Câmara Municipal de Lisboa - Reclamação polícia municipal

Carta dirigida à Poliícia Municipal

Venho por este meio contextualizar a situação que esteve na origem da multa que envio em anexo.
Antes de mais, reconheço a minha transgressão, não é isso que está em causa, mas sim a atitude do Agente Moura.

De facto a minha viatura estava parada com quatro piscas, em segunda fila, mas apesar de eu me encontrar dentro dela, com as janelas abertas, o agente não me abordou. Limitou-se a tomar nota dos dados da viatura, à minha frente, sem se dirigir a mim. Logo após, continuou para outra viatura que se encontrava na mesma situação mais à frente. Nesse momento decidi sair da minha viatura e dirigi-me a ele para perguntar o que se estava a passar e porque não me tinha sequer abordado. Limitou-se a perguntar se eu não sabia porque o tinha feito, e continuou a tirar os dados da outra viatura, ignorando a minha presença. Nesse momento tentei que me ouvisse para lhe dar as minhas explicações, mas fui ou ignorada ou interrompida, até porque a condutora da outra viatura tinha também entretanto saído e estava também ela a tentar perceber o que estava a passar.
A custo, consegui explicar que me encontrava naquele preciso local, porque, apesar de ter procurado insistentemente um local para estacionar nas proximidades isso não foi possível, pois não havia lugares vagos. E que só tinha parado ali há instantes porque estava a aguardar uma pessoa que estava numa consulta na Clínica MD, sita mesmo em frente ao local onde eu me encontrava. Pessoa essa considerada de risco elevado pelas autoridades de saúde, e que desde o início da pandemia só tinha saído de casa por duas ocasiões, precisamente para ir a consultas médicas. Expliquei que eu própria, residente na mesma habitação que essa pessoa, também não saía de casa, a não ser para o estritamente necessário, desde o dia 16 de Março, para não correr riscos que podiam afectá-la. Mas todas estas explicações o Agente não quis ouvir e decidiu chamar um reboque.
Nesse momento chegou outra Agente, com uma atitude completamente diferente, e lamento não ter tomado nota do seu nome. Ouviu as minhas explicações e pediu-me para eu tirar a minha viatura e pará-la em cima do passeio um pouco mais à frente, o que prontamente fiz.
Enquanto eu ainda aguardava que o Agente terminasse de passar a multa, a pessoa que eu aguardava saiu da Clínica e trazia consigo uma declaração médica, comprovando o que eu tinha tentado explicar, a qual mostrei aos Agentes (envio em anexo).
Por tudo isto, e tendo em conta a situação actual que todos vivemos enquanto sociedade, a par do facto de até apenas uns dias antes do sucedido, haver uma tolerância numa série de normas que não seriam possíveis em tempos normais, acho lamentável a atitude deste Agente, tanto a sua arrogância com que se me dirigiu, como a falta de compreensão. De referir que no final, a agente que veio mais tarde, no final, pediu-me desculpa pela atitude do seu colega.

Face ao exposto, enquanto cidadã, achei que não podia deixar de reportar o sucedido, numa tentativa de que estes relatos possam contribuir para melhorar o que está menos bem.