Hospital de Santo António dos Capuchos
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Hospital de Santo António dos Capuchos - É triste 2 pessoas estragarem o trabalho de uma equipa inteira

Sem resolução
Fernanda Almeida
Fernanda Almeida apresentou a reclamação
28 de dezembro 2023
Boa Tarde,

O meu nome é Fernanda Anabela Moreira de Almeida titular do cartão de cidadão 9533720, Utente 374181077, residente na Av. Das Forças Armadas 39, 2ºDTO 1600-076 Lisboa. Filha de Maria Celeste Moreira com o CC 00682124 e utente 377957681, residente na Lousã. A minha mãe encontrava-se em Lisboa, na minha casa quando deu entrada no Hospital de São José dia 29.09.23 com saturação de oxigénio de 87 e 38,5 febre.

Na urgência, apresentei a Tac realizada recentemente na Cuf Tejo, onde indicava que a minha mãe tinha uma Hepatomegália multimetastática com origem provável em neoplasia primitiva no cólon direito (ver Tac Cuf Tejo em anexo).

Em contexto de urgência, disse à médica para não dizer à minha mãe o quadro clínico todo, a não ser que a minha mãe lhe perguntasse, mas a médica insistiu, sem o meu consentimento e do meu irmão dizer a verdade à minha mãe, sem que ela tivesse perguntado nada (a parte positiva é que a minha mãe não percebeu). Eu tinha recebido este resultado cerca de 1 semana antes, mas eu e o meu irmão estávamos em estado de choque e decidimos não contar à minha mãe, uma vez que ia fazer 90 anos, tinha perdido o marido em 2022 (60 anos de casamento juntos), andava numa tristeza profunda e não tinha estrutura física nem mental para enfrentar o sofrimento que estava para vir.

Com o avançar da hora, deixei a minha mãe na urgência e fui para casa tomar conta da minha filha. Por volta das 00h30, telefonaram-me a dizer que tinha alta, ao qual respondi que não poderia ir busca-la a essa hora, porque me encontrava em casa sozinha com uma criança de 9 anos.

Cerca das 3h da manhã teve uma crise, com falta de ar e houve necessidade de ser socorrida, afinal tinha covid. Ligaram-me ás 7h40m da manhã a dizer para ir buscar a minha mãe porque tinha covid. Eu disse que não iria tirar a minha mãe com covid do hospital, ao qual me responderam que Covid não era doença para estar no hospital, e eu referi que o covid não era razão para estar no hospital, mas todo o quadro clínico envolvente, mais o Covid era mais que razão suficiente para estar no hospital. Iria busca-la sim, assim que se encontra-se estável. Após dar entrada no Hospital de São José para visitar a minha mãe, fui intercetada por 3 pessoas, enfermeiros e Assistente Social, a dizer que a minha mãe não podia continuar no “contentor do Covid”. Até parecia que tinha cometido um crime. Eu apenas informei que a retiraria assim que o quadro clínico estivesse estável. Ficou 1 semana no “contentor do Covid”, porque não existiam vagas em lado nenhum. Passado uma semana foi transferida para o Hospital dos Capuchos, já com oxigénio e doença agravada e afinal existiam muitas vagas no Hospital dos Capuchos.

