O meu nome é Victoria Marques Murteira, sou licenciada em Estudos Teatrais, Ramo Ensino e fui professora durante 12 anos e formadora (com CAP) durante outros tantos.
Acontece que não ficando colocada há 6 anos, tenho tentado trabalhar no que é possível, sendo o último part-time livreira numa Livraria da cidade de Évora que entretanto fechou. Enquanto licenciada, o CTE de Évora nunca me chamou para qualquer tipo de trabalho, pois as ofertas são raras e não são de todo na minha área profissional. Apesar de estar a receber subsídio de desemprego (pouquíssimo, por sinal) tentei saber quais os cursos que o IEFP oferecia e inscrevi-me (de livre e espontânea vontade) no Curso de Cake Design (200 horas) a começar no dia 7 de Dezembro de 2018 e a terminar no dia 8 de Março de 2019. O curso é às terças, quartas e quintas das 9h às 16h/17h. Ao fim da segunda aula, apercebi-me de que o curso pouco ou nada correspondia às minhas expectativas que eram médias/altas. A partir daí foi o descalabro total. Passo a explicar: o curso tem 5 módulos com os pomposos nomes de: 1- Confecção de Massas Cake (25h), 2- Moldagem e Decoração em Pastelaria (50h), 3- Trabalhos em Pão (25h), 4- Trabalhos em Pastilhagem (50h) e 5- Cake Design (50h). Neste momento terminámos o 3º módulo.
Como referi anteriormente ao fim da segunda aula questionei a formadora sobre o curso, os módulos e os conteúdos programáticos. A sua resposta foi, que não me preocupasse com os módulos, porque a sua transversalidade não lhe permitia dizer quando se iniciava um e terminava outro. Desagradada com a resposta e com o curso, falei com a Coordenadora do curso (funcionária do CT Formação de Évora) cuja resposta foi a de que tinha que continuar a frequentar o curso, caso contrário, o meu subsídio de desemprego seria cortado.
Após estas informações, tentei dar mais uma hipótese ao curso, mas de nada me valeu. Passamos a maior parte do tempo fechadas numa sala com secretárias, sem condições de trabalhar num curso que se quer prático. Quando se faz alguma coisa (pouca) é para ajudar o curso de cozinha e pastelaria, que precisam que lhe façamos alguma coisa, bolos, decorações, etc. Na outra parte do tempo a formadora escreve receitas no quadro para passarmos ou então dita receitas. A formação nunca começa a horas, pois chega sempre alguém atrasado (a formadora inclusive) e quando começamos a trabalhar (quando o fazemos) são quase 11h (saímos às 12h para almoçar). Neste momento só fizemos umas coisitas em pasta de açucar e vimos a formadora a fazer uns bolos e a recheá-los.
Estou desanimadíssima! Não aprendi nada até ao momento, tenho estado doente (com uma infecção respiratória), mas ameaçam-me que não posso faltar (já estive
no entanto de atestado) e passo o tempo sentada à espera que o tempo passe para poder vir para casa.
Este curso tem sido um logro desde o seu início. Acredito sinceramente e com base na troca de informação que tive com outras colegas que frequentaram este curso antes, que o IEFP deveria considerar a hipótese de não abrir mais esta publicidade enganosa que se chama Curso de Cake Design.
Agora sem saber o que fazer, vejo-me obrigada a frequentar um curso pobre de nível 2 e 4 (que dá equivalência ao 3º ciclo e secundário, acho) e que a 2 módulos do fim, nada aprendi, a não ser perder tempo e saúde. Não recomendo este curso a ninguém.
Agradeço desde já a quem se dignou ler este meu desabafo/reclamação.
Victoria Marques Murteira
Data de ocorrência: 30 de janeiro 2019
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