Partilhe
Entre os dias 1 de janeiro e 13 de dezembro de 2023, o Portal da Queixa recebeu 24.696 reclamações, um crescimento na ordem dos 37% em comparação com o período homólogo do ano passado, onde se verificaram 10.058 queixas. Este ano, o valor total estimado em prejuízos já ultrapassa os cinco milhões de euros (5.020 831.92€), um valor médio de 364 euros.
A análise aferiu que a maioria das denúncias reportadas está relacionada com casos de compras em lojas online, onde os consumidores se queixam de ter encomendado e pago um produto que não chegam a receber, ficando sem resposta (por parte da marca/vendedor) e sem o reembolso do dinheiro.
A não execução dos pedidos de reembolso – após a não receção do produto – é assim o principal motivo de queixa apresentado, gerando 57,8% das reclamações inseridas em situações de burla. Outro motivo apontado pelos burlados está relacionado com os problemas no contacto/resposta da marca a acolher 7% das queixas. São casos em que os consumidores reportam dificuldades no atendimento ao cliente e a falta de feedback do vendedor.
A análise efetuada apurou ainda as três marcas mais reclamadas em 2023, por alegada situação de burla. O maior volume de queixas foi dirigido à PT Electrónia, uma loja de pequeno retalho de informática (alvo de 836 denúncias), à Decorei.pt (222) e à Teckmi (183 reclamações).
Paulo Rodrigues é um dos casos onde é denunciada a não entrega da compra feita à loja online Teckmi, no valor de mais de mil euros, nem o reembolso do valor: “Encomenda nunca fornecida, nem devolução do valor de 1.003 euros”.
António Pereira é outro consumidor que se assume burlado e acusa a loja Gtech de “Burla, fraude e vigarice”. Na reclamação registada no Portal da Queixa, descreve: “Comprei uma TV Led no valor de 469 euros em 18/03/2022 e até á data de hoje não a recebi, nem foi feito qualquer reembolso. Será que com tantas queixas não existem autoridades para averiguar e que se passa com estas fraudes e continuam no ativo sem que se faça nada a esse respeito.”
“A falta de literacia digital na sociedade portuguesa já é equivalente ao problema do analfabetismo de há 40 anos e não atinge apenas os mais velhos. De acordo com a OCDE, em Portugal, um em cada três alunos de 13 anos de idade não possui competências digitais básicas. Infelizmente, esta realidade só poderá ser invertida com a partilha de conhecimento, assente numa estratégia alargada, não dependendo apenas das entidades governamentais - que deverão ser as principais potenciadoras - mas de todos os interessados na jornada digital dos consumidores portugueses. É nossa obrigação contribuir para o aumento da literacia digital, criando mecanismos de defesa, ações e conteúdos pedagógicos, ensinando de forma direta e objetiva como utilizar os canais online, já que deviam ser os organismos do estado a assumir a dianteira.”, afirma Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa.
Movimento social #NãoSejasPato
O movimento #NãoSejasPato – criado pelo Portal da Queixa - surge com propósito de potenciar a Literacia Digital nos consumidores.
Existem muitos tipos de burla online. São cada vez mais engenhosas, podendo mesmo fazer o consumidor acreditar que se trata de algo real. As mais comuns são as mensagens fraudulentas e as tentativas de phishing, via email, mensagens WhatsApp ou SMS. Perante uma tentativa de burla, é sempre muito importante pesquisar mais informação a respeito e alertar a entidade.
Além disso, a partilha de informação capacita os consumidores. No Portal da Queixa, pode obter mais informação sobre estas fraudes, mas também é importante partilhar e denunciar caso passe por uma situação semelhante, a fim de ajudar outros consumidores nesse sentido.
© PRODUÇÃO DE CONTEÚDO | Notícia
Comentários(0)
Deixe o seu comentário!
Entrar