Hospital Beatriz Ângelo
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Hospital Beatriz Ângelo - Negligência médica ou pura ganância??

Sem resolução
Joana Carina Correia Andrade Rodrigues
Joana Rodrigues apresentou a reclamação
6 de fevereiro 2014

Eu, Joana Carina Correia Andrade Rodrigues, venho por este meio na qualidade de filha do utente José Alberto de Andrade Rodrigues com o cartão de cidadão nº 03558991, nº de utente 3638834403, processo clínico nº 401677044 apresentar uma nova queixa/reclamação sobre o Hospital Beatriz Ângelo, no qual constatámos que o meu pai foi negligenciado.

Passo a expor resumidamente o caso desde o início e estou ao dispor de passar a informação médica para que se veja que tenho razão e convido os médicos que estejam na disposição de me dar uma opinião médica que seja imparcial, sem preferências médicas, sem medo de dar a sua real opinião sobre este caso para que se entenda que de facto foi pura negligência e dolo, e que isto não parte de uma pessoa descompensada, magoada com a desgraça do pai, parte sim de alguém com opinião que perante a injustiça soube defender a sua opinião até ao fim, que entrem em contacto comigo.

Informo que já fiz chegar por e-mail esta queixa ao Ministério da Saúde, Ordem dos Médicos, Inspeção Geral da Saúde e Direção Geral de Saúde e pretendo também que esta história chegue à comunicação social.
No passado dia 28 de Novembro de 2013 sem conhecimento ainda do desfecho desta história apresentei uma queixa ao Hospital de Loures, da qual obtive resposta apenas no dia 31 de Dezembro de 2013, onde responderam por outras palavras que eu era maluca, que o meu pai maluco era e que os tratamentos dados ao meu pai foram os adequados à sua situação e que utilizam o sistema de Triagem de Manchester que é extremamente eficaz, ora um sistema eficaz onde o paciente diz uma coisa e o funcionário da triagem põe outra, chama-se a isto prestar falsas declarações, logo aí começa a primeira falha, o meu pai apresentava uma dor de duração superior a 7 dias e o agravamento desta tinha mais de sete dias, portanto não entendo como é feita esta triagem falsa.

O meu pai dirigiu-se quatro vezes ao Hospital de Loures nos dias 23/09/2013, 28/09/2013, 11/10/2013 e 19/10/2013 apresentando sempre as mesmas queixas, indo progressivamente agravando até pontos que nem imagino a dor que ele sofreu durante todo este tempo e não houve a consideração de averiguarem o que se passava de facto com ele, nunca houve a preocupação de facto com ele, ele foi para este hospital um simples número, um paciente que ia ao Hospital só para tomar analgésicos para uma dor que foi desconsiderada.

No dia 23/09/2013 vai pela primeira vez ao HBA, queixa-se de dor na coxa que existia há cerca de um mês e sem exames é-lhe diagnosticado ciática, mandam-no para casa com a indicação que a dor passava com a medicação.

No dia 28/09/2013 apresenta-se pela segunda vez na urgência, queixa-se novamente do mesmo, é mal triado, é atendido um médico decente que manda fazer um raio X à coxa para se certificar que nada estaria partido, tenta pedir uma ecografia às partes moles da coxa mas por ser sábado no Hospital não a realizam, este médico faz diversas perguntas ao meu pai sobre os seus hábitos e saúde e como este apresentava uma queixa de dor nas costelas desde que andava a tomar a medicação passada pela médica da primeira urgência manda também fazer um raio X ao tórax para averiguar a situação. A nível dos ossos aparentemente estava tudo bem e não tinha nada partido, relativamente ao raio x ao tórax apresentava uma mancha no pulmão na altura desconsiderada pelos hábitos tabágicos marcados que o meu pai tinha. O médico prescreve medicação para as dores intramuscular e aconselha a ir ao médico de família para pedir a tal ecografia.

Tento entretanto dirigir-me ao centro de saúde, onde descubro que o meu pai já estava desactivo, tento resolver a situação, dirijo-me ao centro de saúde da Ramada dizem-me que não é ali que resolvo a situação, tento outro centro de saúde sem saber bem onde teria de ir, não consigo resolver a situação devido a burocracias do SNS, ou seja, não consigo arranjar maneira de o meu pai ir ao médico pedir o que precisa.

