No dia 16 de Setembro de 2023, dirigi-me ao Recheio de Vila Franca de Xira. Por norma, sou eu e a minha filha mais velha que vamos, mas ontem a minha esposa e filha mais nova juntaram-se a nós.
A meio das compras, uma funcionária veio ter connosco para questionar o motivo pelo qual as crianças estavam dentro do estabelecimento. Informei-a que elas sempre tinham entrado comigo, como sempre fizemos.
Ela informou que as crianças tinham de sair porque as regras haviam sido alteradas e que iria falar com o gerente. Aproveitei a ocasião para ir com ela até ao balcão central. O gerente não estava presente; por isso, chamaram outra funcionária pelo sistema de som. Questionei se o gerente ou o subgerente estava, e disseram-me que não. Apareceu então uma colega a substituí-los, trazendo duas crianças pela mão que claramente não pertenciam à mesma família. Ela aproveitou a ocasião, para fazer de carro vassoura e trazer crianças para a "segurança" do balcão central.
Questionei o motivo pelo qual as crianças não podiam entrar no estabelecimento. Ela respondeu que as regras foram alteradas devido a um quase acidente que não se materializou numa outra loja do grupo, envolvendo uma criança.
Embora ela não tenha elaborado, deduzo que isso tenha a ver com paletes amontoadas nos corredores e com o pessoal a conduzir as empilhadoras como se estivessem no WRC. Acredito que possam estar habituados a manobrar a empilhadora com frequência; contudo, uma empilhadora é das máquinas mais perigosas de manobrar, principalmente quando estão carregadas com paletes e o garfo ainda está no ar, aumentando a probabilidade de virar, para além da má visibilidade.
Disse à gerente que achava a medida ridícula, pois, tal como eu, muitos outros pais não têm onde deixar os filhos, seja porque a mãe está a trabalhar ou porque não têm familiares a quem os deixar. A gerente afirmou que o Recheio, sendo uma empresa privada, pode criar as regras que bem entender e que cabe aos clientes aceitá-las ou não. Basicamente, disse que a porta da rua é a serventia da casa.
Quando pedi o livro de reclamações, ela informou que não o tinha consigo e que eu poderia reclamar online. Respondi que, já que estava ali, faria a reclamação na hora. Esperei um bom bocado, e como ela não apareceu com o livro, fui-me embora.
Curiosamente, com esta medida ridícula, observei que no estacionamento do Recheio cerca de metade das viaturas tinha adultos com crianças menores ou mesmo menores sozinhos, sem acompanhamento ou supervisão dentro das viaturas.
Deve ser uma questão de tempo até surgir nas notícias uma reportagem sobre uma criança que sofreu um golpe de calor dentro de uma viatura no estacionamento do Recheio, devido à proibição da entrada de crianças.
O Recheio deve cancelar imediatamente esta regra idiota e tomar medidas adequadas para prevenir acidentes dentro das lojas. Com esta medida, torna-se evidente que a segurança é pouca e, caso algo aconteça, pelo menos não envolverá crianças, o que claramente seria devastador se tal notícia aparecesse na televisão.
Já fui a esse Recheio dezenas de vezes, e raramente vi o gerente. Penso tê-lo visto apenas uma ou duas vezes. Vi a subgerente cerca de 20% das vezes que lá fui. Ou o gerente é responsável por outras lojas e raramente está lá, ou simplesmente não gosta de trabalhar. Mas isso, à semelhança desta regra estúpida, é problema vosso.
Eu, enquanto cliente, posso frequentar ou não o vosso estabelecimento e também posso condenar as vossas atitudes e regras, chegando mesmo a pedir aos meios de comunicação social para noticiar o que está a acontecer nos estacionamentos dos Recheios. Aí temos crianças menores, sem acompanhamento, dentro das viaturas, correndo riscos de insolação ou até mesmo de serem sequestradas por estarem sozinhas.
Em resumo, esta nova regra não só demonstra um despreparo na gestão da segurança dentro da loja, como também cria problemas adicionais nos estacionamentos, expondo crianças a riscos desnecessários. A empresa deve repensar imediatamente esta abordagem, adoptando medidas que realmente contribuam para a segurança de todos os seus clientes, independentemente da idade.
Espero que esta situação seja resolvida o mais rápido possível, porque, como cliente, estou seriamente a ponderar deixar de frequentar o estabelecimento, e acredito que muitos outros farão o mesmo se esta regra continuar em vigor.
Data de ocorrência: 16 de setembro 2023
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