situação e enviar-vos confirmação assim que os vossos dados estejam devidamente protegidos ou até mesmo removidos.

Nota: As novas leis de proteção de dados GDPR, prevêem coimas elevadas caso estas situações não sejam resolvidas quando solicitadas. Um indivíduo na União Europeia e Espaço Económico Europeu tem o direito de exigir que os seus dados sejam eliminados!!

Photo by Cristina Gottardi on Unsplash

 

Opção B — Invocar O Direito ao esquecimento

O vosso direito ao esquecimento tanto pode ser invocado contra as entidades que partilharam os vossos dados pessoais, como contra os motores de busca que indexaram esses mesmos dados.

Portanto, mesmo que a opção A) não tenha funcionado na vossa batalha pela privacidade, existe sempre uma opção B) que vos ajuda a remover os resultados de pesquisa que dão acesso aos vossos dados.

Esta opção não torna os vossos dados privados como a opção A). No entanto, ajuda a que os mesmos não sejam encontrados com uma mera pesquisa.

Os vossos dados pessoais continuam a existir publicamente na Internet, simplesmente não estão tão visíveis como antes.

Para pedir que determinados resultados de pesquisa, sejam eliminados basta aceder às páginas oficiais, preencher os formulários com os dados necessários e submeter o pedido.

    - Para remover resultados de pesquisa no Google, aceder aqui.
    - Para remover resultados de pesquisa no Bing Microsoft, aceder aqui.
    - Para remover resultados de pesquisa no Yahoo Search, aceder aqui.

Atenção: Estes três motores de busca acima são apenas exemplos. Existem dezenas ou até mesmo centenas de motores de busca. Cabe a cada um de vocês ver os dados pessoais indexados em cada um deles, e pedir a respetiva remoção pelos canais oficiais respetivos.

Após uma eliminação de resultados de pesquisa, poderão voltar a pesquisar pelo vosso nome e encontrar mensagens como esta que se segue.

...

A batalha pela privacidade é continua, e nunca definitiva. Como tiveram oportunidade de ler, as soluções apresentadas são apenas para remover dados pessoais que deram à costa nos motores de busca. Existem centenas de outros dados pessoais dos quais abrimos mão. Informações partilhadas nas redes sociais, fotos, etc…

Cada um tem de estar consciente dos tempos modernos em que vivemos, e saber viver com essa realidade nova da melhor forma.

Espero que tenham gostado do artigo. E caso tenham dúvidas não hesitem em perguntar-me.

 

 

Tomé Mendes
Amante das novas tecnologias, decidiu desde cedo apostar nesta área trabalhado para várias empresas pelo mundo fora, aliando sempre a paixão pela escrita nessa mesma área. Atualmente trabalha para a Critical Software.

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