Venho por este meio expor uma situação de uma pessoa conhecida, cidadã brasileira a estudar em Portugal. No dia 16 de abril de 2024 a referida pessoa entrou no comboio 855 direção Valença em Campanhã, não tendo conseguido adquirir o bilhete com antecedência, pois a fila na bilheteira era demasiado extensa, o que tornaria impossível apanhar o comboio. Como passageira habitual, a mesma tinha já visto várias vezes outros passageiros adquirirem os bilhetes junto do revisor já em viagem. Eu próprio já presenciei e adquiri bilhetes por esta via.
Quando se encontrava dentro do comboio, o revisor aproximou-se e a passageira estava com o seu cartão de autorização de residência na mão e pediu para comprar um bilhete com destino a Valença. A resposta obtida foi: "a senhora não pode comprar bilhete dentro do comboio e está numa situação irregular". A passageira afirmou não ter conhecimento de tal e perguntou o que poderia fazer. Nova resposta :"tem que pagar uma multa que varia entre 250€ a 700€". A passageira respondeu dizendo que tem visto outras pessoas adquirir bilhetes dentro do comboio, sem qualquer entrave, ao que o revisor disse "cada caso é um caso." Perante tal resposta, a passageira ficou perplexa e sugeriu sair na próxima estação. Esta situação durou cerca de 5 minutos, o que lhe causou muito desconforto. Por fim, o revisor disse: "então excepcionalmente vou emitir o bilhete." Ao ver a passageira com o cartão de multibanco para pagar, disse só ser possível pagar em numerário. Ela assim o fez. E se não tivesse o valor consigo? Actualmente, muitas pessoas recorrem apenas a pagamentos com cartão. Após esta situação, na mesma carruagem, o mesmo revisor efectuou a venda de um bilhete a outra passageira, sem qualquer entrave.
Ora, esta situação parece-me bastante grave e sem qualquer justificação. A passageira foi alvo de rudeza e tratamento discriminatório por ser estrangeira?
Data de ocorrência: 16 de abril 2024
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