A dor agrava e surge um novo sintoma, um edema na coxa, dirige-se novamente à urgência do Hospital Beatriz Ângelo no dia 11/10/2013, nesse dia fazem finalmente análises onde acusa dímeros D elevados (sinal de Trombose Venosa Profunda) e leucócitos elevados (sinal de infecção), decidem averiguar, algum dos imensos médicos pelos quais o meu pai passou nesse dia quis pedir um TAC para perceber o que se passava, pedido esse que é negado pelo director do Hospital por ser um exame dispendioso, avançam durante todo o dia com várias suspeitas sobre o que o meu tinha e no fim decidem fazer uma ecografia à coxa e inventam uma rutura que não existe, isto dito por dois médicos e uma fisioterapeuta. No Hospital Beatriz Ângelo mencionam terem feito um eco-doppler (mencionam este após eu ter feito a primeira reclamação e ter mencionado a falta deste exame para correto diagnóstico) do qual não me dão imagens (porque este não existe), não foi feito doppler nenhum, sei que no Hospital Beatriz Ângelo irão inventar imagens deste exame e eu apenas terei a palavra do meu pai para dizer que não foi realizado tal exame e irei passar por mentirosa, mas faço questão de expor aqui o meu desagrado. Mandam-no para casa com indicação de fazer crioterapia, colocar coxa elástica, fazer descarga com muletas e tomar analgésicos para a inventada rutura muscular, ora segundo médicos imparciais e fora do processo um doente com a idade dele e com uma suposta rutura desta natureza sem ter dado uma grande queda era caso para ficar internado para investigação mas estes médicos do Hospital Beatriz Ângelo simplesmente não quiseram saber e mandaram-no para casa tendo ele sintomas de uma clara trombose venosa profunda arriscando assim com esta terapêutica a que ele tivesse uma embolia pulmonar em casa que lhe provocaria a morte.

Os dias passam e o meu pai felizmente não consegue fazer o que lhe foi prescrito, não consegue colocar as coxa elástica porque a perna cada vez inchava mais, desiste de colocar o gelo porque este o deixava com mais dor ainda e simplesmente fica deitado de cama sem fazer grandes esforços, deixa de conseguir fazer as coisas básicas do dia-a-dia, começa a ficar dependente dos filhos para se levantar, comer e ir ao WC. As dores aumentam a ponto de ele me dizer “se eu morasse num prédio tinha-me já atirado da janela para acabar com esta dor”, ao ouvir isto não desisto dele e o diagnóstico que lhe tinha sido dado não me deixa convencida e continuo a apostar (sem ser médica) na Trombose Venosa Profunda, estava longe de imaginar que não seria apenas isso (mas eu não sou médica e qualquer médico fazendo simples análises viria a descobrir o que ele de facto teria).

Dirijo-me com ele pela quarta vez à urgência do Hospital Beatriz Ângelo no dia 19/10/2013, decidida a de uma vez por todas descobrir o que o meu pai tinha, eu sabia e sentia que não era rutura muscular nenhuma, fomos atendidos por um médico extremamente arrogante e mau profissional cuja primeira resposta quando contei a história toda do meu pai foi “Vocês vêm à urgência para quê? Aqui é só para tirar dores não para curar” e continuava sempre a batalhar na ideia que não era ali que o meu pai se devia ter dirigido, insisti que este médico visse o estado da perna do meu pai para de uma vez por todas entender que o meu pai não era nenhum maluco que apenas queria ir às urgências para tomar analgésicos para as dores, ao fim de muita insistência da minha parte ele acedeu e viu a perna do meu pai e de facto concordou que aquilo estava grave e anormal, induzido pelo diagnóstico da ultima urgência ligou para os colegas da ortopedia para o avaliarem, chamaram o meu pai então para a ortopedia, onde não me deixaram entrar para o acompanhar, fizeram-lhe supostamente um exame físico, tentaram endireitar-lhe a perna, sem sucesso como é óbvio e aumentaram-lhe mais ainda a dor. Decidiram então marcar-lhe uma consulta de fisioterapia, consulta essa que sendo o caso do meu pai uma rutura tão grave deveria ter sido marcada para mais cedo e não para dia 06/12/2013, quase dois meses depois.

