A razão de meu contacto é expor a negligência por parte da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa para com a utente senhora M.C.S.S., 85 anos.
No início de de Julho, eu e a minha amiga a MC em sua casa e observamos que a senhora apresentava bolhas e ferimentos nos braços e nas pernas. No entanto, a senhora estava a ser "tratada" com cremes que teriam sido recomendados pela SCML. Porém, no dia 25 de Julho, fomos novamente visitá-la e os ferimentos estavam piores. Sob orientação do Centro de Saúde e da Saúde 24h, decidimos levar a MC às urgências do Hospital São José. Deu entrada como utente da SCML e explicamos que trata-se de uma senhora negligenciada pela família e sem suporte, totalmente dependente. O serviço social do hospital foi acionado e fizeram contacto com a sua assistente social, a informar que a MC teria alta no dia seguinte. Sem diagnóstico e sem guia terapeutica ou qualquer indicação de tratamento para os ferimentos e bolhas na pele, a assistente social aceitou que a MC tivesse alta e voltasse para casa.
Passado quase um mês, a MC foi vista por uma médica da SCML, a qual escreveu uma carta à mão, sinalizando a urgência da MC ser internada para tratamento e ser vista por um especialista de dermatologia.
Então no dia 23 de Agosto, levamos novamente a MC para o Hospital São José (segunda ida com ambulância particular, pois a SCML não providencia transporte para a utente) e entregamos a carta da médica da SCML.
No dia 24, sem ter sido vista por um dermatologista e sem ficar internada para tratamento, desconsiderando todas as indicações escritas pela médica que observou a MC em domicílio, a ass. social aceitou que a MC tivesse alta e voltasse para casa, novamente sem um diagnóstico preciso e sem tratamento adequado.
A MC teria então uma consulta marcada para hoje, dia 25 de Agosto, a qual não compareceu pois a SCML não providenciou a sua ida à consulta e sequer nos contatou para tentar contar com o nosso apoio para levá-la à consulta.
Diante do que foi exposto, questiono: qual o papel da SCML e qual a responsabilidade com a saúde e bem-estar da MC?
A MC é uma senhora que já foi negligenciada pela família, totalmente dependente, sem capacidade de locomoção e sem articular a fala, não tem ninguém que corra atrás dos seus direitos e dignidade nessa altura da vida.
Questiono: quais são as atribuições da assistente social? Quais são os direitos da MC enquanto utente da SCML? Quem é responsável por lhe garantir acesso à saúde?
É comum que uma senhora de 85 anos esteja há dois meses com um problema de saúde e esteja sendo negligenciada, indo e voltando do hospital sem tratamento e sem diagnóstico? Sem ser atendida por um especialista? Como vocês podem aceitar isso?
E além de aceitar e serem coniventes com essa situação, parece que tratam com pouco importância, não dando a devida atenção ao caso e colaborando para que o estado de saúde da MC piore.
Em conversa telefónica com a assistente social na tarde de hoje, a mesma informou que a MC foi vista por um dermatologista no Hospital São José, informação esta que não procede com os documentos da alta da MC. Ou seja, mesmo após indicação da médica da SCML de que a MC deveria ficar internada e ser vista por um dermatologista, vocês aceitaram que ela tivesse alta ontem e não ofereceram apoio para que ela fosse à consulta. Essa situação é urgente e é tratada com descaso pela vossa parte.
A MC PRECISA URGENTEMENTE ser vista por um dermatologista para ter o dignóstico correto e o tratamento adequado. Essa situação já foi sinalizada pela médica de vocês e não está sendo seguida.
Nesse sentido, gostaria de informar que irei procurar os meios legais para expor essa situação e aguardo uma resposta da vossa parte o mais rápido possível.
Data de ocorrência: 25 de agosto 2022
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