Em Janeiro de 2020 ingressei como formanda num curso de técnica auxiliar de saúde pelo IEFP de Portalegre. No dia 4 de Janeiro de 2021 iniciei a parte prática do curso com uma entidade exterior, denominado de "Formação em Contexto de Trabalho", onde teria de completar 210 horas a trabalhar. No dia 15 de Janeiro do presente ano recebi a informação que a formação teria de ser suspensa, devido ao novo confinamento. No domingo fui informada de que poderia voltar à formação se informasse até às 10h do dia seguinte, o que fiz prontamente e entrei em contacto com o responsável da clínica onde estava a realizar a formação.A mensagem recebida foi do coordenador Carlos Flores:"Boa tarde. Recebi agora a informação de que a FCT poderá continuar desde que haja concordância entre vocês e o posto de trabalho. Peço-vos que falem com as vossas instituições e decidam. Amanhã digam -me quem continua e quem pára. Tenho de dar essa informação para Lisboa para os serviços até às 10 da manhã. Quem decidir não continuar, terá de aguardar que estas medidas da pandemia reduzam. Obrigado". Nesse mesmo dia, após ter dito que queria continuar e ter falado com o tutor, recebo a seguinte mensagem:"Bom dia. Depois de transmitir à diretora a vossa situação, foi -me dito que perante a possibilidade de apenas duas de vocês terem condições para regressar, não devem retomar a FCT. Daqui a 15 dias será feito novo balanço e espera-se que todas possam retomar a FCT nos mesmos sítios. Até porque há uma justificação que protege a situação para todas." Nesta situação, éramos 3 interessadas a regressar e não apenas duas e ao telefone a justificação dada foi de que como somos 5 e duas colegas têm filhos e não tinham onde os deixar, todas nós teríamos de parar a formação, devido a essas duas colegas. Aqui coloco a questão se os filhos de cada uma não são de âmbito pessoal e não colectivo? Com isto, procurei resposta junto da directora do centro de formação de Portalegre já que a decisão de não nos deixarem continuar a formação partiu dela. A única resposta que obtive foi de que quando se soubesse alguma coisa ela me diria e que isto "vinha lá de cima". Anuí e continuei à espera de informações. Hoje dia 24 de Fevereiro de 2021, recebo uma chamada do coordenador do curso, Carlos Flores, que me garantiu que a única razão para eu não estar já com o curso concluído e a trabalhar na área, porque tenho duas colegas com filhos e que eu tenho de ter compreensão que elas não sabem o que fazer com eles, ao que aqui questionei se o facto de eu estar a passar fome e não poder ingressar na área que pretendia quando iniciei o curso, também seria alvo de compreensão. Foi-me respondido pelo Sr. Carlos Flores que como eu não compreendo a decisão deles, ele também não teria de compreender a minha e que estas decisões "vinham lá de cima". Perguntei ao Sr. Carlos se me poderia facultar contactos de quem é "lá de cima", porque eu quero muito poder ingressar na área da saúde e ajudar especialmente nestes tempos bastante difíceis para o SNS, ao qual a resposta que obtive foi "vá pesquisar na internet" e a chamada telefónica caiu.
Gostaria de saber até que ponto uma directora de IEFP pode decidir a minha vida sem me questionar e deixarem-me sem poder concluir o curso, que me esforcei para cumprir e que pretendo de verdade ajudar quem mais precisa que são os idosos e doentes.
Data de ocorrência: 24 de fevereiro 2021
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