Nós, família, não desistimos do meu pai e decidimos arranjar outra solução para saber o que de facto ele tinha, uma vez que no Hospital onde a lei o obriga a ir não quiseram saber dele, negligenciaram-no por completo e digo isto com provas, não o digo como filha magoada por fazerem mal ao pai. Decidimos que ele iria passar uns tempos a casa da minha irmã, que infelizmente está desempregada e conseguiria ter o tempo e disponibilidade necessária para o acompanhar e tratar 24 horas por dia e assim foi, no dia 23/10/2013 ele foi com a minha irmã para Samora Correia, onde ela conseguia arranjar-lhe médico de família. No sábado seguinte ela dirige-se com ele ao Centro de Saúde do Porto Alto a uma consulta de urgência pois a dor teimava em não desaparecer, o sogro da minha irmã (que é massagista de um clube de futebol) aplicou-lhe várias massagens, injecções intramusculares para a dor e ele próprio não acredita ser rutura pois não via melhoria nenhuma.

Finalmente, a minha irmã consegue resolver o problema e consegue arranjar médico de família ao meu pai e prontamente trata de marcar consulta com a médica que lhe foi atribuída e no dia 07 de Novembro ele vai à consulta, onde a médica suspeitando do estado dele pediu que fizesse exames, desde análises sanguíneas, análises à urina, electrocardiograma, ecografia abdominal e Eco Doppler; a minha irmã prontamente trata de ir marcar os exames todos para o quanto antes, no dia seguinte faz logo as análises ao sangue e urina e ecografia abdominal, onde os resultados já não são os melhores.

O Eco Doppler, supostamente efetuado também no Hospital Beatriz Ângelo, é marcado para dia 14/11/2013, o fatídico dia do internamento. Os especialistas tentam fazer o exame mas devido ao marcado edema torna-se quase impossível e aconselham a ir ao hospital para melhor estudo através de TC abdominal e pélvico, a minha irmã rapidamente o leva para o Hospital de Vila Franca de Xira onde fica internado para esclarecimento da situação clínica, pergunto eu neste momento: “não deveria ter ficado já internado no Hospital de Loures, não o obrigando assim a dar uma morada diferente da sua para poder ser atendido num hospital a sério?”. Transcrevo agora a parte inicial do relatório de alta hospitalar do meu pai elaborado pela Dra. Carla Tonel, sua médica assistente no Hospital de Vila Franca ”Doente do sexo masculino, (…) internado por trombose venosa profunda do membro inferior direito, no contexto de síndroma paraneoplásica por neoplasia oculta (sarcoma???) multimetastizada”; logo aqui o diagnóstico do estabelecimento “hospitalar” de Loures é mandado por terra, uma rutura muscular é bastante diferente do real diagnóstico do meu pai, ou serei eu que não percebo nada disto a imaginar coisas? Como é possível diagnosticarem com tanta certeza uma rutura muscular que não existe nem nunca existiu sem sequer se dignarem a fazer exames mais aprofundados para esclarecer a situação?

O tempo passa e o meu pai continua internado, faz os mais diversos exames, análises de sangue entre as quais são pedidos os diversos marcadores tumorais, análises à urina, radiografias, electrocardiograma, canalização da veia periférica, broncofibroscopia, exame bacteriológico das secreções brônquicas, hemoculturas, uroculturas, TAC cerebral, TAC ao tórax, TAC abdómino-pélvico e TAC do membro inferior direito (aquele exame que no HBA disseram ser caro, ora no Hospital de Vila Franca de Xira fez uns quantos TAC’s, será a verba deste hospital maior para exames complementares de diagnóstico que o de Loures, ou estarão estes médicos de facto preocupados com a saúde do meu pai?), realizou também uma biópsia muscular, PATT, PET e ecografias; parece-me neste momento que tenho já uma bela conta hospitalar por pagar, mas não interessa o que interessava era curar o meu pai e benditos médicos que não olharam a valores e custos para pedir os exames adequados.

Os médicos descobrem através destes exames diversos problemas graves ao meu pai, desde marcadores tumorais elevados, derrame pleural, lesão pulmonar (onde no Hospital de loures a manchinha pulmonar não era nada, relembro), tromboembolismo pulmonar, Trombose Venosa Profunda (aquela que desde o início suspeitei ser, sem ser médica relembro), neoplasia oculta multimetastizada, nódulo na supra-renal, alteração estrutural dos músculos da coxa direita (será que seria isto a rutura vista pelos grandes médicos do HBA? Estarei certa que houve uma precipitação no diagnóstico avançado pelo HBA que prejudicou em muito o meu pai?), na biópsia muscular demonstra imunorreactividade das células neoplásicas com pequenos e insignificantes anticorpos (note que estou a ser irónica) como CK8/18, AE1/AE3, EMA, CK7, CD10 e vimentina(aconselho a pesquisar na internet sobre tal para perceber a gravidade da situação); descobrem ainda dilatação na aurícula esquerda e que houve um pequeno enfarte no núcleo caudado, muitos problemas para um doente que supostamente teria apenas uma rutura muscular de 6 cm, continuarei eu a não ter razão quando acuso este hospital de negligência?

