O meu pai, António D'Oliveira Melão, que estava internado numa unidade de cuidados intermédios devido a uma cirurgia ao cólo do fémur de uma das pernas, efectuada em Fevereiro do ano passado, após uma nova queda, deu entrada no dia 25/10/2021 nas vossas urgências. No mesmo dia eu fui informado que teria fracturado a outra perna e que seria necessária nova operação. Hoje, dia 29, passados 4 dias, após várias tentativas de contacto para o internamento de ortopedia, informam-me que poderá "em princípio" ser operado dia 2/11/2021. Como é possível fazerem uma pessoa de 70 anos, com demência, com o colo fracturado esperar 8 dias por uma cirurgia quando após cerca de 5 dias de um osso partido, este começa a calcificar na posição em que se encontra ? Como é possível uma pessoa entrar pelas urgências com o colo do fémur partido esperar "em principio" ser operado em 8 dias, sem garantia que não serão mais dias? Pior do que esta negligência médica, turno após turno, é eu ter avisado que se o meu pai passar mais de 12 dias fora da instituição onde se encontra internado acaba por perder a vaga. Esta informação não serviu de nada para os médicos ou aos enfermeiros. Simplesmente passam o turno e as pessoas ficam na mesma situação em em chegaram. É ridículo que um hospital permita que passados vários dias após a entrada de um doente com um osso partido, de uma pessoa já com locomoção bastante limitada de uma das pernas, possam adiar o que vai agravar ainda mais a situação. Acrescento também que em Janeiro do ano corrente, em pico de covid-19, o meu pai foi operado pela primeira vez nas vossas instalações em 4 dias e agora, supostamente com a situação mais calma, não garantem que será passados 8 dias. É com muita tristeza que os meus descontos e o de todos os portugueses não cheguem para ter sequer direito aos vossos serviços mínimos. Não cheguem para ter um atendimento com dignidade. Simplesmente não há palavras para descrever tão pouca humanidade por pessoas que infelizmente já não estão mentalmente capazes de perceber o que se passa à sua volta e eu como filho, não vos demover a ser humanos e profissionais o suficiente com um doente que não tem voz para falar por si.
Data de ocorrência: 18 de janeiro 2022
Para deixar o seu comentário tem de iniciar sessão.