Casa de Saúde São Mateus - Problemas pós-operatório (peritonite localizada e deiscência aponevrótica)

Ricardo [Confidencial] e Márcia [Confidencial], filhos de Luis [Confidencial], vimos respeitosamente dirigir-nos ao Conselho de Administração da Casa de Saúde de São Mateus, para exposição e apresentação formal de reclamação subsequente à comunicação dirigida por email no dia 29/06/2022, ainda sem resolução.
Assim, no dia 12/05/2022, após ter sido seguido no Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira, o nosso pai foi internado na Casa de Saúde de São Mateus, em Viseu, para cirurgia à vesícula.
Inicialmente, estava prevista intervenção por laparoscopia, no entanto, já no bloco operatório, após observação pelo vosso Corpo Clínico, dada a impossibilidade deste procedimento face ao diagnóstico, decidiu a equipa responsável recorrer a uma colecistectomia por via aberta, pelo que o procedimento decorreu de imediato, sem quaisquer complicações, segundo vossa informação, acabando o nosso pai por ter alta hospitalar, passados 5 dias, ou seja, no dia 17/05/2022.
Acontece porém, que, após esta saída, e em menos de 24 horas, mais concretamente, na madrugada do dia 18/05/2022, vimo-nos forçados a ir com o nosso pai de urgência para o Hospital de Vila Real, por hemorragia abundante na zona abdominal (transporte de ambulância devido à gravidade do episódio). Com efeito, no Hospital de S. Pedro em Vila Real confirmou-se “a deiscência da ferida operatória por provável infecção da mesma” (cf. relatório hospitalar), pelo que a isso atendendo e a que o nosso pai já tinha consulta marcada para o dia seguinte, 19/05/2022, com o Sr. Dr. [Confidencial] no Hospital da Guarda, optaram estes profissionais de saúde por fazer penso com compressas embebidas em betadine para no dia seguinte ser então o nosso pai reavaliado pelo seu médico assistente.
Assim, no dia 19/05/2022, uma vez observado no Hospital da Guarda, identificou-se “evisceração, pelo que foi ao bloco operatório, onde se constatou abcesso intraperitoneal com peritonite localizada e deiscência aponevrótica”. Pese embora, o relatório não identifique as causas, a verdade é que esta infecção foi subsequente à cirurgia do dia 12/05/2022 e caso não tivesse sido rapidamente identificada e intervencionada (“drenagem de abcesso, toilette peritoneal e ressutura da aponevrose”) as consequências poderiam ter sido ainda mais dramáticas (evolução para uma septicemia).
Ora, não sendo nós profissionais de saúde, os quais, fique claro, respeitamos, ainda assim, temos forte convicção de que esta peritonite localizada será consequência da intervenção cirúrgica do dia 12/05/2022, questionando, ainda, o motivo pelo qual o nosso pai saiu no dia 17/05/2022 da Casa de Saúde de São Mateus sem qualquer faixa de suporte abdominal ou indicação para aquisição da mesma.
Acresce aos factos expostos, que desde o dia 25/05/2022 (dia em que obteve alta após esta 2ª intervenção) até final de Julho de 2022 (durante mais de 2 meses) o nosso pai viu-se obrigado a deslocar-se inúmeras vezes (seguramente mais de 10 vezes) da Covilhã (localidade onde reside) ao Hospital da Guarda, para consultas e tratamentos, situação que – como compreenderão – trouxe consequências, quer do ponto de vista emocional ao nosso pai e a todos nós, quer do ponto de vista pessoal, na organização e gestão do dia-a-dia de todos nós para o podermos acompanhar e apoiar e, ainda do ponto de vista financeiro para os nossos pais com estas deslocações constantes.
Face ao exposto, a todos os contratempos (pessoais, familiares e financeiros) daí decorrentes, mas sobretudo tendo em conta a forma como a sua saúde física e emocional ficou comprometida, após a intervenção cirúrgica e alta hospitalar da Vossa instituição, apresentamos formalmente esta reclamação à administração da Casa de Saúde de São Mateus, na expetativa de obter uma resposta célere e adequada aos factos aqui descritos, no melhor interesse de todos, para resolução desta situação.
Ao dispor para eventuais esclarecimentos no sentido da resolução, apresentamo-vos, os nossos mais respeitosos cumprimentos.
Ricardo [Confidencial] e Márcia [Confidencial]