Casa de Saúde São Mateus - Pedido de devolução total de valor pago

Durante o mês de Março, dia 03, após uma consulta com um especialista em hérnias, na Guarda, foi decidido pelo médico que o meu pai teria condições para uma intervenção cirúrgica marcada de imediato pelo próprio para dia 17/03/2023 na Casa de Saúde São Mateus, hospital privado em Viseu.

Foram feitos os exames durante estes 15 dias para a intervenção sendo que, segundo o médico, não seriam necessários mais nenhum até ao dia da cirurgia.

O meu pai tem uma doença degenerativa, Paralisia Supra Nuclear Progressiva, que afecta o sistema nervoso central. Já está num estado muito avançado sendo que é um doente dependente a 100%. Necessita de ajuda para comer, beber, ir à casa de banho, vestir, andar, levantar, caminhar. Já quase não fala, não sabe expressar-se apesar de ter consciência de tudo ao seu redor.
O médico viu a condição do meu pai, sendo que a mesma não se deteriorou nesses 15 dias. É uma doença degenerativa sim, mas não tanto.

A minha mãe toma conta do meu pai, contudo, não seria possível ir sozinha com ele do Sabugal (residência) a Viseu (Hospital onde foi marcado a cirurgia).
Sendo eu a única filha a viver relativamente perto (Lisboa), tomei a decisão de ir até ao Sabugal para apoiá-la e ajudá-la.
Por ser um dia de semana, e sendo que me encontro a mais de 300 km do Sabugal, eu e o meu marido tivemos de tirar 1 dia férias; e as minhas filhas, não podendo ficar com ninguém, tiveram de faltar às aulas.

No dia 17 de Março, pelas 9:30 chegámos ao hospital, fomos atendidas pelo apoio a utente para tratar do internamento, e foi-nos solicitado logo o pagamento da cirurgia antes do meu pai subir para o quarto: 2. 495, 00 euros.

Depois de pagar, só era possível haver um acompanhante, pelo que minha mãe subiu para o quarto (pelas 10:30) até à hora da cirurgia. Nenhum médico foi falar com minha mãe até o meu pai seguir para o bloco. Não houve consulta de anestesista, reforço este ponto, porque a gestão da qualidade, da Casa de Saúde São Mateus de Viseu, diz que nas despesas cobradas nem sequer está o valor da consulta de anestesia. Claro que não está, visto não ter acontecido!

Durante esta semana, foi enviado um ou dois emails sobre o estado de saúde do meu pai explicando que ele nunca poderia ficar sozinho dado a sua condição. Esta informação foi novamente dada no momento do internamento, sendo que nos foi comunicado para não nos preocuparmos.

Chegou a hora da cirurgia, e o meu pai foi para o bloco operatório e a minha mãe foi ter comigo para esperarmos juntas até ao fim da cirurgia.

Mal chegou ao meu lado (10 minutos depois de deixar o meu pai), a minha mãe recebe uma chamada do médico pedindo para subir o mais rapidamente possível.
A médica anestesista queria certificar-se se queríamos mesmo avançar para a cirurgia, pois, o meu pai poderia ficar ligado a um ventilador devido à doença já em estado avançado e o que a mesma provoca (constantes engasgamentos e dificuldades em engolir).

Nós apenas respondemos que seguimos as indicações médicas. O médico de família recomendou o especialista e o mesmo deu indicações para seguir para cirurgia sem nunca referir o que poderia ou não acontecer.

Como seria de esperar, tomámos a decisão de não avançar com a cirurgia.

Entretanto, o meu pai, sem comer desde madrugada, tinha estado a soro antes de ir para o bloco, e tinha usado uma cama de hospital. Ainda lhe foi dada a refeição (por nós). Devemos ter saído do hospital pelas 13:30/14:00 o mais tardar.

A anestesista informa-nos para passarmos pelo apoio a utente para nos ser devolvido o valor pago.

Assim fizemos, só que nos foi dito para enviarmos um email com o comprovativo no NIB e que o valor seria restituído via transferência bancária. A minha mãe pagou via MB.

Qual o meu espanto, quando me informam que só iriam restituir 2. 386, 57 euros porque o hospital iria cobrar 108.43€ pelos gastos inerentes ao internamento.

Não concordamos com o valor cobrado.

Sendo o especialista, o principal motivador da necessidade de intervenção de cirurgia ao meu pai, sentimos que não foram tomadas todas as providências necessárias para que a cirurgia, motivada pela necessidade apresentada, fosse realizada.

Toda esta situação, era evitável, se o diagnóstico ao meu pai, tivesse sido correctamente efectuado. Deste modo, pedi reavaliação às despesas sugeridas de pagamento, pois as mesmas poderiam ter sido evitadas. Este pedido foi negado pela entidade.

Recordo que não houve exames complementares para ter sido tomada a decisão de cancelamento da operação. As despesas que nos estão a pretender cobrar, referências valores de internamento até 8h e material de enfermagem, podendo ser totalmente evitáveis com a antecipada avaliação do meu pai.

De salientar que apenas hoje, 31 de Março, é que o valor foi restituído (15 dias depois).
Para ser internado, tivemos de pagar logo o valor total, não foi uma percentagem, mas o valor total, para devolver, tivemos de esperar 15 dias! Inacreditável.

Além do valor cobrado, sentimos-nos no direito de solicitar indemnização referente às despesas de deslocação que tivemos devido à marcação da cirurgia.

Utilizarei os meios que estiverem ao meu alcance, para promover, a falta de transparência às vagas respostas que tive do Hospital. Além de ter sido bloqueada da vossa página de facebook por apenas relatar os factos.

Para além desse facto, existiu uma falta de capacidade do Hospital em diagnosticar a intervenção operatória ao meu pai, que levou a transtornos fisicos, monetários e logísticos de grande impacto para a familia.

Acrescendo a tudo isto, o valor prontamente pago na admissão, não foi totalmente recercido, sendo cobrado, valores de estadia, pelas 3h no Hospital, não assumindo a responsabilidade total perante toda a problemática causa, que poderia ter tido repercursões desastrosas.

Quero mostrar com tudo isto, aos possíveis clientes/utentes, atenção na deslocação a esta unidade Hospitalar.

Para os eventuais esclarecimentos, usei todas as vias legais a que tive acesso.

Cumprimentos.