Boa noite Sra. Cristina,
Realmente existe um grande contraste de competências reais para avaliar um doente, uma vez que os médicos qualificados e competentes, fizeram um diagnóstico bem mais real e grave, do que os profissionais de saúde da vossa instituição.
É de lamentar, que não saibam avaliar a gravidade do quadro clínico de um doente, uma vez que ele saiu da vossa instituição e ficou automaticamente internado. Se o quadro clínico do meu pai não fosse grave como você afirma, ele teria regressado à vossa instituição uma vez que a cama dele ficou guardada nas primeiras horas de internamento. Como ficou comprovado, tal não se verificou, uma vez que foi um internamento prolongado.
Relativamente às fisioterapias que o meu pai realizou na vossa instituição, não meto isso em causa, inclusive, a reunião presencial que tivemos com o Presidente da vossa instituição, Sr. Gil Ricardo, no dia 17/09/2022, dissemos isso mesmo.
Em relação às sequelas cerebrais que o me pai tem na sequência de ter sofrido o enfarte, a família sabe muito bem quais são e lendo o relatório clínico e as patologias que o meu pai sofre, a senhora sabe muito bem que esses episódios fazem parte dos doentes com estas patologias. No entanto, deveria saber também, que estes doentes são pessoas dependentes de terceiros, nomeadamente no que diz respeito aos cuidados básicos de saúde e de higiene, não tendo capacidades cognitivas para tomarem conta deles próprios.
Relativamente à roupa que a família trazia para lavar no domicílio, temos provas em que a respetiva roupa não dizia respeito ao meu pai, pertencendo, nomeadamente, ao doente Luis Alves e do doente Vitor Rodrigues.
Sobre o facto de o meu pai vir para a visita sem a devida proteção, isso aconteceu no dia 24/07/2022, em que as auxiliares entregaram o meu pai vestido com um pijama de verão, tendo ele mencionado que tinha frio. Após verificar a roupa que o meu pai tinha vestida por baixo de uma manta, verifiquei também que ele não tinha a devida proteção no cadeirão. Como deve saber, estes doentes requerem o máximo cuidado e proteção para o seu próprio bem-estar.
Quanto à escara em grau III, foi mencionado no relatório clínico do HFF e do relatório clínico do médico de Alcoitão. Se a escara estava em grau I como a Sra. disse, consegue-nos explicar, como é que uma escara passa de grau I com “uma boa evolução” no dia 21/08/2022, para grau III no dia 26/08/2022?
Quando ao facto de a ASFE Saúde realizar o reforço hídrico várias vezes ao dia aos seus doentes, como é que o meu pai chegou à urgência do HFF com uma extrema desidratação que se via perfeitamente pela língua? Para comprovar, segue em anexo o relatório clínico de Alcoitão, no qual consta a escara em grau III e o motivo do internamento no HFF.
Relativamente ao facto da vossa equipa ser composta de, pelo menos, dois enfermeiros por turno, desde o dia 19/07/2022 até à saída do meu pai da vossa instituição (26/08/2022), o mesmo nunca se verificou nos períodos da tarde. Inclusivamente, foi-nos mencionado pela enfermeira que estava ao serviço no dia 26/08/2022 e que atualmente já não se encontra a trabalhar na vossa instituição, que ela era “uma enfermeira para 40 doentes”.
Revolta-me ainda mais, é a vossa mentira sobre o facto de o meu pai ter ido para urgência do HFF por indicação vossa. Vocês nem têm a humildade de assumir um erro grave como este. O meu pai, foi para a urgência por indicação da minha mãe e da minha irmã! Por vocês, “talvez” fosse um médico vosso avaliar o meu pai no dia a seguir, mas sendo que seria sábado, vocês não podiam garantir. Eu questiono, sendo uma clínica que presta cuidados de saúde, onde se encontram os médicos quando existem situações urgentes? Se o meu pai não fosse uma situação urgente, não teria ficado num internamento prolongado no HFF. A informação que foi dada à família, é que pelo menos, dia 26/08/2022, às 17h, não existia nenhum médico disponível na vossa instituição. Comprovo mais uma vez, que existe uma grande falha de comunicação interna.
Em relação ao facto de o meu pai ser avaliado por um médico todos os dias de manhã, acreditamos que o mesmo não é verdade. A médica do meu pai não esteve ao serviço dia 25/08/2022. Caso o meu pai tivesse sido avaliado todos os dias por um médico, como é que deixam que o quadro clínico de um doente se agrave durante 5 dias? Há que salientar, pelo menos dia 24/08/2022 e dia 25/08/2022, o meu pai já estava a vomitar.
A realçar também, que no dia 26/08/2022, a minha mãe ligou para a médica do meu pai a informar que ele não estava bem. Durante os 5 dias em que o meu pai esteve a piorar vocês não tiveram a iniciativa de informar a família sobre o que se estava a passar, tendo de ser um familiar a ligar para ver o que se estava a passar dado o repentino estado de degradação do doente. No decorrer desta chamada, a médica apenas informou que ia suspender a medicação dada pelo psiquiatra no dia 22/08/2022 e que ia dar muita água para “limpar o organismo”.
Por último, sobre o facto de a higiene do meu pai ter ido bem feito quando se procedeu ao transporte para a urgência do HFF, também foi mencionado na urgência que a escara em grau III, não ia tratada.
Dada a degradação do quadro clínico, tudo o que ele tinha conseguido alcançar com a nossa ajuda e com as fisioterapeutas, perdeu tudo. Houve uma regressão total no quadro clínico.
Tudo o que acabei de mencionar vai com comprovativos abaixo anexados. Se for necessário mais comprovativos, também apresentarei nas instâncias adequadas.
Para terminar, espero que de futuro tenham a humildade de assumirem os vossos erros, bem como, esta situação de negligência que aconteceu com o meu pai, não volte a acontecer com nenhum outro doente.
Com os melhores cumprimentos,
Daniela Duarte
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