Barulho do festival Rock in Rio não deixa moradores dormir

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O Portal da Queixa tem recebido diversas reclamações de moradores que vivem perto do Parque da Bela Vista, onde o festival Rock in Rio está a decorrer.
O barulho do festival é o principal motivo apontado, nas reclamações destes cidadãos, que não lhes permite descansar em dias de festival.

Barulho não deixa moradores descansar
Maria Maia, residente na Alta de Lisboa, considera que a situação é "um desrespeito” para com os residentes. "Não posso entender como é que a Câmara dá autorização" a um festival, "durante a semana, quando a lei do ruído diz que só pode ser feito até às 22:00, salvo algumas exceções", lê-se na reclamação efetuada no Portal da Queixa.

Já Gonçalo Mendonça, na reclamação que efetuou no Portal da Queixa, refere que se sente “revoltado com este festival”. O morador da Praça Paiva Couceiro mostra a sua indignação pela “grande questão do ruído” relatando que adormeceu “a ouvir o Sr. Bruce e acordou com o sound check de uma bateria vinda de quase 2km de distância”.

Noutra reclamação, Liliana Costa refere que “até às 4 da manhã” nem ela, nem o filho de 20 meses conseguiram dormiu.

Miguel Antunes relata que todos os anos, por esta altura, quando se realiza o festival o som é demasiado alto e perturba o descanso de todos os que residem na habitação. Este cidadão que reside bastante perto do Parque da Bela Vista, na reclamação que efectuou ao Rock in Rio, conta que dormir cedo é impossível dado o ruído que se regista no bairro.

Até ao momento as reclamações apresentadas à Câmara Municipal de Lisboa e ao Rock in Rio não obtiveram qualquer resposta, nem por parte da CML, nem da entidade organizadora do festival.

Câmara Municipal de Lisboa confirma ter recebido reclamações
O gabinete do vereador da Estrutura Verde da Câmara Municipal de Lisboa admitiu ter recebido "algumas queixas" do barulho do festival Rock in Rio, "sobretudo [de moradores] da zona do Lumiar e da Alta de Lisboa".

No entanto, é referido pela agência Lusa que a Câmara "está a acompanhar" a situação e "tem equipas que medem o ruído em permanência no Rock in Rio", que vão "tentar minimizar os impactos" que possam surgir.

Fonte oficial do Rock in Rio esclarece à Lusa que não houve, nesta edição, qualquer alteração em termos de aumento do volume de som, mas apenas na qualidade do som, que melhorou.

Por seu lado, a Federação das Associações de Moradores da Área Metropolitana de Lisboa (Famalis) disse que vários residentes, na envolvente do festival Rock in Rio, na Bela Vista, se queixaram do "barulho infernal" até "altas horas", na madrugada de quinta para sexta-feira, não tendo conseguido “dormir até altas horas".

O presidente da Famalis admitiu que a situação verificada na quinta-feira passda à noite, em que o norte-americano Bruce Springsteen foi cabeça de cartaz, não é nova.

Na ótica de Carlos Cardoso, presidente da Famalis, estes espetáculos deviam ser feitos noutras zonas que não incomodassem os moradores. "Ou se leva [o festival] para uma zona sem moradores", e tem "pouca acessibilidade para os estrangeiros, ou se faz na própria cidade, num local que é central, como é o parque da Bela Vista", apontou, referindo que a primeira opção "não é a mesma coisa", não tem o mesmo impacto. No caso do festival, a dimensão é maior, porque "o som é mais elevado e há mais pessoas".

Recorde-se que em 2014, foi aprovada pela Assembleia Municipal de Lisboa uma proposta para isenção das taxas relativas às sétima e oitava (2016 e 2018) edições do Rock in Rio, de cerca de 3,5 milhões em cada ano.

Sempre que tiver uma reclamação para apresentar a uma empresa organizadora ou promotora de eventos ou festivais pode efectuar a sua de forma totalmente gratuita aqui.