Vimos por este meio manifestar o nosso profundo desagrado relativamente ao atendimento prestado pelo serviço de urgência pediátrica do Hospital São João, no Porto.
O motivo da nossa reclamação deve-se ao facto do nosso filho - de três anos e portador de uma doença rara que, entre outras coisas, lhe provoca convulsões epiléticas - ter dado entrada no referido serviço na noite de quarta-feira, 26 de Agosto, pelas 22h00, apresentando um quadro de evidente esforço respiratório. Após triagem, monitorização e observação, verificou-se que o nosso filho estava, também, em esforço cardíaco para conseguir manter o nível de saturação de oxigénio no sangue que oscilava entre os 94% e 95%. Contudo, a equipa que o atendeu insistiu em negar-lhe oxigénio, alegando que a saturação não era inferior a 94%. É chocante assistir à forma como se reduziu a Medicina a números, ignorando toda e qualquer componente humana! Esta experiência resultou num atendimento frio, distante e totalmente ausente de empatia, capaz de manter uma criança epilética em sofrimento e privada de sono toda a noite. Apenas na manhã seguinte, e após mudança de turno, quando a saturação caiu para os 91% foi administrado oxigénio ao nosso filho (que ele manteve continuamente até sábado ao fim da tarde, depois de transferido para outra unidade hospitalar). Perante isto, o único termo que encontramos para definir o atendimento prestado ao nosso filho é “desumano”.
Data de ocorrência: 2 de setembro 2020
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