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Instituto Português de Oncologia do Porto

IPO Porto - Deficiente conduta médica

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Maria Manuela Passos Slva
Maria Slva apresentou a reclamação
15 de fevereiro 2024
Participação – Deficiente Conduta Médica

No passado dia 9 de junho de 2023, o meu marido foi admitido no IPO Porto, tendo nesse dia deixado todos os exames e análises que possuía na Clínica de Patologia Digestiva, onde iria ser visto pelo Professor Doutor Lúcio de Sousa Lara.
Não tendo sido consultado nesse dia, foi-lhe agendada consulta no dia 14 de junho de 2023, consulta essa efectuada pelo Dr. Manuel Fernandes.
No decurso da consulta e depois de ver os relatórios dos exames, o Dr. Manuel Fernandes, disse-nos que apesar da situação clínica do meu marido ser grave, que entendia que o mesmo poderia ser operado e fazer a recessão do tumor. Enquanto via os exames, o referido Dr. Manuel Fernandes falou connosco de pessoas que eram do conhecimento comum, com grande ligeireza
Quando nos foi dito que a situação era operável e pela ligeireza que me parecia na análise – conversa coloquial, pessoas e factos comuns, dizer que operava em equipa noutros locais – eu insisti várias vezes se tinha a certeza, se era mesmo operável, ao que me foi respondido que sim, que faria a recessão do tumor, com corte de parte do fígado.
Tinha a noção que a situação era bem mais grave (o que se veio a confirmar), mas quando um cirurgião nos diz que poderá operar, apesar de grave, e que se o meu marido tivesse disponibilidade poderia nesse dia fazer os exames pré-operatórios, ficámos cheios de esperança e a acreditar nesta informação. Inclusivamente nesse mesmo dia 14 de junho e solicitados pelo Dr. Manuel Fernandes, o meu marido fez um ECG e fez colheitas para as análises.
Uma vez que o meu marido pretendia resolver a situação com brevidade e como ainda não havia notícias quanto à cirurgia e porque eu estava muito receosa daquele diagnóstico, marcamos uma consulta no Instituto CUF para o Professor Lúcio Lara para tentar agendar a cirurgia o mais rapidamente possível. Recebidos em consulta pelo Professor Lúcio Lara no dia 25 de junho, o qual mostrou estranheza por ali estarmos porque já sabia o diagnóstico da cirurgia, e com o duplicado dos exames, explicamos que pretendíamos realizar a mesma o mais rápido possível no hospital particular, sabendo que o tempo é crucial nestas patologias.
Insisti para os exames serem vistos porque não tinha gostado da forma leve e displicente da consulta anterior ao que o Professor me respondeu que eu era muito desconfiada, tendo até explicado o procedimento cirúrgico a fazer, no IPO, mas ao ver os exames disse-nos de imediato que a situação não era operável e perguntou se o meu marido estava disponível para fazer uma PET.
Disse-lhe que os exames que estava a ver eram os mesmos que tinham sido vistos pelo Dr. Manuel Fernandes (que nos havia dito que fazia equipa com o Professor) o que me fez ter a certeza da falta de profissionalismo, cuidado e atenção da consulta anterior.
Nem consigo descrever o estado em que o meu marido ficou depois desta informação, uma vez que estava optimista e cheio de entusiasmo para lutar contra a doença.
Não se podem fazer diagnósticos de ânimo leve e a falar dos seus sucessos profissionais em casos semelhantes, dar esperanças aos doentes, como o Dr. Manuel Fernandes fez e não analisar os exames com a atenção devida e exigida.
Infelizmente, o meu marido faleceu no passado dia 15 de janeiro de 2024 e embora este relato não lhe aproveite, espero que sirva de alerta para que situações semelhantes não se verifiquem.
O processo não foi fácil, porque apesar de ter feito a PET no dia 28 de junho, a consulta de grupo para decisão da sua terapêutica não se realizou devido à greve dos médicos (que tem todo o direito de a fazer, mas não podem protelar decisões essenciais para a vida dos doentes) o que também soubemos porque fomos a nova consulta ao Instituto CUf para falar com o Professor Lúcio Lara uma vez que no IPO só diziam que tínhamos que esperar.
Finalmente, fomos informados que teria consulta de oncologia médica no dia 20 de julho e iniciaria a quimioterapia no dia 21 de julho. Tal não sucedeu porque as análises do pré-operatório de dia 14 de junho – que ninguém analisou – já tinham valores muito alterados pelo que, com a confirmação das análises de 20 de julho, a quimioterapia não se pode iniciar, tendo ficado internado.
Pela análise displicente e falta de atenção do Dr. Manuel Fernandes, o meu marido só iniciou a terapêutica no dia 14 de agosto, isto é, 2 meses depois de ter sido consultado pelo referido Dr. Manuel Fernandes e porque fizemos as diligências descritas.
Numa situação em que o tempo é o maior inimigo, não sei se atendido devidamente, o desfecho poderia ter sido diferente.
Nada tenho a dizer do empenho e atenção da médica oncologista que acompanhou o processo nem do pessoal de enfermagem, aos quais manifesto todo o meu reconhecimento.
Por último, não posso deixar de lamentar os tempos de espera entre tratamentos e exames e os pedidos de autorização para fazer novas terapêuticas já autorizadas em abstrato. Refiro-me ao tratamento de imunoterapia, que para no caso concreto do meu marido, teve que aguardar 3 semanas pela resposta do INFARMED, tendo estado 1 mês sem qualquer terapêutica, depois de lhe ter sido suspensa a quimioterapia.

Espero que este relato sirva para que situações como esta não se repitam, para que haja cuidado e atenção com os doentes e sobretudo em estados de extrema fragilidade e receio pelo futuro, haja respeito e diligência, não se criando falsas expectativas.
Data de ocorrência: 14 de junho 2023
Maria Slva
15 de março 2024
Aguardo informação sobre a reclamação supra, bem como explicação cabal dos tramites do processo e sequência dos acontecimentos que culminaram no desfecho fatal.

Com os melhores cumprimentos,

Manuela Passos Silva
Maria Slva
15 de abril 2024
Aguardo resposta à reclamação supra.

Cumprimentos,

Manuela Passos Silva
Maria Manuela Passos Slva
Maria Slva está a aguardar resolução da marca
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