Academia Dance Heart - Discriminação Infantil

A minha filha, de 4 anos de idade, foi humilhada e discriminada, na festa de Natal, pela academia de dança que frequenta, porque não tinha o polo da Academia (que não era obrigatório).

Aos  11 dias do corrente mes de dezembro, a minha filha, de 4 anos de idade, participou no espetáculo organizado pela escola de dança que se encontra a frequentar desde setembro.
A Escola Dance Heart, situada na Rua José Régio, n.º 82 em Águas Santas (Maia), entregou-me um papel com todas as roupas necessárias para o mesmo fim. Dessa lista constava o polo branco da Academia (branco, de manga curta com 3 botões azuis). Quando perguntei o preço do polo responderam-me que só vendiam o polo junto com o casaco, também da Academia, (Rosa e preto), mas que este último não iria fazer parte do espetáculo. Ficaria por 30€ (preço de uma mensalidade!!). No mesmo momento também me informaram que se a menina tivesse um polo branco normal poderia levar, (aquando do ato da matrícula fomos alertados que só seria obrigatório adquirir as roupas para os exames de Ballet).
Assim sendo, comprei um polo branco e coloquei-lhe os botões à cor dos polos da Academia.
No dia do espetáculo preparei cuidadosamente a mochila e entreguei a menina à hora combinada à sua professora.
Tudo corria muito bem até à última atuação.
Para finalizar o espetáculo entraram em palco todos os alunos da escola com o referido polo branco da Academia. Foram colocados no palco por idades e tamanhos, naturalmente. A minha filha (talvez a mais nova da Academia), não aparecia. Não estava sentada à frente, juntamente com o seu grupo!
Quando a procurei com o olhar, ela estava no fundo do palco, completamente humilhada, estática, com todos os outros alunos a dançarem à sua frente, com uma camisola cinzenta com letras cor de rosa (do fato de treino que levara vestido).
Uma cena revoltante!!! No vídeo que temos é bastante visível a sua tristeza e desconforto pela discriminação a que estava a ser sujeita.
Como mãe que sou, entrei pelos bastidores e mandei tirá-la do palco. As duas colaboradoras que se aperceberam vieram atrás de mim saber o que se passava.
Quando lhes perguntei o porquê de ela não estar com a camisola branca vestida afirmaram, várias vezes, que ela não tinha trazido. Foram comigo verificar e ainda se acharam no direito de serem arrogantes dizendo que tinham de revistar as mochilas de todas as crianças. Posto isto, a colaboradora que estava a rever a mochila da milha filha, tira lá de dentro o seu polo branco. Entreolharam-se e perguntaram-me: “É isto?”
“ISTO” era o polo com que ela teria de ter entrado em palco, mas que não lho vestiram porque não era o da Academia.
Ainda tive de ouvir que “...pensava que era uma camisola interior.”
Não era uma camisola interior. Era o polo branco que me tinham dado como alternativa possível, mas mesmo que fosse, ERA BRANCA, e ninguém iria reparar nela, porque a filha era minha e de mais ninguém. Mesmo que ela fosse de cinzento e cor de rosa não a podiam ter humilhado e discriminado desta maneira, isolando-a completamente do seu grupo e escondendo-a atrás dos alunos mais crescidos.
Apesar de ter tentado desvalorizar a situação à frente da minha filha, sei o estrago que uma discriminação destas pode fazer numa criança tão pequenina e, já por si, envergonhada.
Ao falar com outras mães, que já conhecem a escola há mais tempo, percebi que este procedimento da Acadamia é recorrente.
Discriminação é um crime público e não podemos ficar calados.  Hoje foi a minha filha, mas certamente que amanhã será outra criança qualquer.