Pikolin - Defender os meus direitos enquanto consumidor!!!

No passado dia 30 de Setembro, dirigi-me ao estabelecimento Espaço Descanso, pertencente ao Grupo Pikolin, sito no Gaiashopping, com a intenção de adquirir um colchão. Após ser aconselhado pela vendedora Sandra a optar pelo colchão topo de gama Neutron V2, modelo diferente do que inicialmente pretendia adquirir, assinei a nota de encomenda e paguei o sinal exigido, no valor de 400 € (quatrocentos euros). No dia 8 de Outubro, foi-me entregue o colchão encomendado, tendo pago os restantes 1146 € (mil cento e quarenta e seis euros). É importante salientar que na altura estava em prática uma campanha na loja fazendo o desconto no valor do novo colchão do valor da retoma do meu colchão antigo, avaliado em 387 € (trezentos e oitenta e sete euros). Assim, o valor total do colchão Neutron V2 ascende a 1933 € (mil novecentos e trinta e três euros) conforme se pode constatar na cópia do orçamento.

Após um período de 2 meses, percebi que o mesmo tinha um comportamento substancialmente diferente do apresentado pela vendedora da Pikolin.

Efectivamente, na apresentação efectuada na loja, o colchão tinha as seguintes características:

•    Capacidade de manter o corpo numa posição neutra, equilibrada, num plano horizontal com uma distribuição homogénea de pressão no corpo;
•    No caso do colchão de casal, independência entre os dois utilizadores garantindo duas zonas autónomas de funcionamento. Foi dado o exemplo da própria vendedora cujo marido pesava mais de 100 kg e que, com o mesmo modelo de colchão, se verificava o pressuposto atrás descrito.

Após 2 meses de uso, o verificado foi o seguinte:

•    O corpo, à medida que a noite passa, afunda-se no colchão de uma forma desigual. A zona da bacia tem assentamentos diferenciais substanciais enquanto o resto do corpo não. Isto é, o corpo, em vez de ficar alinhado num plano horizontal, forma um “V” com os pés e a cabeça a funcionarem como pontos altos e a zona da bacia como ponto baixo. Esta situação agrava-se se dormir “de lado” pois cria esforços de tracção e compressão fortíssimas na zona da barriga.
•    Não se verifica a independência entre os dois utilizadores. Na prática, o que acontece é a rotação lateral do corpo em direcção ao outro utilizador.
•    O colchão, apenas com 2 meses de uso, já não tinha capacidade de recuperação entre noites criando zonas com maior ou menor amortecimento. É de destacar que mesmo após uma semana sem uso o colchão não recuperou as suas capacidades originais.

O resultado conjunto dos problemas atrás descritos é a inserção no corpo de deformações consideráveis durante a noite, quer na direcção longitudinal, quer na transversal, que, com o acumular das noites, se traduziu em fortes dores de costas nos dois utilizadores. É de realçar que ambos os utilizadores têm menos de 30 anos, ambos saudáveis a nível osteomuscular, exercendo prática desportiva frequente sem historial prévio de dores de costas.

É de realçar também que, com uma periodicidade inferior a 15 dias, temos virado o colchão, quer na horizontal, quer na vertical. Fizemos isto com a expectativa de tentar contrariar a criação de zonas com amortecimento distinto. Infelizmente foi em vão.

Perante tal facto, após 2 meses e meio, dirigi-me novamente ao Espaço Descanso no sentido de apresentar o meu desagrado quanto ao comportamento do colchão e solicitar uma solução. Fui informado que, antes de poderem apresentar alternativas, era necessário a deslocação de um técnico a minha casa para poder analisar o problema.

A deslocação do técnico deu-se na semana seguinte, tendo o mesmo feito um exame que consistiu em pressionar 3 pontos no colchão, virar o mesmo e observar o estrado.
Após este curto exame, o técnico Pikolin informou-nos que o comportamento do colchão era normal e que “o que é bom para mim pode não ser bom para si” (citação fiel do comentário do técnico).

Em relação à visita do técnico tenho a tecer os seguintes comentários:

•    Tendo em consideração que as deformações do colchão se agravam lentamente com o passar da noite (média de oito horas de sono) não compreendo como se conseguem tirar conclusões sobre o normal funcionamento do colchão com o pressionar isolado de 3 pontos no colchão realizado num espaço de 2-3 minutos.
•    Para o técnico Pikolin é normal que, no espaço de 2 meses, um colchão apresente zonas com amortecimento tão distinto.
•    O comportamento real do colchão é completamente diferente do anunciado pela vendedora no acto da compra.
•    É inaceitável a justificação dada para o comportamento do colchão. Este não pode ser o comportamento normal de um colchão.
•    É inaceitável que seja normal um colchão causar estas deformações na postura em descanso duma pessoa.

Como é evidente, o comportamento deficiente do colchão tem implicações graves na minha qualidade de vida. Desta forma, exijo que a Pikolin apresente, num prazo máximo de 10 dias úteis, uma solução para esta situação.

De forma a facilitar a vossa resposta, adianto que apenas aceito os seguintes cenários:
•    A troca por outro colchão Pikolin, de modelo diferente, escolhido por mim. No caso de o valor do colchão a adquirir ser menor serei ressarcido da diferença. Obviamente que o contrário também se aplica, pagando eu a diferença se o valor do novo colchão for superior.
•    A devolução integral do valor pago pelo colchão incluindo o valor da retoma perfazendo um total de 1933 € (mil novecentos e trinta e três euros).

Caso entendam não dar resposta adequada no prazo por mim apresentado, farei valer-me de todos os meios legais disponíveis para defender os meus direitos enquanto consumidor.