Senti-me negligenciada desde o inicio da gravidez. Para começar, tive a infelicidade de que todas as consultas que tive foram marcadas em dias de greve. Para não falar da quantidade de vezes que me marcaram consultas e eu nem recebi mensagem/mail/carta ou qualquer informação sobre isso, acabei descobrindo, por mero acaso, porque fui a app do SNS e vi lá. Tal como, ter consultas marcadas e desmarcarem e ninguém me avisar e ir para lá em vão.
Não tenho nada a apontar às enfermeiras, já aos médicos(as) é outra história... Logo a primeira consulta de todas, a médica mal falou comigo, ou se quer olhou para a minha cara, fez as perguntas que tinha de fazer de forma seca e bruta e pronto. Na primeira ecografia houve uma desconfiança e tive de fazer amniosentese, do qual eu estava hiper ansiosa, bastante notável e o médico que a realizou, a única palavra que me dirigiu foi boa tarde, e nem olhou para a minha cara uma única vez. Desde a primeira ecografia que se viu que tinha placenta posterior baixa/prévia e assim foi até ao fim da gravidez. Nunca me explicaram o que significava isso, falando como se fosse algo normal e que ela poderia se movimentar a qualquer momento. Trabalhei até aos 8 meses, e do qual descobri mais tarde, após duas idas à urgência por perdas de sangue, que devido á placenta prévia devia estar em repouso há muito tempo, e nunca fui informada ou aconselhada para tal, inclusive estavam a dificuldar dar-me a baixa. Tinha ecografia e consulta marcada às 31 semanas, num dia de greve, pois claro, do qual não houve nem consulta, nem ecografia, que ficaram de remarcar. Entretanto remarcaram só a ecografia e nada de consulta. A médica que realizou a ecografia informou-me para esperar ate as 34 semanas e se não me marcassem consulta para eu ligar a pedir. Apesar de ninguém me ter explicado absolutamente nada sobre a placenta previa, eu pesquisei sobre isso e segundo o que pesquisei, no meu caso especifico a cesariana teria de ser agendada entre as 36/37 semanas. Perguntei à medica que me fez a última ecografia sobre se realmente era necessário a marcação da cesariana, mas ela não me quis responder, alegando que tinha de ser a obstetra a falar comigo sobre isso. Entretanto, nada de consulta às 34 semanas e liguei para a maternidade, no qual, me mandaram dirigir ao centro de saúde, porque (segundo eles, erradamente) a minha médica de família é que tinha de escrever uma carta bem redigida a pedir marcação de cesariana. Fui lá fazer figura de urso, a minha médica de família apresentou uma reclamação e explicou-me que como foi greve apesar de não ter tido a consulta ela registou como se tivesse tido, mas com a nota de reagendamento, mas que deveria ter ficado perdida no meio do processo. Na consulta de seguimento no centro de saúde, apercebemo-nos que no sistema nem estava escrito que eu tinha a placenta prévia, apesar de todos os exames que fiz relacionados a isso e estar escrito nas ecografias, tendo sido preenchido pela própria médica de família (já tive o bebé e ainda estou à espera da consulta). Como não me marcaram consulta nenhuma, fui até às urgências, por forma a resolverem isso, do qual a médica insistiu que dava para parto normal. Na última consulta que tive (às 36 semanas), continuaram a insistir que dava parto normal, até que pediram opinião a outra médica e esta disse que tinha de ser internada imediatamente e fazer a cesariana. internaram-me e tive até ao dia seguinte à espera, até que me transferiram para a Daniel de Matos e ai a experiência foi completamente diferente, mil vezes melhor, nada a apontar, super bem tratada por toda a gente!
Data de ocorrência: 1 de abril 2023
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