Saúde: reclamações sobem no primeiro trimestre

Atrasos, mau atendimento, cobrança indevida, falta de informação e dificuldades no agendamento foram os principais motivos de reclamação dos utentes contra o setor da saúde. No primeiro trimestre do ano, o Portal da Queixa recebeu mais de mil reclamações, um aumento na ordem dos 11%, face a 2023. 

Saúde: reclamações sobem no primeiro trimestre. Privados lideram.

Entre os dias 01 janeiro e 31 março de 2024, foram apresentadas no Portal da Queixa 1.169 reclamações relacionadas com a área da Saúde, um crescimento de 10.6% em comparação com o período homólogo de 2023, onde se registaram 1057 queixas. O setor privado não só continua a ser o mais visado, como também assiste a um crescimento de 19.5% das ocorrências, face a igual período do ano anterior. Já o setor público tem vindo a manter a tendência de descida, verificando-se uma redução de 1.3% no número de reclamações.

Entre os principais motivos de reclamação dos utentes dirigidos às entidades de saúde do sistema público — onde se incluem os hospitais e maternidades; centros de saúde/unidades de saúde familiar e emergência média — estão a demora no atendimento, a gerar 30.3% das queixas. São reportados casos de utentes que chegam aos hospitais, mas que demoram para ser atendidos, ou alegam atrasos para realizações de consultas ou exames.

Segue-se o mau atendimento (26,5%); onde os utentes reclamam da forma como são atendidos nos hospitais pelos vários profissionais de saúde (auxiliares, enfermeiros e médicos).

A dificuldade no agendamento de procedimentos (consultas, exames, análises) acolhe 8.1% das ocorrências registadas no setor público e a falta de informação por parte dos organismos é denunciada em 5.7% das queixas. Já o quinto motivo mais invocado (5.4%) refere-se à dificuldade no contacto com a entidade de saúde. São apontados pelos utentes problemas para entrar em contato com as entidades por meio de telefone, e-mail e outros meios.
 

Setor privado é o mais reclamado: 61,8%

A motivar a principal insatisfação sobre os prestadores de cuidados de saúde privados estão também as queixas por demora no atendimento (16.9%). Seguem-se a cobrança indevida (16%); o mau atendimento (13,4%); a falta de informação (11.8%) e a dificuldade no agendamento de procedimentos a recolher 5,6% das reclamações geradas no primeiro trimestre.   

A análise permitiu aferir que, entre as queixas dirigidas aos prestadores de saúde privados, são os Grupos de Saúde Privados que acolhem maior número de reclamações (27.9%), seguem-se as Clínicas Dentárias a absorver 7.1% e as Clínicas Médicas a recolher 5.9% das queixas.

No entanto, foi a categoria Farmácias e as Parafarmácias a que mais cresceu no setor privado este ano, com uma subida na ordem dos 69%. Foram 204 queixas no primeiro trimestre de 2024, face às 121 queixas de 2023.

Já no sistema público, o SNS ocupa uma fatia de 38.2% no total de reclamações registado no primeiro trimestre, sendo a categoria ‘Hospitais e Maternidades’ a que mais pesa ao somar 20.9% das queixas.

Na reclamação dirigida ao SNS, um dos utentes queixou-se de solicitar uma consulta para um problema de coração, em fevereiro, e reporta que a mesma foi agendada para julho.

Outro utente denuncia a longa espera no Hospital Pedro Hispano (Matosinhos), onde relatou uma possível arritmia pelas 9h00 e alega ter sido atendido pelo médico pelas 17h00.
 

CUF e Beatriz Ângelo entre os mais reclamados

O grupo de saúde CUF e o grupo Lusíadas Saúde são os grupos de saúde mais visados no setor privado, com 12.6% e 7.5% de reclamações, respetivamente. No que se refere ao SNS, lideram o ranking o Hospital Beatriz Ângelo (Loures) e o Hospital de Santa Maria (Lisboa), ambos com uma fatia de 1.8% de queixas.

 

© PRODUÇÃO DE CONTEÚDO | Notícia


Comentários(0)

Mais soluções.

Em cada email.Todas as semanas no teu email as notícias, dicas e alertas que te irão ajudar a encontrar mais soluções para o que necessitas.