Boa tarde, sou visitante assídua na FCG, quer em termos de exposições, quer em termos de concertos. No sábado passado fui à Gulbenkian com a minha mãe que, infelizmente, tem mobilidade condicionada e por isso tem de andar em cadeira de rodas.
Senti que éramos estranhas - não nos conseguimos movimentar dentro da Gulbenkian, entre pisos, sem termos de ter alguém sempre connosco (tirando subir do parque de estacionamento para o piso 0). O elevador para o piso inferior tinha que ser utilizado com a presença de um segurança, tivemos de ficar à espera do segurança, tivemos inclusivamente de ficar à espera que o segurança fosse chamar um outro segurança para nos acompanhar... Senti que éramos estranhas... Depois tive de empurrar a cadeira para descer e subir uma rampa (para a exposição Cruz-Filipe) que tem com certeza mais de 6% de inclinação, pois a meio da subida tive medo de não conseguir subir.
Senti que éramos estranhas... mas o pior foi sentir que um espaço que tanto gosto e onde vou frequentemente está tão mal preparado para ter pessoas com mobilidade condicionada.
Sou arquiteta por isso sei que tudo é possível e adaptável - haja vontade! Pode não ficar esteticamente tão bem, mas tem de ser possível que as cadeiras de rodas se possam movimentar livremente na FCG e não estarem dependentes de seguranças para se deslocarem entre pisos.
O fato de serem seguranças até parecia que tínhamos feito algo errado.
Até a alcatifa dificulta a circulação da cadeira de rodas.
Gosto tanto da FCG, com tantos momentos importantes para toda a minha família e nunca pensei que me fosse sentir tão estranha...
Também gostava que pensassem como se sentem as pessoas de mobilidade condicionada que têm de ficar a ouvir os concertos no pior lugar da sala - debaixo do balcão, onde o som que chega não tem a qualidade devida.
Atentamente,
Rita Viegas Costa
Data de ocorrência: 13 de abril 2024
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