Universidade do Minho - TecMinho - Relacionamento inapropriado com os formandos em curso de formação

Os factos a seguir relatados ocorreram no curso online: Curso Gestão de Projetos (23ª edição) promovido peloa TecMinho em parceria com a APOGEP. Trata-se de um curso para adultos em horário pós laboral.

1) Misoginia por parte de vários formadores

Ao longo do curso ouvimos vários comentários inaceitáveis sobre mulheres, misóginos e insultuosos.

Primeiro módulo, com o formador "A": „As mulheres conseguem fazer mais do que uma coisa ao mesmo tempo, conseguem fazer outra coisa enquanto cozinham ou passam a ferro“.
Sobre uma actividade de grupo: „O grupo só de senhoras deve ter estado a escrever receitas“.
Um terceiro comentário dizendo não ser aconselhável usar o Face Time porque a sua mulher se poderia aperceber que estava a jantar com a secretária.
Comentário do formador "J": „Departamento de Compras, particularmente relevante para as senhoras, quando vão às compras". O mesmo formador também nos perguntou qual era a profissão mais antiga do mundo e a seguir mostrou-nos um slide duma prostituta. Nos slides fornecidos pelo formando não constava esse slide.
Num outo módulo com o mesmo formador "A"as reacções do formador perante respostas erradas dos formandos foram diferentes consoante fossem mulheres ou homens a responder mal, ridicularizando a formandaque deu uma resposta errada.
Foi como se se tratasse de um curso de homens e a presença de mulheres no curso fosse algo estranho, desconfortável e anormal.
Estes comentários são totalmente inaceitáveis, para mais num contexto de formação e a TecMinho tem a responsabilidade de fazer alguma coisa para que não se voltem a repetir.


2) Continuados comentários condescendentes, depreciativos, ridicularizando os formandos

Ao longo do cursos foram sistemáticos e continuados os comentários condescendentes, depreciativos e a ridicularizar os formandos por parte de alguns formadores.
Alguns exemplos: ouvimos o formador "A" a comentar o trabalho de um dos grupos, ao regressarmos das salas de actividades, não sabendo que o ouvíamos „Coitadinhos, não dá para mais“.
Este é apenas um exemplo, as atitudes foram continuadas e constantes, por parte de vários formadores.
As respostas ou intervenções por parte dos formandos eram frequentemente recebidas de forma depreciativa e com tentativas de ridicularizar os formandos.
Durante o curso os formandos são constantemente atemorizados quanto às apresentações dos trabalhos finais.
Não há qualquer justificação pedagógica para este tipo de comportamentos. O entendimento de que os formandos devem ser sujeitos a este tipo de tratamento é obsoleto, lamentável e além do mais profundamente ridículo.


No final da formação eu e algumas colegas reunimos com a coordenadora do curso da TecMinho onde lhe expusemos estes factos. A coordenadora começou por querer desvalorizar os comentários atribuindo-nos ao sentido de humor do formador "A". Não sendo esse o nosso entendimento, assumiu as nossas queixas como reclamação e promoveu com reunião com os formadores. Recebemos uma resposta escritas onde os formadores não assumem nenhum dos factos, pedindo apenas desculpas por terem ferido susceptibilidades. Negaram a adoção de qualquer prática antipedagógica de humilhação/desprezo pelos alunos. A Tecminho não nos comunicou quaisquer acções para eliminar estas práticas.