Reclamações dirigidas a transportes públicos aumentam 40%

As reclamações relacionadas com o setor dos transportes públicos, sobretudo nos grandes centros urbanos, não são novas, mas têm vindo a agravar-se nos últimos tempos. Queixas sobre atrasos, longos tempos de espera, carreiras suprimidas, carruagens cheias e más condições do veículo são alguns dos motivos que fizeram aumentar os índices de insatisfação dos passageiros. O número de ocorrências disparou quase 40%, face a 2022.

Os constragimentos relacionados com os transportes públicos dos distritos de Lisboa e Porto, têm vindo a aumentar. Entre os dias 01 de janeiro e 15 de outubro de 2023, os passageiros registaram no Portal da Queixa um total de 2.472 reclamações relacionadas com as categorias Transportes Coletivos de Passageiros, Comboio e Metropolitano e Transporte Marítimo, um crescimento a rondar os 40%, comparativamente com o período homólogo do ano passado, que totalizou 1.770 queixas.

A categoria mais reclamadas do setor, a absorver 74.5% das ocorrências registadas é: Transportes Coletivos de Passageiros, traduzindo uma subida de 36.4%, face a 2022. Segue-se a categoria Comboio e Metropolitano, a acolher 24.1% das queixas e a registar um aumento de 53.4%. A recolher uma fatia 1.4%, a categoria Transporte Marítimo foi a que mais cresceu, em comparação com o período homólogo: mais 105.9% de reclamações.
 

Principais motivos de reclamação

Entre os principais motivos de reclamação, o atraso ou falta do transporte público é o tema apontado na maioria das queixas (65.9%). Em segundo, segue-se a alteração de carreira (mudanças nas linhas dos autocarros), a gerar 10% dos casos reportados no Portal da Queixa. Ambos somam uma fatia de 75.8% das reclamações recebidas este ano.

A motivar 5.9% estão queixas referentes às condições do veículo (veículos sujos, com ar condicionado avariado, mau cheiro, entre outras situações). A conduta do motorista é o quarto motivo mais invocado (5.3%), onde os passageiros denunciam comportamentos agressivos, condução perigosa e falta de cordialidade. Na origem de 3.3% das reclamações estão problemas com o reembolso. São questões sobre a não devolução do valor de passe por serviços não prestados.
 

Lisboa: Carris Metropolitana lidera queixas

Desde o início do ano (até ao 15 de outubro), foram registadas no Portal da Queixa 1.810 reclamações dirigidas aos transportes públicos de Lisboa, a maior parte delas teve como alvo a Carris Metropolitana (66%), seguindo-se a CARRIS (15.4%) e a CP – Comboios de Portugal (21.7%).

Em Lisboa, a análise permitiu aferir que esmagadora maioria das queixas (80%) foi contra os autocarros - categoria Transportes Coletivos de Passageiros -, porém a categoria Comboio e Metropolitano foi a que mais cresceu em reclamações, com mais 89.9%, em relação ao período homólogo de 2022. O atraso ou falta de transporte foi o motivo mais reportado, gerando 69.4% das queixas. 
 

Porto: Metro do Porto e STCP no pódio de reclamações

O Portal da Queixa recebeu, desde o início do ano, um total de 267 reclamações dirigidas aos transportes públicos do Porto, a maior parte delas teve como alvo a Metro do Porto (29.6%), seguindo-se a STCP (29.2%) e a CP – Comboios de Portugal (9.8%).

No distrito do Porto, a análise revelou que a maioria das queixas (51.3%) foi dirigida à categoria Comboio e Metropolitano, porém, a norte, foi a categoria Transporte Marítimo que mais cresceu em reclamações, ao registar mais 100%, em relação ao período homólogo de 2022. Também no Porto, o motivo que refere atraso ou falta de transporte foi o mais denunciado: 50.6% das queixas. 

Rui Ribeiro é um dos passageiros que reclama da supressão constante referente a um transporte público marítimo. “O meu patrão já começa a ficar farto dos sucessivos atrasos da minha parte e com razão, se é para andar constantemente a suprimir o barco das 8h10 então mais vale se reorganizarem e retirar esse horário.”

Por sua vez, a passageira Joelma queixa-se das interrupções frequentes no metro de Lisboa.

“Tem sido frequente as interrupções no metro. Todas as semanas é uma problema diferente... Problema na sinalização, problema no comboio. Já não dá para garantir pontualidade no trabalho ou em qualquer compromisso, afinal nunca temos certeza se o metro funcionará normalmente.”

Na participação dirigida à STCP, Ana Rita denuncia o incumprimento recorrente do horário do autocarro 403, no Porto.

 

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