No dia 17 de março de 2024 (domingo), contatei a Saúde 24 pelas 9h para solicitar informações e orientações clínicas para o meu filho de 2 meses de idade. Mediante o questionário e diagnóstico telefónico efetuado, a profissional de saúde informou que a situação não era considerada uma urgência, contudo, o bebé deveria ser visto por um médico no espaço de 24 horas. Informei que me encontro temporariamente a residir no concelho da Amadora, pelo que gostaria de ser encaminhada para um local nessa área de residência. Assim, fui indicada para me dirigir, com uma SMS enviada pela Saúde 24, ao Centro de Saúde da Amadora, constando que estaria a funcionar no sistema, contudo, seria melhor telefonar para confirmar e verificar se existia necessidade de marcação prévia. Assim o fiz, no entanto, ao telefonar para a entidade, esta encontrava-se encerrada.
Hoje, dia 18 de março, pelas 7h45, cheguei ao Centro de Saúde da Amadora com o meu bebé. Aqui fui informada de não existir atendimento prioritário, mas sim por ordem de chegada, quando na realidade, o decreto-lei nº. 58/2016 "institui a obrigatoriedade de prestar atendimento prioritário às pessoas com deficiência ou incapacidade, pessoas idosas, grávidas e pessoas acompanhadas de crianças de colo, para todas as entidades públicas e privadas que prestem atendimento presencial ao público". Foi-me atribuída a senha C12. Quando chega à minha vez, sou informada de que o Centro de Saúde não tinha pediatra e que não o iriam observar pois a Saúde 24 deveria ter encaminhado para o hospital. Fui também informada de que o Centro de Saúde da Amadora esteve aberto, nomeadamente o Serviço de Atendimento Complementar, no entanto, quando o cidadão telefona para o Centro de Saúde não existe ninguém nos serviços administrativos para atender telefonemas. Como uma pessoa, ainda para mais não vivendo no concelho, pode ter conhecimento de tal informação?
É inadmissível esta falta de comunicação e incongruência de informações/dados dentro de um próprio serviço público que deveria atender às necessidades das pessoas, especialmente de cidadãos mais vulneráveis. É igualmente de lamentar como é que um dos maiores concelhos do país (Amadora) não tem qualquer pediatra alocado ao Centro de Saúde e, ser informada, que a maioria dos bebés que aqui são seguidos têm a primeira consulta médica aos 3 meses de vida.
Após reclamação no livro de reclamações, o bebé acabou por ser observado por uma enfermeira, dando o seu parecer e orientações clínicas para a situação em causa.
É nítido que estas situações só acontecem ao mero cidadão comum, pois os cidadãos de classe alta e com cargos superiores não necessitam do Serviço Nacional de Saúde e portanto, não passam por estas situações deploráveis, pois se sentissem na pele estes acontecimentos, não tínhamos o Serviço Nacional de Saúde como temos atualmente.
Data de ocorrência: 18 de março 2024
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