No dia 7 de junho de 2022 decidi realizar um estágio na Tailândia através da empresa VidaEdu, a ter início em fevereiro de 2023. Tive o cuidado de entrar em contacto com a agência o mais previamente possível (8 meses) para que tudo se desenvolvesse com tempo suficiente. As minhas preferências de alocação para o estágio eram: ser feito na Tailândia, iniciar a 1 de fevereiro de 2023, e desenvolver-se exclusivamente na área do marketing hoteleiro, a minha área de estudos. Depois de uma entrevista com o coordenador atribuído ao meu processo, que num primeiro instante mostrou-se disponível e esclarecedor, o mesmo garantiu-me que essa colocação seria possível, dado ao facto de ter um bom currículo e essencialmente por estar a iniciar o processo com a devida antecedência.
Após cumprir os requisitos mínimos obrigatórios, procedi ao pagamento da matrícula, 90 euros, não reembolsável, de forma a ser aceite no programa de estágio e o meu processo ter início. O avanço do processo estava agora pendente de um segundo pagamento, a “primeira fração do valor do programa” que equivalia a 390 euros e eu, naturalmente, realizei logo este pagamento.
Durante as semanas seguintes procedi ao envio de dados pessoais solicitados pela agência local e o meu coordenador esteve sempre presente, atuando como intermediário de forma rápida, sucedendo que, no dia 27 de julho, após a submissão dos últimos documentos necessários, o mesmo referiu que “Ainda falta muito tempo para a sua data de início, é normal que agora haja um intervalo nas nossas comunicações consigo até começar a obter contacto de entrevista com entidades.”, algo perfeitamente compreensível.
Passado relativamente 1 mês, é me informado de que processo está bem encaminhado e que o meu perfil encontra-se a ser apresentado às entidades de acordo com as minhas preferências, no entanto, dado ao facto de a posição para a qual me candidatei ser muito concorrida, surge uma primeira justificação por parte da empresa, mencionando que “há muitos participantes a concorrer e poucas vagas para a área selecionada (…) é recomendável que sejam selecionadas outras áreas, nomeadamente operacionais, se eventualmente estiver aberto a mais posições, pois há mais vagas e a probabilidade de ter notícias mais rápido aumenta.”, sugestão que rejeitei de imediato.
2 meses depois, voltam a entrar em contacto comigo, convidando-me para uma entrevista de estágio num hotel para a posição de empregado de mesa. Evidentemente fui obrigado a rejeitar, pois não foi isso que solicitei no início e demonstrei o meu desagrado porque passado 4 meses a primeira proposta de estágio recebida foi para um posto em que já tenho experiência e que não possui qualquer relação com a minha área de estudos. O coordenador voltou a frisar que nenhuma entidade procura com tanta antecedência candidatos para estágio e para eu ter calma porque vão surgir outras oportunidades. Passado 1 mês sem ter quaisquer notícias, e faltando já 3 meses para o início do estágio, decido contactar a empresa para saber se era normal o processo continuar tão demorado, e até porque a mudança envolve muitos custos e burocracias, entre os quais questões de visto, compra de passagens aéreas, aquisição de um seguro de saúde, que têm de ser tratados previamente, ao qual o coordenador demorou 2 semanas a responder, dizendo que o meu perfil continua a ser apresentado às entidades.
Faltando apenas 2 meses, o coordenador diz-me para ter confiança na equipa local e para ter calma porque, passo a citar: “a sua data de ida é em março... a equipa necessita de algum tempo para encontrar alguém que queira uma pessoa para iniciar nesse período”, quando na verdade foi acordado e inclusive assinado que o estágio teria início em fevereiro, portanto, não só não estavam a cumprir com os prazos como demonstram estar a dar pouca ou nenhuma importância ao meu processo.
Sem quaisquer informações por parte da VidaEdu desde então, decido, a 13 de janeiro, confrontar a empresa para saber quanto tempo mais tenho que aguardar, ao qual respondem com mais justificações do mesmo género, ou seja, que estão a fazer um seguimento do processo, alegando que este tipo de oportunidades são as mais escassas e de que existem bastantes pessoas em lista de espera desde o ano passado. Foi então que perdi o interesse em realizar o estágio com eles. Referi que é inaceitável uma empresa demorar mais de 6 meses para arranjar uma alocação. Expliquei que reli o acordo assinado e rubricado por ambas as partes e que o mesmo demonstra que estou claramente em situação para solicitar o reembolso respetivo à primeira fração, os 390 euros, já que o valor da matrícula (90 euros) não seria devolvido.
Esclareci que não queria esperar mais e que pretendia o cancelamento do programa. Sublinhei que o contrato foi quebrado por não serem rigorosos. Desde esse momento aceitaram a minha decisão e não apresentaram nenhuma alternativa. Previsivelmente, foi só passado 3 semanas que recebi finalmente uma resposta a dizer que iria ser-me devolvido apenas 195 euros do valor total pago. Para além de me sentir enganado, a empresa está a fazer-se passar por algo que na verdade não o é. É inaceitável uma agência levar mais de meio ano para conseguir um estágio. É uma empresa que não se compromete o suficiente com o cliente, não obedece a prazos e desvaloriza as necessidades e prioridades dos estudantes. É mais que evidente que a agência não cumpriu com o que foi contratado. Antes do ato de pagamento tudo se desenrolou de forma rápida, do pagamento adiante tudo retardou e tornou-se insignificante. A partir de um certo ponto, o coordenador de estágio revelou-se indiferente face às suas responsabilidades.
Data de ocorrência: 27 de outubro 2022
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