ANTRAL - Taxista perturbado

Anónima apresentou a reclamação

29 de outubro 2016

Bom dia, pus nome falso porque tenho receio que o dito possa identificar-me.
Ando de táxi há mais de 20 anos. Geralmente, apanho sempre motoristas simpáticos e costumo vir à conversa até ao destino. É claro que já fui transportada por colegas mais faladores, mais calados, mais rabujentos mas nunca tive problemas com nenhum. 90% sempre foram simpáticos e, tal como disse, trajectos em que venho a conversar com os motoristas.
Ontem, pelas 19h30,apanhei um táxi e durante o percurso, não só o motorista mudou umas 20 x de estação de rádio como vinha numa velocidade louca. Ao olhar pelo espelho retrovisor, pensei que era melhor ficar calada porque o sr era visivelmente perturbado. Quase a chegar ao destino, pergunta-me qual das saídas da rotunda. Eu dei uma indicação e aí levantou a voz e gritou qual das saídas era. Pedi para parar logo ali. A partir daí foi uma espiral de demência.Primeiro, gritou "mas vai pagar-me". Eu respondi "mas claro que vou. Não me ouviu dizer que não ia".
Falou em suicídio, disse que pensava que eu era amiga dele. Que ia ver onde morava para dar cabo de mim. Inclusive, eu perguntei por várias vezes porque estava tão enervado e exaltado. Respondeu "vai tratar de mim, é? ".
Dei o dinheiro, atirou-me com uma nota para o banco de trás e pediu -me para sair do carro.
Quando saí, sem saber a quem recorrer, liguei para a central onde me pediram desculpa. Eu pedi para contactarem com o carro com medo de quem fosse ser transportado a seguir.
Nunca me tinha acontecido uma situação destas em mais de 20 anos. Nunca.
Vim aqui por desabafo, até pq já percebi que, infelizmente, nada é feito. Se eu não me comportar como deve ser, o meu patrão fala comigo.
Como é possível ler a resposta que a entidade não tem poder para sancionar esta pessoa que nem devia poder conduzir. Quanto mais prestar um serviço
De salientar que na central foram, como sempre, prestáveis e ouviram-me mesmo sem poder fazer nada.
Em suma, o portal da queixa serve para quê? Se nem as entidades patronais podem proibir esta conduta?

Data de ocorrência: 29 de outubro 2016

ANTRAL

13 de dezembro 2016

Boa tarde,

Pedido desculpa pelo atraso, esclareço que as associações patronais não têm qualquer poder sancionatório sobre os motoristas de táxi.
A entidade sancionatória é a AMT (Autoridade Metropolitana de Transportes), com sede no Palácio Coimbra, Rua de Santa Apolónia, 53, 1100-468 LISBOA (reclamacoes@amt-autoridade.pt).
Assim, qualquer reclamação deverá ser feita, junto desta entidade.
Como deve calcular, num universo de mais de 16.000 motoristas de táxi, ocorrem, por vezes, situações passíveis de reclamação, que não podemos deixar de muito lamentar.
Infelizmente, porém, a intervenção das associações limita-se, praticamente, a uma actuação pedagógica que exercemos quer junto dos empregadores quer junto dos motoristas, por forma a prevenir a ocorrência de situações como esta.
Posso garantir que a Antral aproveita todas as oportunidades para sensibilizar os associados e respectivos trabalhadores nesse sentido.
Assim, quer nos cursos de formação para obtenção do certificado profissional de motorista de táxi quer nos cursos para a renovação do mesmo certificado, privilegiamos as componentes de formação sócio-cultural, como a comunicação e as relações interpessoais, visando o desenvolvimento pessoal, profissional e social.
Por outro lado, aproveitamos as inúmeras reuniões que efectuamos a nível distrital, concelhio ou outra, para prosseguir esta campanha de sensibilização do sector.
Como, nos táxis, não é obrigatória a existência do livro de reclamações, reitero o conselho para se dirigir à AMT.
Apresento os melhores cumprimentos,
José Domingos
Director

Esta reclamação foi considerada sem resolução