No dia de ontem a minha avó, de 84 anos, deu entrada nas urgências deste hospital devido a uma queda da cama em que as dores persistiam e não acalmavam nem com analgésicos.
Ora a entrada deu-se às 10h11 e todo o acompanhamento no serviço foi comunicado via sms, uma vez que agora devido ao COVID-19 ninguém pode entrar com acompanhante.
Passadas mais de 9h à espera foi enviada uma última mensagem que dava conta que a doente iria ter alta e para nos dirigirmos ao balcão de atendimento para obter mais informações.
Assim fizemos e mandaram esperar. Fizemos uma segunda abordagem e a funcionária contactou o serviço de Pequena Cirurgia onde a doente se encontrava, informando o médico que os familiares se encontravam à espera ao qual ele respondeu que iria mandar procurar a doente e encaminhá-la.
Mais de duas se passaram e nada. Até que depois das 22h recebemos telefonema de uma sobrinha da minha avó a informar que ela estava lá em casa.
Ora, um hospital central e sua equipa médica, deu alta a uma doente de 84 anos deixando-a sair do hospital sem informar os familiares e sem terem a decência de a entregarem pessoalmente e ser devidamente acompanhada para indicarem o diagnóstico e medidas a tomar.
A doente saiu pela porta principal sem sequer ser abordada por ninguém, nem pela equipa de segurança, percorrendo mais de 2 km, atravessando a estrada da Circunvalação sozinha, cansada, sem comer, confusa e desorientada e ser ajudada por transuentes quando no caminho a encontram tombada devido a nova queda e levaram-na a casa da sobrinha após suas indicações.
Como é possível que o COVID-19 seja sempre justificação e que não deixem que doentes idosos sejam acompanhados em casos de urgência?
Como uma equipa médica consegue praticar atos imorais e sem preocupação alguma por uma idosa de 84 anos há mais de 9 horas no hospital, com histórico de demência, acompanhamento neurológico e psiquiátrico, deixando-a sair do hospital sem se certificar que estava com familiares.
Exijo que sejam apuradas responsabilidades rapidamente e tomadas as devidas medidas de punição de quem simplesmente dá alta médica sem consentimento familiar.
Data de ocorrência: 2 de junho 2020
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