No Hospital dos Capuchos, foi muito bem recebida na medicina 3.2, a minha mãe sempre disse que era muito bem tratada por todos, o problema é que a doença estava cada vez mais avançada. A minha mãe acabou por fazer 90 anos no internamento, os enfermeiros e auxiliares colocaram a minha mãe no piso de baixo para a minha filha de 9 anos poder estar presente e a minha mãe estava muito feliz (dentro das condicionantes), por ter reunido os 2 filhos, netas, nora e genro. Mal cantámos os parabéns e cortámos o bolo fomos intercetados pela oncologista Lúcia que queria falar com os familiares. Eu perguntei se poderia ser em outra altura, porque seria o último aniversário da minha mãe, ao qual nos respondeu com um ar altivo, que teria de ser nessa altura. “A conversa, foi para nos informar que a minha mãe tinha uma neoplasia, no cólon, com metástases no fígado e pulmões e não percebia porque razão não autorizávamos que a minha mãe fizesse uma colonoscopia e ainda por cima não dizíamos a verdade à minha mãe, achava isto tudo indecente e que a minha mãe tinha todo o direito de saber a verdade”!!? Eu confesso que não estava a perceber porque razão estávamos a ser retirados da simples festa de aniversário, para ouvir esta conversa. Eu disse, já perguntou à minha mãe se quer fazer o exame? Ela respondeu que já tinha perguntado, mas a minha mãe tinha recusado, eu disse, então não percebo a razão de me estar a incomodar, no último aniversário da minha mãe com esta conversa. A Dra. Lúcia respondeu que era obrigatório fazer uma colonoscopia, para saber qual era o tipo de neoplasia primária para a tratar. Eu respondi, que antes de a minha mãe ser hospitalizada, tinha tido a preocupação de consultar um anestesista, um médico de medicina interna, um cirurgião da área, médicos de clínica geral e um oncologista e todos me disseram que com a idade da minha mãe, e problemas de saúde, insuficiência cardíaca, anorética e com hemoglobina de 8,5 era impossível fazer este exame e mesmo que o fizesse já não poderia ser submetida a cirurgia, nem a tratamento oncológicos, desta forma agradecia que me deixa-se continuar na última festa de aniversário da minha mãe. Perguntei também, se fizesse o dito exame se lhe iria dar qualidade de vida e por quanto tempo, ao qual me respondeu que era complicado. Então se era complicado porque nos estar a incomodar com arrogância, prepotência e falava connosco como se fossemos criminosos e negligentes!!? Nós só queríamos dar o máximo de qualidade de vida à minha mãe e garantia que não iria ter dor nem desconforto até ao final de vida. Perante isto, foi embora, a reclamar, a ameaçar que ia apresentar queixa e escrever no processo que nós filhos não a queríamos tratar. Estragou o ambiente da festa de anos e não teve a mínima consideração pelo sofrimento da família.
Enfim estragou-nos a última festa de aniversário do dia 11 de Outubro, apesar de tentarmos disfarçar.

Decorridos 2 dias, inicia-se nova batalha, desta vez com a Assistente Social Dra. Ana Letras. Era um constante bombardeamento de chamadas, para levarmos a minha mãe para casa porque tinha tido alta hospital. Eu referi, que era impossível levar a minha mãe para minha casa porque vivia sozinha com a minha filha de 9 anos, o meu marido estava em Angola, e que em Dezembro de 2022, a minha filha tinha assistido a um quadro de convulsão da minha mãe e teve de fazer acompanhamento psicológico com o Dr. Eduardo Sá. Ou seja, até à data a minha mãe passava temporadas na minha casa e alguns dias na casa do meu irmão, mas com o estado avançado da doença, em fase terminal era impossível tê-la em casa. Eu saia de casa por volta da 7h30 da manhã para colocar a minha filha na escola e nunca estava em casa antes das 19h30. O meu irmão não tinha sequer um quarto para a minha mãe e também estava todo o dia fora. Além disso, antes de tudo acontecer a minha mãe vivia sozinha na Lousã. A minha mãe estava muito debilitada, não tinha força, não conseguia comer sozinha, não andava, não conseguia tomar banho sozinha, estava anorética, tinha uma barriga gigante, pesava cerca de 40 kgs, tinha sempre oxigénio, hemoglobina a 8,5 e necessitava de cuidados médicos específicos. Desta forma eu disse que era impossível leva-la para casa e precisava que me ajudasse a encontrar um local de cuidados continuados e/ou paliativos e solicitei uma reunião com a equipa médica para perceber o estado de saúde da minha mãe. Fiz uma reunião com a equipa da medicina 3.2 (2 homens médicos), onde também estava presente outra assistente social do qual não me recordo do nome. Foi-me dito que a minha mãe estava estável e tinha de ir para casa aguardar por uma consulta de paliativos, o hospital não era local para ela. Eu não estava a acreditar, eu não sou médica, mas percebia que a minha mãe teria pouquíssimo tempo de vida, estava frágil e não sabia o que fazer. Pedi ajuda à Dra. Ana Letras (Assistente Social do Hospital dos Capuchos), porque percebo que uma pessoa nesta fase não deve estar no hospital, mas sim com cuidados especializados. A Dra. Ana Letras, apenas me dizia que tinha de tirar dali a minha mãe, pedi uma semana para procurar sítios e ver se ela me ajudava, mas essa senhora apenas me facultou o telefone da Dra. Sofia (era uma assistente social que recomendava lares na margem sul) e uma Dra. Chamada de Carmo que arranjava lares (super senior lares na área de Loures). Neste, entretanto a Dra. Ana Letras, foi dizer à minha mãe que teve alta hospitalar e tive de ser, eu, filha a dizer à minha mãe que não a conseguia levar para casa nas condições de saúde em que ela estava. A Dra. Ana Letras, também me ameaçou que enviava a minha mãe para Coimbra se não a tirasse dali, até parecia que eu era criminosa, mas nós família só queríamos o mínimo de sofrimento para a minha mãe. Eu e o meu irmão a trabalhar, a tomar conta da minha filha a tentar aceitar a doença e em simultâneo a visitar lares. Todos os que vi eram horríveis, questionei mais uma vez se não existiam cuidados continuados ou paliativos e a Dra. Ana Letras dizia sempre que não, foi incapaz de explicar algo de como tratar o problema. Agendei uma reunião com ela, porque me encontrava desesperada com a saúde da minha mãe e não sabia o que fazer. Fui recebida com arrogância de forma altiva, descortês, incivil, insolente, rude, grosseira e ainda tentava fazer as pessoas de “estúpidas”. Dizia sempre qua a minha mãe não tinha características para esses sítios e eu perguntava, então quando tem é só com dor a morrer? Respondia-me que só na fase terminal é que iria para aí. Efetivamente, com 52 anos era a primeira vez que passava por isto..
Desta forma, não satisfeita e sem saber a quem pedir ajuda, fui para o google pesquisar lares com médicos e enfermeiros, cuidados continuados e cuidados paliativos. Os cuidados continuados e paliativos eram superiores a 3500€ mês (a minha mãe tinha uma reforma que não chegava a 600€), optámos por coloca-la num lar na Praça do Chile – Monterrey onde tinha enfermagem todos os dias e médico uma vez por semana e suportamos os restantes custos. Quando disse à Dra. Letras que já tinha Lar só se preocupava em saber quanto ia pagar e correr com a minha mãe o mais rápido possível. Por volta das 15h, vestiram a minha mãe e tiraram-lhe o oxigénio, e mandaram-me para o Lar para a receber, porque não poderia ir com ela na ambulância. Eu sempre pensei que lhe iriam colocar novamente o oxigénio, mas a pressa era tanta para “despachar a encomenda”, que a minha mãe entrou no Lar ás 17h30 sem oxigénio e com 74 de saturação, teve de ser assistida de imediato.
A minha mãe ficou no Lar, continuava cada vez mais debilitada, a consulta de paliativos só saiu para finais de Dezembro e o Lar não tinha resposta para o estado de saúde.
No dia 10 de Novembro, recebi uma chamada da Enfermeira Ana Esteves, a perguntar o ponto de situação da minha mãe e foi ela que ajudou a antecipar a consulta, para ver se nos ajudava a coloca-la em paliativos, ou num local mais apropriado. Também fui contactada pela Dra. Rita Araújo- Assistente Social dos Paliativos que deu andamento ao processo para a minha mãe ir para paliativos, e rapidamente me sugeriram locais para a minha mãe e me ajudaram e explicaram todo o processo mas infelizmente a minha mãe acabou por falecer na urgência do Hospital de São José no dia 17 de Novembro ás 21h40 e estranhamente só me avisaram dia 18 sábado ás 15h.

