Governo Regional dos Açores - Atendimento desagradável

Hoje, pelas 11h30, desloquei me à Conservatória do Registo Civil da Lagoa, acompanhada do meu pai, pessoa com dificuldade motora e a viver no lar de Santo Antônio, Lagoa.
Primeiramente, e lamentavelmente deparo me com a impossibilidade de aceder ao espaço referido, por não ter rampa para cadeira de rodas, tendo que recorrer a ajuda de terceiros.
Já no interior, com o propósito de ser reconhecida a minha assinatura (a rogo do meu pai), para sua inclusão na minha conta bancária, surge o atendimento mais caricato, inadmissível e humilhante que se possa ter num serviço público.
O meu pai tem 79anos, tem dificuldades motoras e até respiratórias mas está nas suas faculdades mentais. Recebeu um cheque visado das Finanças, relativo ao reembolso do seu IRS. Ora, segundo as normas do sistema , o cheque tem que ser depositado em conta própria!
O meu pai não tem contas bancárias, e por isso com a sua total autorização e concordância optamos por ele fazer parte da minha conta, no BPI.
Para o efeito, foi exigido a sua presença no banco e consequentemente no notário.
É aí que considero que o notário, pessoa que nós atendeu foi duma extrema frieza, não me deixou explicar o motivo da nossa ida lá e pediu me que saísse da sala porque tinha perguntas a fazer ao meu pai!
Logo aí, estranhei e até fiquei preocupada porque o meu pai é uma pessoa extremamente nervosa, não estando habituado a estar sozinho neste tipo de serviços.
Mais, pareceu que o meu pai iria ser interrogado judicialmente!
Ainda assim e respeitando os procedimentos, sai da sala, deixando lá os documentos facultados pelo BPI, e onde eu iria assinar na presença de ambos.
Passados 10 minutos, sensivelmente vem o notário dizer me que não pode reconhecer a minha assinatura porque o meu pai não sabe que papéis são aqueles!
Nesta altura o meu pai já estava a chorar em silêncio, vi o rosto dele apavorado!
O meu pai sabe o que tem que ser feito , simplesmente não lhe foram colocadas as perguntas certas, o meu pai de fato não soube explicar o que seriam tantas folhas mas sabia que tinha que ter o seu nome na minha conta para poder depositar o cheque e com ele fazer os seus pagamentos de despesas mensais, as quais são todas geridas por mim.
O notário estava muito preocupado é que eram muitas folhas para ler, que eu devia voltar ao BPI e que fossem advogados deles a reconhecer as assinaturas dos clientes!
Face ao exposto, manifesto em meu nome e do meu pai um total desagrado pelo atendimento humilhante num serviço público e todos os constrangimentos daí resultantes, nomeadamente, a dificuldade de acesso ao espaço, o não termos sido ouvidos nem compreendidos no que seria um simples serviço!

Espero no mínimo um pedido de desculpa ao meu pai e à minha pessoa. E que situações semelhantes sejam tratadas por profissionais com vontade de ajudarem as pessoas, sobretudo, as mais vulneráveis.

É lamentável que tenhamos que recorrer ao privado quando temos um serviço público ao nosso dispôr, ou pelo menos, que deveríamos ter!

Aguardo resposta.

Cumprimentos,
Lúcia Cordeiro

Aguardo resposta.