Temas
como diversidade e inclusão no ambiente profissional estão em pauta ao redor do
mundo e vem provocando grandes transformações nas empresas. No Brasil, há um
maior destaque para as questões raciais e de gênero. Mas as diferenças entre
gerações no trabalho também têm um papel muito importante nesse cenário.
Para superar desafios e alcançar os benefícios da convivência com pessoas de várias faixas etárias, vale a pena conhecer melhor o comportamento de cada geração que está na ativa nos dias de hoje. E quem está à procura de emprego já pode aprender a lidar com isso!
Apesar
do predomínio de representantes das gerações X, Y, Z no mercado de trabalho
atual, profissionais com idades mais avançadas seguem em atividade no Brasil e
no mundo. Com base em um estudo conduzido em 2022 por uma consultoria global na
área de recrutamento, a Forbes aponta a tendência de ampliar o leque de
talentos e continuar incorporando pessoas com mais experiência nos quadros das
empresas.
Com o aumento da expectativa de vida e os esforços para inclusão e diversidade etária, é possível encontrar pessoas das seguintes gerações no mercado de trabalho atual:
Certas empresas também contam com a presença de pessoas nascidas até 1945 em seus quadros. Essa é a chamada geração silenciosa ou tradicionalista, que tem um comportamento profissional bastante parecido com o dos Baby boomers.
Cada
geração é influenciada por situações e características marcantes de sua época,
que se refletem no modo como essas pessoas se posicionam na vida profissional.
A geração dos Baby boomers chega ao mundo em um contexto de pós-guerra, com uma situação econômica de escassez e esforços conjuntos de reconstrução. Essas pessoas têm passado por muitas mudanças político-sociais ao longo da vida e atualmente se preocupam com questões de saúde e família, além de buscarem uma estabilidade financeira.
Boomers mantém um vínculo muito forte com o emprego, ao mesmo tempo em que preferem separar a vida pessoal da profissional. Outro aspecto importante sobre essa geração é a experiência de aprendizado mais tradicional, seja ao seguir a profissão de seus pais e avós ou simplesmente pelo costume de aprender com pessoas mais velhas.
Essa geração pode ver como desafio as perspectivas de trabalho híbrido no pós-pandemia, a interação com gestores mais jovens e o uso de novas tecnologias. Por outro lado, tem grande comprometimento em relação a prazos e horários, respeita a hierarquia no ambiente de trabalho e valoriza a comunicação interpessoal.
Ocupando cerca da metade das vagas de trabalho atualmente, a geração X se caracteriza pela maleabilidade no comportamento profissional. Pessoas nessa faixa etária vivenciam um período de maior prosperidade, ao mesmo tempo em que são marcadas por acontecimentos como a queda do muro de Berlin, a epidemia de AIDS e a transição para a era digital.
Isso influi no desenvolvimento de novas competências, com a valorização de diplomas e certificações, mas também leva a uma relação mais aberta com o mercado de trabalho. Por exemplo, enquanto os boomers querem ficar na mesma empresa pelo máximo tempo possível, os Xers se sentem mais livres para mudar de emprego ou empreender — desde que já tenham tudo acertado antes de dar esse novo passo na carreira.
Outras características marcantes são o individualismo e a necessidade de reconhecimento, tanto do ponto de vista financeiro quanto profissional, fazendo com que muitas pessoas da geração X se tornem workaholics ou deixem que o trabalho ganhe mais importância em sua vida social.
A virada do milênio é o acontecimento mais marcante para a geração Y, tanto que essas pessoas também são chamadas de millennials. Com uma faixa etária distanciada dos Baby boomers, mas ainda bem próxima às gerações X e Z, os millennials se importam com o bem-estar no trabalho.
Movidas por suas vivências na passagem da era analógica para a digital, as pessoas da geração Y valorizam os processos e buscam motivação em sua trajetória profissional. Para elas, o trabalho precisa estar alinhado a um propósito ou causa, além de ser algo prazeroso — acima do que o status social ou satisfação financeira que um emprego pode oferecer.
Millennials são profissionais responsáveis e focados em conquistar o que for preciso para chegar aonde querem, mas também esperam um retorno em termos de qualidade na gestão de seus esforços, oportunidades de desenvolvimento e equilíbrio entre vida pessoal e trabalho. Caso não se identifiquem com o rumo que o seu emprego está tomando, não temem se desligar de uma empresa ou até mesmo mudar de profissão, partindo em busca de novos desafios.
As pessoas da geração Z já são nascidas na era digital, tendo a oportunidade de se familiarizar com tecnologias que fazem parte da vida contemporânea desde que ainda eram crianças. Quem está nessa faixa etária pode contar com as facilidades geradas pela globalização, o amplo acesso à internet e até o suporte financeiro dos pais.
Por outro lado, esses jovens têm vivenciado impactos das mudanças climáticas e de situações que vão dos atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos às recentes manifestações antirracistas em todo o mundo, da crise econômica mundial no início dos anos 2000 ao empobrecimento do Brasil no pós-pandemia, além do caos político marcado por fenômenos como o Brexit, a guerra da Ucrânia e a polarização ideológica entre direita e esquerda.
Isso contribui para que a geração Z se envolva cada vez mais em questões ambientais e no ativismo comportamental, principalmente através das redes sociais. Mas nem sempre há o mesmo nível de engajamento no trabalho, ainda mais quando é preciso lidar com frustrações ou se encaixar em padrões muito rígidos.
Profissionais da geração Z são ágeis, capazes de realizar várias tarefas ao mesmo tempo, tomar iniciativas e aprender o que precisam por conta própria. Gostam de contar com flexibilidade de horários e diversidade no ambiente de trabalho, além de usar a criatividade e as ferramentas de comunicação online. No entanto, por terem o raciocínio muito calcado em imagens, podem sentir dificuldade nas interações presenciais ou na transmissão de suas ideias por escrito.
As
diferenças entre gerações no trabalho podem enriquecer a cultura da empresa,
mas também levar a divergências de atuação. Afinal, profissionais de várias
faixas etárias trazem para o ambiente de convivência uma grande diversidade de
experiências, habilidades interpessoais, aspirações, necessidades, estilo
de comunicação e adaptabilidade às mudanças.
Os principais desafios para a harmonia transgeracional são:
Levando em conta as características de cada geração, algumas atitudes podem contribuir para minimizar as situações desafiadoras no ambiente profissional:
Aliás, conhecer e respeitar as diferenças entre gerações no trabalho é o primeiro passo para evitar atritos e construir um ambiente profissional que seja visto com orgulho por toda a equipe!