INEM - Atendimento por motorista

No dia 3 de Fevereiro de 2022, pelas 10 horas e22 minutos liguei para o 112, pois o meu pai, que tem 90 anos, tinha dado uma queda e sentia dores insuportáveis nas costas e bacia. Considerei a possibilidade de ele ter algum osso partido, o que é comum nessa idade. Fiquei à espera da ambulância no exterior do edifício, de forma a poder orientar os socorristas. Assim que o motorista desceu da ambulância, matrícula 42-NJ-71, reparei que estava nitidamente contrariado, com uma cara de má vontade. Quando chegou ao quarto, onde estava o meu pai, limitou-se a obrigá-lo a levantar-se, de uma forma ultrajante, puxando-o por um braço, sem previamente lhe ter feito qualquer exame que comprovasse não haver nada partido. Não levou maca ou mesmo cadeira de rodas para o transporte até à ambulância. Era perfeitamente visível que o meu pai mal podia dar passo, mas foi arrastado pelo dito senhor, como se fosse um criminoso. Sei que as dores eram atrozes, pois de outra forma o meu pai nunca quereria ir para o hospital. Entretanto, o colega do motorista ficou comigo no apartamento, a fim de tomar nota dos medicamentos e número de utente.
O meu marido assistiu que durante todo o trajeto até à ambulância, o dito senhor (motorista) ralhou ininterruptamente com o meu pai, de uma forma indigna de tratar qualquer ser humano, muito menos um idoso de 90 anos, dizendo “por tudo e por nada chamam a ambulância” “não vejo razão nenhuma para ter chamado a ambulância” “entretanto podemos fazer falta a outros”, isto repetido várias vezes. O meu pai nem conseguia falar, estava demasiado atónito, debilitado e cheio de dores para poder ripostar. Desde esse dia entrou numa tristeza profunda e só diz “quero morrer”. O meu pai é uma pessoa educada, inteligente, está completamente lúcido e sempre tratou toda a gente com amabilidade, pelo que este tipo de tratamento o deixou muito afetado, pois nunca assim havia sido tratado. Não estou a falar apenas de falta de educação, mas sim de agressão por parte desse senhor motorista, que evidentemente está na profissão errada.
Aguardo procedimento em conformidade e a vossa resposta.

Exmos. Senhores,

Se o vosso serviço tivesse decorrido de forma "normal" com os senhores afirmam, eu não me teria queixado. Quando os senhores também afirmam que o doente foi mobilizado com a concordância dos familiares não é verdade. Eu estava presente ( sou filha) e também o meu marido e ambos dissemos que o meu pai não deveria ter sido mobilizado daquela forma.
A minha reclamação tinha como objectivo a melhoria do vosso serviço, pois o comportamento do senhor motorista não dignifica o INEM.

Cumprimentos,

Ana Afonso