Como pode ver, “pequenos problemas” que poderiam ter sido detectados no Hospital Beatriz Ângelo se tivessem dado a devida atenção a este paciente, ainda teriam um caso clínico raro nas mãos para poderem escrever livros sobre os casos clínicos do Hospital Beatriz Ângelo, como já notei que escreveram, ou terá tudo isto aparecido ”a posteriori” de repente sem haver culpa, negligência e puro dolo do Hospital de Loures? Uma situação tão grave e agressiva não apareceria do nada, começou provavelmente em Agosto, ou até antes e foi desconsiderado pelo Hospital, será que o dinheiro poupado no meu pai fez a administração deste hospital ficar mais rica?

Gostaria de ter um final feliz para contar e poder dizer que apesar da incompetência demonstrada por este Hospital que o meu pai está bem e a recuperar das lesões para a vida que este Hospital ajudou a criar, mas infelizmente os únicos a recuperar desta dura “lesão” somos nós, os filhos, pois o meu pai veio a falecer no passado dia 31 de Dezembro com agravamento do seu estado, não conseguiu sequer vir a realizar a quimioterapia que tinha agendada e nós, os filhos (que eu espero que neste Hospital venham a memorizar os nossos nomes pois irá ser-lhes útil tratar-nos como pessoas e não como números como trataram o meu pai) assistimos a tudo, assistimos ao agravamento progressivo da sua saúde, assistimos às alucinações causadas por medicação e pior que tudo assistimos à sua morte. Para mim, Joana Carina Correia Andrade Rodrigues, não têm perdão possível e eu prometi ao meu pai no leito da sua morte que o iria defender neste caso, que o iria vingar e será isso que farei, lutarei até culpabilizar quem deixou o meu pai chegar a este estado, lutarei para que seja feita justiça para que um dia não seja nem eu, nem os meus a ser negligenciados no Hospital Beatriz Ângelo.

Certa da compreensão de todos os leitores desta queixa, e na expectativa de ter esclarecido os factos que deram origem ao meu descontentamento e espero ter deixado a administração do Hospital que negou auxílio ao meu pai satisfatoriamente felizes por terem assassinado um Homem com total incompetência e dolo, apresento os meus melhores cumprimentos, permanecendo ao vosso dispor para qualquer esclarecimento adicional que acharem necessário.

Joana Rodrigues

Data de ocorrência: 6 de fevereiro 2014
Esta reclamação foi considerada sem resolução
Comentários

Cara Joana:

Sinto muito a sua perda...

Como médica, e tendo em conta o seu depoimento, e também sublinhando que não conheço a história em detalhe, parece que houve mesmo negligência. E por isso vá em frente com a sua queixa, nem que seja para averiguar todos os pormenores desta situação.

Mas, a cima de tudo, tente não estar sozinha nesta luta. Reuna-se de pessoas amigas, de outras pessoas que tenham passado pelo menos. Eu passei por coisas parecidas, conheço pessoas que passaram pelo mesmo; e é muito extremamente desgastante... E no meu caso, porque sou médica, senti muito melindre à minha volta.

Não lhe vão facilitar a vida!

Mas infelizmente é provável que a situação do seu pai já estivesse demasiado avançada. E que mesmo que tivessem logo diagnosticado a situação da 1ª vez que foram à Urgência, o desfecho muito provavelmente não seria muito diferente. Mas não há dúvida que poderia ter sido encaminhado correctamente e sofrido menos...

[Agora um à parte: Como médica, estas histórias deixam-me muito triste e devo acrescentar que a actual conjuntura política e social está a promover este tipo de situações. Aquele Ministro da Saúde causa-me um incómodo muito grande; ele, e os administradores hospitalares acéfalos, que desconhecem completamente a realidade dos hospitais e da sociedade; e não premeiam o mérito... só os números...]