Recentemente fui pai, e tenho acompanhado ao longe só apenas por videochamada o desenvolvimento do meu bebé.
Não posso ver pessoalmente nem que seja através de um vidro, não posso ver a mãe, não posso nada. Se é por causa do covid eu tomo todas as precauções possíveis, pois também os enfermeiros, médicos e auxiliares não fazem testes sempre que vão trabalhar. Usaria máscara como eles, bata como eles e até alguma proteção no calçado.
Tenho a esposa que esteve internada duas semanas antes de ter a criança e sem estar comigo, depois teve a criança e continua sem estar comigo, um bocadinho que seja. É doloroso estar a viver esta situação sozinha.
Teve alta depois de uma cesariana nem 48h depois, como é possível? É desumano tirarem uma cama para descansar a esta mãe.
É assim que tão bem querem parecer perante todo o mundo fora do hospital, a mulher mal consegue anda, está cheia de pontos e colocam-na a dormir num cadeirão super desconfortável? Vocês não têm coração? Sabem qual é o sofrimento de uma mãe estar a ver a criança numa incubadora dias a fio e a dormir num cadeirão? Talvez devessem experimentar para ver o que custa realmente. É frustrante para um pai que quer ajudar a reconfortar a sua esposa e não pode, porque a administração não deixa de forma alguma.
Já para não falar na comida que é confeccionada que só pelas fotos já dá vomitos.
Espero que melhorem urgentemente este serviço, para o bem de todas as mães que aí vem. Já sei que vai demorar, ou até mesmo se algum dia irá acontecer.
Cumprimentos de um pai desiludido
Moisés Cruz
Data de ocorrência: 30 de agosto 2020
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