Há algum tempo, desloquei-me ao posto de atendimento andante do hospital São João para fazer a compra de um cartão mensal. Durante o atendimento, apontei a zona de minha morada e do meu local de trabalho. Por ser estrangeira, solicitei ajuda da atendente para efetuar a compra do cartão certo e com as zonas necessárias para que eu pudesse fazer esse deslocamento. Usei inclusive um mapa para que não houvesse nenhum tipo de erro. A atendente então fez meu cartão e me assegurou de que poderia tranquilamente fazer o deslocamento que eu necessitava.
No dia 03/02, estava a voltar para minha morada e foi-me solicitado o cartão por um agente, dentro do autocarro, entreguei sem preocupações, pois estava certa de que a informação que me haviam prestado na loja andante estava correta. Ele então informou-me que eu não poderia estar naquele autocarro. Já era minha paragem e o agente e mais um colega seu desceram do autocarro comigo.
Eu estava chorando e tentei explicar o ocorrido, o agente não só não me deixou explicar como estava a rir de mim e a se aproveitar do facto de que eu não sou daqui. Fui forçada a entregar meu documento e, mesmo pedindo para que me explicasse o que estava acontecendo, não me disse que poderia fazer o pagamento da multa, não me disse que poderia me recusar a aceitar a multa e não me deu nenhuma possibilidade de me explicar. Quando mostrei meu documento português, o agente ainda debochou de mim e deu mais risada ainda.
Novamente, fui forçada a assinar sem ao menos poder ler o documento, pois o agente não o soltou até a hora que me entregou a multa e foi embora. Por não ter conhecimento, acreditei que era obrigatório que eu assinasse, mesmo sem saber o que era. Ao ler o documento, vi que me tinha sido atribuída uma multa grave, de valor exorbitante.
Nunca havia passado por nada do tipo em qualquer outro país, pois sempre faço questão de seguir todas as regras locais. Estou traumatizada e revoltada pela falta profissionalismo tanto da funcionária do andante quanto do agente, pela falha em ser comunicada das informações correctas e pela humilhação e abuso com que fui tratada.
Trata-se de uma situação revoltante.
Não colocarei os nomes da funcionária do andante e tampouco do agente para não expô-los, mas espero retratação por parte da empresa.
O Porto é uma cidade turística, com um sistema de transportes confuso e ultrapassado, que deveria contar com algum tipo de mecanismo de controle mais efetivo e que, principalmente, não deveria permitir que o tratamento que me foi dado aconteça com a qualquer outra pessoa.
Data de ocorrência: 15 de fevereiro 2020
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