Sendo eu, Licenciada em Recursos Humanos, gostaria apenas de dizer que não percebo como é que existem médicos e Assistentes Sociais, sem as mínimas competências para trabalhar na área da Saúde. A Oncologista Lúcia, pode ter tirado boas notas, mas não tem a mínima capacidade para lidar com doentes oncológicos terminais e familiares, falta-lhe a chamada inteligência emocional que não se aprende na faculdade, mas sim no trabalho do dia a dia.
A Dra. Ana Letras, aparentemente revoltada, apenas quer despachar doentes como se fossem encomendas e não apresenta a mínima vocação nem interesse em ajudar, principalmente nesta fase terminal de pacientes e dor da família.

Apenas escrevo estas palavras, para que esta situação não se repita, agora foi a minha mãe, mas amanhã não sabemos quem será.

Gostaria de deixar uma palavra de agradecimento à Enfermeira Ana Esteves – Paliativos do Hospital dos Capuchos, que foi excecional nesta fase da minha vida, do meu irmão e da minha mãe, à Assistente Social Rita Araújo, que já não nos conseguiu ajudar atempadamente e a toda a equipa médica. A minha mãe sempre disse bem de toda a equipa médica. É triste 2 pessoas estragarem o trabalho de uma equipa inteira.

PS. Desde o dia 29 de Setembro, até ao falecimento da minha mãe fui bombardeada por equipas médicas e de enfermagem abaixo dos 35 anos que tinha de dizer à minha mãe a verdade sobre o seu estado de saúde. Eu e o meu irmão decidimos poupa-la porque a conhecemos e não iria ser uma mais valia para ela, seria sim, “apontarem uma arma à cabeça” por favor não pressionem as famílias, nem os doentes que não querem saber, nem perguntam nada. Até parece que estamos a cometer um crime, e o sofrimento da família nesta fase é muito difícil de suportar.

Agradeço uma resposta a este email.

Atenciosamente
Data de ocorrência: 28 de dezembro 2023
Esta reclamação foi considerada sem resolução
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