Gás propano canalizado: uma energia limpa sempre ao seu dispor

Em Portugal existem dois tipos de gases a alimentar as canalizações das casas e edifícios: o gás natural e o gás propano canalizado, também nomeado muitas vezes como GPL.

Neste artigo, iremos focar-nos no gás propano canalizado que, entre os combustíveis fósseis, é uma das energias mais limpas. E aqui entra logo um ponto controverso: é possível adjetivar um combustível fóssil como limpo? Para compreender o porquê desta adjetivação, precisamos de compreender o que é o gás propano, como funciona como fonte de energia e até qual é o seu papel na transição energética da União Europeia. 

O que é o gás propano?

Tal como o gás natural, o gás propano é um hidrocarboneto. A sua fórmula química é C3H8. Como se trata de um gás de petróleo liquefeito, muitas vezes encontrará o gás propano canalizado a ser definido por GPL. 

Já este facto de ser um gás de petróleo liquefeito, evidencia logo a origem do gás propano. Ao contrário do gás natural, que é extraído diretamente da fonte, o gás propano é um produto derivado da extração ou refinação do petróleo e da extração do gás natural em jazidas de petróleo. 

Porque é que o gás propano é um combustível fóssil mais limpo?

Os gases de petróleo liquefeito, onde se inclui o gás propano, são vistos pela União Europeia como energias de transição. Ou seja, a par do Gás Natural, o GPL é visto como uma energia que ajudará a descarbonizar a Europa enquanto esta transita para energias 100% renováveis. 
Note que o gás propano não é uma energia limpa no mesmo sentido que a energia solar é. Esta definição de energia limpa é vista em comparação com outros combustíveis fósseis. Porque quando faz esta comparação entre o gás propano e o petróleo ou carvão, é possível dizer que:

• Produz emissões quase nulas de dióxido de enxofre e de óxido de nitrogénio;

• Liberta pouco monóxido de carbono para a atmosfera;

• A sua combustão emite menos CO2 do que o resto dos outros combustíveis fósseis convencionais (excetuando gás natural);
• O gás propano não é tóxico, uma vez que não liberta quaisquer cheiros, fumo ou fuligens – note que o cheiro do gás propano é introduzido artificialmente por razões de segurança, tornando a identificação de uma possível fuga mais fácil;
• A sua combustão é muito eficiente, gerando um alto poder calorífico. Isto faz que com menos gás seja possível gerar mais calor;
• É de fácil transporte, o que possibilita o abastecimento em áreas onde não existe rede de gás natural, ou redes de difícil acesso, como ilhas e regiões montanhosas e remotas, que dependem exclusivamente do GPL.

Como funciona o sistema de abastecimento do gás propano canalizado?

Vamos começar pela fonte: todos os combustíveis fósseis são importados para Portugal e chegam sobretudo via marítima. Se estiver curioso acerca da origem do gás que consumimos em Portugal, leia este artigo.

Quando o gás propano está pronto a utilizar, é transportado para um depósito comunitário, que alimentará uma determinada localização através de uma rede de canalização própria. A gestão deste depósito é feita pela entidade responsável, que garante que este tem sempre gás suficiente para suprir todas as necessidades dos seus consumidores. Quanto aos tipos de depósitos, existem dois: o depósito aéreo, que fica visível num espaço aberto, e o depósito subterrâneo, que fica oculto.

Quando o gás propano canalizado chega a sua casa, o seu consumo é medido de forma normal através de um contador na sua habitação.

Uma energia limpa sempre ao seu dispor: a flexibilidade do gás propano 

O alto poder calorífico do gás propano torna-o numa fonte de energia muito flexível. Pode ser utilizado para aquecer a casa, alimentar a placa do fogão e o forno e para aquecer as águas sanitárias. 

Além disso, quando recebe gás propano canalizado em casa, tem uma fonte de energia sempre disponível, sem as preocupações que existem, por exemplo, com as botijas de gás.

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